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“A propósito de velhas guerras e um novo paradigma sobre rodas…”

Se a última edição da expoMECÂNICA, a 8.ª, foi histórica – porque foi a feira com a maior área de sempre, o maior número de expositores e, também, o maior índice de visitação (19 mil pessoas) -, a próxima não o será menos.

Ao mesmo tempo que assistimos, no leste da Europa, a um conflito que tem na sua génese a redefinição do velho poder geopolítico entre dois blocos, e que recrudescem no Médio Oriente vetustas lutas que podem escalar para algo que poderá ser tudo menos regional, bem do centro do provecto continente e direto ao coração asiático cresce, a cada dia que passa, uma contenda não menos relevante.

Que, para além de representar uma nova etapa no crescimento do poderio chinês (económico, cultural, geopolítico e não só) no mundo, evidencia o braço de ferro que está a ser dirimido há meia dúzia de anos num setor economicamente muito importante para a União Europeia: a galáxia automóvel.

E tudo por causa de uma mudança de paradigma na indústria. De abandono gradual dos combustíveis de origem fóssil em benefício de uma mobilidade menos impactante para o meio ambiente, por interposta eletrificação sobre rodas.

A China (um dos países que mais abre o buraco da camada de ozono que protege o planeta) pretende estar (e permanecer) na dianteira de quem, no chamado mundo ocidental, quer ficar na frente de um setor que movimenta biliões à escala global.

Parece que estamos na arquibancada de um jogo que espelha uma espécie de inversão da velha fórmula de Carl von Clausewitz, o teórico militar prussiano do século XIX que postulou que “a guerra é a continuação da política por outros meios”.

E, neste domínio, onde (cada vez mais) parece que a política é a continuação da guerra por outros meios, até já entra a carne suína da Alemanha (o maior produtor europeu de carros, com várias fábricas de automóveis na China) e as exportações, das quais o segundo país mais populoso do mundo quer aplicar taxas mais gravosas, para contrabalançar a taxação das importações de automóveis elétricos da República Popular da China.

Geopolítica e conflitos à parte, certo é que a mudança de paradigma está aí e, como uma correia de transmissão, mexe como nunca com o mercado do pós-venda automóvel.

"Quase 300 expositores, mais de 80 internacionais, espelharão na feira a força de uma atividade económica significativa no país. Quanto mais não fosse, pelo volume de negócios e pela quantidade de postos de trabalho que alberga"

As mudanças em curso no setor também perpassarão pela cimeira maior do autoaftermarket português, a expoMECÂNICA – Salão Internacional de Equipamentos, Serviços e Peças Auto, que está de regresso à Exponor – Feira Internacional do Porto, de 8 a 10 de novembro próximo.

Quase 300 expositores, mais de 80 internacionais (de Espanha França, Luxemburgo, Turquia, Alemanha, Países Baixos, Polónia, China, Israel, Reino Unido, Emirados Árabes Unidos, Dinamarca e Coreia do Sul), espelharão a força de uma atividade económica significativa no país. Quanto mais não fosse, pelo volume de negócios e pela quantidade de postos de trabalho que alberga.

E, se a última edição, a 8.ª, foi histórica – porque foi a feira com a maior área de sempre, o maior número de expositores e, também, o maior índice de visitação (19 mil pessoas) -, a próxima não o será menos.

Não apenas porque o evento cumprirá uma década ao serviço do pós-venda automóvel luso (com uma pandemia pelo meio…), mas, sobretudo, pela representatividade setorial que comportará – uma vez mais -, isto num momento que, por conta do 10.° aniversário da expoMECÂNICA, a Kikai Eventos aproveitará para lançar o livro “A História do Pós-Venda Automóvel em Portugal”, da autoria de João Vieira e José Barros Rodrigues.

Uma obra de vulto (240 páginas) que visa preservar a memória coletiva do setor e celebrar o legado de todos aqueles que, com engenho e perseverança, elevaram a reparação automóvel a um patamar de excelência. Mantendo Portugal em movimento. Literalmente.

Negócios à parte, o Salão Internacional de Equipamentos, Serviços e Peças Auto é montra de muito mais. Da capacitação técnica, através do DEMOTEC by CEPRA, da partilha de conhecimento, por via das palestras que ocorrerão no expoTALKS by PRIO.

E, ainda, da extraordinária “Oficina do Futuro”, espaço onde será possível ter um vislumbre do amanhã do setor. Isto para não citar todo o rol de iniciativas planeadas.

Passado, presente e futuro de mãos dadas durante três dias num único evento e local. A remar no mesmo sentido, longe de velhas guerras e contendas geopolíticas, mas não alheio a elas. Afinal de contas, o planeta não deixa de ser uma velhinha correia de transmissão…

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