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Produção da ZF Aftermarket está cada vez mais verde em Portugal e Espanha

Novos produtos reconstruídos e soluções para reduzir os consumos de combustível na atividade da ZF Aftermarket estão a ganhar força na Península Ibérica.

A conferência virtual da ZF (designada Aftermarket Chat) – cujo artigo poderá ler aqui – teve um segundo momento, focado na atividade da empresa em Portugal e Espanha. E a grande conclusão a tirar é que a produção do grupo está cada vez mais verde (também) na Península Ibérica.

Nesta secção “local” do evento, foi Jorge Artime, diretor da ZF Aftermarket para Espanha e Portugal, quem começou por tomar a palavra para explicar as medidas de economia circular colocadas em práticas nestes países “vizinhos”. E, logo, com um tema crucial para a produção da empresa: “O projeto de reutilização de óleo hidráulico”.

A proteção ambiental é um dos principais objetivos da ZF e nos últimos anos tem-se assistido a uma tendência em que a reconstrução adotou um novo espírito na indústria automóvel.

“A reconstrução tem um impacto considerável no ambiente, uma vez que contribui, significativamente, para a economia circular, permitindo que os produtos tenham múltiplos ciclos de vida e, ao mesmo tempo, gerir o fornecimento e os custos a longo prazo. Ao manter os componentes e o seu material incorporado em utilização durante mais tempo, o consumo de energia e as emissões de CO2 podem ser, significativamente, evitados”, afirma.

“Na ZF Aftermarket em Espanha e Portugal, temos um portefólio muito extenso de produtos reconstruídos. Pinças de travão, caixas de velocidade reconstruídas para o nosso programa de substituição, sistemas de direção com caixas, bombas e colunas de direção, gama muito completa de compressores pneumáticos, moduladores de eixo para veículos com reboque, unidades de controlo e o nosso programa especial de embraiagens reconstruídas, são alguns dos exemplos mais relevantes”, explica o responsável.

Check-up Media ZF Aftermarket Jorge Artime
Jorge Artime, Diretor da ZF Aftermarket para Espanha e Portugal
Check-up Media ZF Aftermarket Vicente Magaña
Vicente Magña, Coordenador de EHS da ZF

Todos estes produtos estão associados a um programa de recuperação de cores que permite dar uma nova vida a produtos usados, com custos energéticos muito mais sustentáveis que contribuem para uma economia circular muito importante para o setor.

“A colaboração e resposta dos nossos clientes a este tipo de soluções é muito positiva, uma vez que lhes permite ter um programa para os seus clientes cheio de garantias, a um custo mais baixo e com uma mais-valia de sustentabilidade que, cada vez mais, é exigida pela sociedade, tornando as empresas mais competitivas graças à sustentabilidade”, sublinha, por sua vez, Vicente Magña, coordenador de EHS da ZF.

Reduzir consumo de combustível“

O nosso programa de trailer inteligente é outro ótimo exemplo de como a ZF Aftermarket contribui para fortalecer a sustentabilidade do transporte rodoviário”, continua Vicente Magaña.

“Atualmente, temos soluções específicas que contribuem para a redução de combustível nos veículos, o que tem um impacto muito positivo na redução das emissões de CO2 para a atmosfera”, refere.

Exemplos? “OptiFlow Tail: permite uma condução mais económica dos reboques (dos camiões), com poupanças de combustível de até 1,1 l/100 km a velocidades de autoestrada. Também poupa até 2,8 t de CO2 por ano e reboque”, explica a ZF.

Check-up Media ZF Aftermarket CarPlay Diem
Check-up Media ZF Aftermarket clutch packing belt

“Optitire: sistema de monitorização da pressão dos pneus (TPMS). Permite até 2% de poupança de combustível e CO2, ajudando a evitar pneus fora da pressão nominal. Ter um sistema TPMS será obrigatório para novos registos para cumprir o Regulamento 141 a partir de 7 de julho de 2024”, revela a empresa.

“Na ZF Aftermarket, temos uma extensa gama de produtos especialmente concebidos para veículos híbridos e elétricos, tais como pastilhas de travão, suportes de motores, kits de reparação para amortecedores e transmissões híbridas, entre outros. Também concebemos produtos que são utilizados para eletrificar veículos existentes e dar-lhes uma segunda vida. Os produtos que usamos no retrofitting provêm da área de transmissões, como, por exemplo, CeTrax e AxTrax AVE”, diz o responsável.

Digital hub em Barcelona

A digitalização na ZF oferece oportunidades para otimizar processos, reduzir o consumo de diferentes materiais e minimizar as emissões. “É, sem dúvida, uma das nossas ferramentas fundamentais para contribuir para a sustentabilidade ambiental graças ao uso de recursos digitais. Na ZF Aftermarket Espanha e Portugal, fomos pioneiros, criando um hub digital em Barcelona, que suporta todos os países da ZF em termos de gestão de informação e processamento de dados que permitem gerir o nosso negócio de uma forma mais sustentável”, sublinha.

Os dados serão o “combustível do futuro” e para apoiar esta estratégia, desde 2022, a ZF criou uma equipa multicultural de profissionais, especialistas na área digital.

“Contribuirão, sem dúvida, para fazer da sustentabilidade uma ferramenta que nos permita ser mais competitivos. Graças ao desenvolvimento de data analytics, podemos gerir milhões de dados que nos permitem antecipar as necessidades do mercado em aspetos como aplicações para o parque circulante, elasticidade de preços, respostas mais ágeis em termos de inventários e cobertura do parque, e-business recommendation e data analytics. Em apenas um ano, esta equipa já inclui 14 pessoas multidisciplinares e multiculturais. Esperamos que até final do ano sejam 20”, adianta a mesma fonte.

Check-up Media ZF Aftermarket CV transmission remanufacturing
Check-up Media ZF Aftermarket digital natives

Reforçar economia circular

A economia circular é um modelo de produção e consumo que envolve partilha, aluguer, reutilização, reparação, renovação e reciclagem de materiais e produtos existentes tantas vezes quanto possível, para criar valor acrescentado.

Desta forma, o ciclo de vida dos produtos é alargado. “Para a ZF, quando um produto chega ao fim da sua vida útil, os seus materiais são mantidos dentro da economia, sempre que possível, graças à reciclagem. Estes podem ser utilizados de forma produtiva, uma e outra vez, criando, assim, valor adicional para os nossos clientes e para a sociedade”, afirma a empresa.

“Mas não devemos apenas desenvolver produtos sustentáveis, devemos fazê-lo produzindo-os também de forma sustentável. E é isso que fazemos na ZF”, salienta. “Em todas as nossas unidades de produção na ZF Aftermarket de Espanha e Portugal, utilizamos energia elétrica verde e somos certificados em todas e cada uma delas”, revela.

E vai mais longe: “Ao mesmo tempo, implementamos uma cultura de otimização dos recursos energéticos envolvendo e sensibilizando os nossos colaboradores (utilização de LED, programação de termóstatos, sensores de presença, relocalização de espaços, entre outros)”.

Vicente Magaña ainda: “Fechamos o círculo com a reutilização de materiais (cartão das embalagens, sistemas para triturar cartão que é utilizado para preencher espaços vazios nas embalagens das expedições, reciclagem de mais de 500 t de papel nas nossas fábricas em Espanha e Portugal). Também implementamos projetos específicos, como a reutilização de óleo nas nossas fábricas de produção da ZF Aftermarket em Espanha”.

Check-up Media ZF Aftermarket logistics center
Check-up Media ZF Aftermarket logistics digital

Projeto de reutilização de óleo hidráulico

“É um projeto muito interessante que implementamos nas fábricas de pastilhas de travão da ZF Aftermarket, em Espanha, que contribui para a sustentabilidade e está ligado à reutilização do óleo usado no processo de produção”, explica Jorge Artime.

“Utilizamos óleo hidráulico no processo de prensagem (prensas hidráulicas), onde o material de fricção previamente misturado e distribuído no interior dos moldes é compactado. A prensagem também tem a função de colar o material de fricção ao suporte metálico, que se encaixa na pinça de travão (pinça da pastilha de travão) das rodas dos nossos veículos”, enfatiza.

“A boa colagem do material de atrito é extremamente importante, pois se o material de fricção não adere corretamente ao suporte metálico, pode haver um descolamento deste. Se tal ocorrer, o veículo não trava”, acrescenta o responsável.

As prensas hidráulicas exercem pressão sobre as pastilhas através da circulação de óleo hidráulico, que se deteriora com o uso, e quando chega ao fim da sua vida útil é necessário substituí-lo por óleo hidráulico novo (semelhante à troca periódica de óleo nos nossos veículos)”, conta.

“O óleo usado é armazenado e gerido como resíduo perigoso por empresas de gestão de resíduos autorizadas. É o que chamamos de uso linear de óleo hidráulico e não é sustentável em relação ao meio ambiente”, completa Vicente Magaña.

Check-up Media ZF Aftermarket workshop consultation
Check-up Media ZF Aftermarket workshop digital

Com o novo processo de reutilização de óleo, obtêm-se várias vantagens. “Uma delas, é que o óleo usado deixa de ser gerido como resíduo perigoso, mas passa a ser recondicionado para ser convertido num novo óleo hidráulico para uma nova utilização”, frisa.

“Isto é o que se chama de economia circular e somos sustentáveis com o ambiente, uma vez que não são utilizados novos recursos, mas voltam a ser utilizados os mesmos, evitando a emissão de toneladas de CO2 para a atmosfera, que causam o efeito estufa, aumentando a temperatura global do planeta”, frisa.

A reutilização do óleo é conseguida através de um processo DST (Double Separation Technology), que consiste em vários aspetos: “Separação física, filtração do óleo que é mecanicamente passada através de uma série de filtros que retiram do óleo as partículas contaminantes que foram sendo criadas durante a sua utilização”, esclarece a ZF.

“Com este processo, é possível remover desde as partículas maiores até pequenas micropartículas (que podem ser vistas a olho nu). Na separação química, são adicionados agentes químicos, como coagulantes e floculantes, que tornam as nanopartículas (que só podem ser vistas ao microscópio) maiores. Assim, podem ser removidas do óleo, ficando este livre de partículas”, acrescenta.

“O nosso processo gera 23,5 m3 de óleo hidráulico anualmente (23,5 m3 ano de 2022). Uma vez calculada a pegada de carbono da gestão do óleo, estabelece-se que, para cada m3 de óleo hidráulico reutilizado, evita-se a emissão de 3,4 t de CO2 equivalente para a atmosfera e este fator multiplicado por 23,5 dá-nos um total de 79,9 t de CO2 equivalente, que não são emitidas anualmente. Prevê-se uma reutilização durante 10 anos, de modo que o total de toneladas de CO2 evitadas seria de 799,9”, conclui.

Mais sobre a ZF aqui.

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