João Só, compositor e intérprete de algumas das músicas mais acarinhadas pelo público português – e mais passadas nas rádios nacionais – compara a sua carreira a um VW Golf. “É o carro mais completo de todos”, diz.
Para o músico, o modelo alemão representa versatilidade, sendo, ao mesmo tempo, “equilibrado e funcional”, qualidades que ele também procura refletir no seu percurso artístico. “Tive um Golf durante muitos anos e ainda sinto saudades dele”, confessa à Oficina Vip o autor de “Até ao Fim”.
Preferir companhia enquanto conduz é uma escolha natural para João, que não faz jus ao seu apelido quando se trata de viajar. “Gosto de ir à conversa”, admite, embora não descarte as viagens solitárias, onde a música toma o lugar de copiloto. Nessas ocasiões, aproveita para “pôr a música em dia”, numa mistura de prazer e introspeção.
Máquina musical
Quando questionado sobre a analogia entre a música e um motor bem afinado, João Só identifica, rapidamente, a sua peça indispensável: “Uma boa guitarra é essencial na minha máquina musical. É a minha muleta!” A guitarra, “com as suas seis cordas”, é, para ele, o motor que impulsiona a criatividade e o sustento da sua arte.
Tal como um carro, o percurso de João Só também requer revisões. “De tempos a tempos, sinto a necessidade de recalibrar”, conta João Só à Oficina Vip. O músico encara as mudanças como parte natural da evolução pessoal e profissional. “Precisamos de manutenção ou revisão para seguir em frente, mas com o passado bem assente”.
No entanto, quando o assunto é mecânica prática, como mudar um pneu, por exemplo, o cantor não hesita em assumir: “Sou dos que chama o ACP.” O mesmo se aplica à verificação do óleo: “Só dou conta quando a luz acende, mas resolvo logo!” Apesar disso, orgulha-se de ser rigoroso na manutenção do carro: “Detesto a ideia de ficar apeado. Por isso, mantenho tudo em dia”, confidencia.
Memórias de um jipe
No imaginário de João Só, um carro de sonho é a elegante carrinha Audi A6. “Não sei bem porquê, mas sempre esteve nos meus sonhos de miúdo”, confessa. Entretanto, o veículo do dia a dia é mais prático, como convém a alguém que transporta “filhos e guitarras” nas suas rotinas.
Sobre a sua música, João Só associa a faixa “Até ao Fim” a um jipe UMM. O motivo é bastante simples. “Gravámos o vídeo com um desses e gosto da ideia de um ‘tanque’ que vai até ao fim”. Por outras palavras, a robustez do veículo traduz a “resiliência” presente nesta canção de sucesso.
Memórias de estrada também ocupam um lugar especial no coração do artista. “Nas viagens com os meus pais, testava, incessantemente, as cassetes que gravava”, recorda.
Era o momento ideal para afinar o ouvido e a sensibilidade, tentando agradar a diferentes gostos musicais. Esta experiência moldou o artista que, hoje, se orgulha de ser um “DJ familiar competente”.
João Só não dispensa a música ao volante. “Só consigo conduzir com música, alta, de preferência”. A banda sonora? “Rock’n’roll, sempre com guitarras”, diz.
Apesar de apreciar a intensidade sonora, considera-se um condutor responsável. “Competente e utilitário”, resume, com a simplicidade que também caracteriza o seu estilo musical.