powered by

“Recebemos o feedback dos pilotos logo após a corrida”, diz Catarina Matos Silva

Responsável de Gestão de Produtos Continental acompanhou nova série de corridas Extreme E e conta a sua experiência na primeira pessoa.

A Continental é parceiro fundador e patrocinador premium da Extreme E. A empresa de tecnologia, baseada em Hanover, equipa todos os veículos da série com pneus para as diferentes e muito desafiantes etapas.

Catarina Matos Silva, responsável de Gestão de Produtos Continental acompanhou esta mais recente aventura e fala sobre os desafios a que os pneus estão expostos nesta série de corridas de todo-o-terreno, o seu trabalho na gestão de produtos e a paixão portuguesa que a tem ajudado a progredir dentro da empresa.

A responsável dirije a equipa de Gestão de Produtos responsável pelos pneus de verão, todo-o-terreno, 4×4 e carrinhas para a Europa, Médio Oriente e África. “Estamos em estreito contacto com as unidades de produção e o departamento de desenvolvimento, por um lado, e com as organizações de marketing e vendas dos mercados europeus, por outro”, começa por explicar Catarina Matos Silva sobre a sua atividade.

“Recebemos o feedback relativo aos nossos produtos e, por conseguinte, servimos como um importante elo nas comunicações internas. Nunca há um momento aborrecido e nunca se sabe o que nos espera na semana seguinte”, acrescenta.

“O Extreme E veio até mim”

A sua envolvência no projeto Extreme E da Continental? “Na verdade, o Extreme E veio até mim. No ano passado, foi-me adicionalmente atribuída a equipa de apoio técnico para os pneus off-road. Isto envolve a coordenação de vários projetos, desde os pneus às áreas de desenvolvimento, serviço e várias tecnologias integradas”, revela.

“As atividades de sustentabilidade da Continental também integram este grupo, incluindo o nosso compromisso com a série de corridas Extreme E, que já se encontrava numa fase avançada na altura”, afirma.

E também assiste no terreno às corridas? “Sim! É realmente espantoso, não é? Mas também é necessário”, adianta.

Continental Extreme E Saudi Arabia

“Afinal de contas, somos os especialistas em pneus. Com o CrossContact Extreme E, desenvolvemos um pneu que é utilizado por todas as equipas na corrida. Recebemos o feedback dos pilotos logo após a corrida. Isso é extremamente importante para nós, a fim de avaliarmos corretamente a qualidade do desenvolvimento do nosso produto, bem como de identificarmos potenciais melhorias, sempre que necessário”, assegura.

“Os eventos têm lugar em regiões onde nunca se realizaram corridas de automobilismo antes. Consequentemente, não foram aí realizados testes de pneus durante a fase de desenvolvimento. Cada uma das cinco corridas é realmente excitante para nós – independentemente dos resultados desportivos alcançados”, acrescenta Catarina Matos Silva.

O que torna o desenvolvimento de pneus tão importante para esta competição é fácil de explicar. “O ODYSSEY 21, com o qual todas as equipas se alinham na grelha, é um ‘monstro elétrico’ – desenvolvido para acelerações e velocidades em ambientes extremos”, diz.

“A transmissão elétrica proporciona uma potência de cerca de 550 cv. E como se isso não fosse suficiente, existem situações de corrida em que os condutores podem ativar uma velocidade adicional, o chamado ‘HyperDrive’. Absolutamente nada se compara com isto. E esta incrível potência tem de ser transferida para a pista – durante a aceleração, ultrapassagem, em curva e, não menos importante, durante a travagem”, conta.

Check-up Media Continental CrossContact

“Estas não são pistas ovais de alta velocidade ou percursos no asfalto padrão. Isto é ‘fora da estrada’, com todas as dificuldades e armadilhas associadas”, frisa. “No início da competição, na Arábia Saudita”, acrescenta a mesma fonte, “assistimos a alguns saltos espetaculares ao longo de muitos metros. E também, infelizmente, alguns acidentes igualmente espetaculares, onde, graças a Deus, ninguém ficou gravemente ferido”, desabafa.

“Qualquer pessoa que observe de perto esta competição sabe que os condutores fazem realmente tudo para levar o veículo e os pneus ao limite absoluto. As forças que atuam sobre os pneus durante as fases individuais da corrida são verdadeiramente incríveis”, sublinha Catarina Matos Silva.

Maior desafio de todos

Além disso, “o Continental CrossContact Extreme E tem de estar em cinco regiões diferentes do planeta. Cinco zonas climáticas completamente diferentes, com rotas e terrenos que não poderiam ser mais diferentes. O meu colega Anuj Jain, que liderou com tanto sucesso o desenvolvimento do pneu, disse numa entrevista que o Extreme E é, de longe, o maior desafio que os pneus já enfrentaram no desporto automóvel. E eu estou 100% de acordo com ele”, adianta.

Sobre os seus pontos de contacto com as atividades de sustentabilidade na Continental, Catarina Matos Silva esclarece que ela e a sua equipa são “responsáveis pelo desenvolvimento do produto – tanto pelo seu ciclo de vida como pelo planeamento do portefólio – e a empresa tem objetivos muito claros e ambiciosos no que diz respeito à sustentabilidade. Fornecemos o caminho relevante para alcançá-lo”, enfatiza.

Na sua perspetiva, “sustentabilidade não é apenas uma palavra vã. É extremamente importante para toda a organização e para o nosso próprio bem-estar. Por exemplo, trabalhamos com Investigação & Desenvolvimento e Desenvolvimento de Materiais numa base contínua, definindo novas abordagens e possibilidades, ao mesmo tempo que trabalhamos, constantemente, na melhoria das nossas soluções de reciclagem. Temos anos emocionantes à nossa frente, apenas em torno da sustentabilidade!”, afirma.

O que a motivou a procurar especificamente desafios profissionais no ramo dos pneus? “Nos primeiros anos, teria, provavelmente, dito que era simplesmente uma coincidência. Hoje, digo que foi pura sorte. Estudei engenharia mineira e ambiental em Portugal. Há cerca de 15 anos, ouvi falar de um ‘Trainee Pool de Investigação e Desenvolvimento’ na Continental, em Hanover, e decidi candidatar-me sem ter realmente a certeza no que me estava a meter”, confidencia.

“Em Hanover, conheci equipas internacionais verdadeiramente entusiasmadas com o seu trabalho. Estavam todas disponíveis para partilhar os projetos em que estavam a trabalhar. E estavam interessadas na minha opinião. Vive-se uma cultura empresarial especial baseada no intercâmbio e na comunicação, onde todos são importantes. Soube logo que queria trabalhar nestas equipas”, recorda.

Continental Extreme E Senegal

O facto de a indústria ser dominada por homens na altura não a demoveu. “Nem por um segundo. Penso que sou realmente uma privilegiada. Na Continental, temos vindo a criar incentivos e a mostrar os nossos talentos femininos, de forma a dar a conhecer que é possível uma mulher fazer carreira na Continental, se assim o desejar. É claro, nada é automático. Mas sempre me senti tratada de forma igual e sempre tive as mesmas oportunidades do que os meus colegas homens. Sou mulher, portuguesa, muito apaixonada e não hesito em dizer o que penso”, revela.

Catarina Matos Silva não tem dúvidas sobre o que pode ser feito para encorajar mais mulheres a entrar no negócio dos pneus. “Na Continental, estamos muito comprometidos com este objetivo porque acreditamos que a diversidade nos ajudará sempre a avançar. O espectro de clientes diversificou-se. Vai longe o tempo em que apenas os homens compravam os pneus para os carros de família”, diz.

E conclui: “Temos, também, muitas atividades, campanhas e programas que permitem às mulheres progredir na carreira. É igualmente responsabilidade nossa chegar às jovens mulheres, que, tal como eu há 15 anos, ainda não têm consciência de como pode ser divertido trabalhar aqui. Organizamos iniciativas nas universidades para recrutamento de talento. Se uma mulher é curiosa e gosta de desafios, esta é uma indústria fantástica”.

Mais sobre a Continental aqui.

Secção patrocinada por empresas que apoiam jornalismo de qualidade
MF Pinto Import. export peças, S.A.MGMliquimoly_300x150_mkroftoolsSoc. Coercial C. SantosChampion Lubricants

artigos relacionados

Últimas

Internacional