A Prio não ficou indiferente à invasão russa ao território ucraniano e anunciou, ontem, a decisão, com efeitos imediatos e até à estabilização da situação no terreno, de deixar de considerar o país liderado por Vladimir Putin como parte dos seus fornecedores e de adquirir quaisquer produtos a empresas russas ou diretamente relacionadas.
“Este é um gesto contra a guerra e contra um regime, nunca contra um povo. Estamos solidários com o povo ucraniano e com o povo russo, ambos primeiras vítimas inevitáveis deste conflito”.
Esta é uma uma decisão com fortes implicações para a as contas da empresa. Basta recordar que, em 2021, a Prio transacionou com empresas russas ou diretamente relacionadas cerca de 20 milhões de euros em equipamentos, combustíveis e matérias-primas para biocombustíveis avançados ultra-sustentáveis, valor equivalente a cerca de 2,5% das suas compras.
Através das redes sociais, Emanuel Proença, CEO da Prio, adiantou que a medida foi bastante ponderada. “Houve hesitações, houve dúvida, mas estou convencido que decidimos bem”, garante o responsável. E frisou: “Não queriamos só agir enquanto marca, em iniciativa solidária, mas apenas simbólica, à onda de consternação que afeta o mundo ocidental”.
E concluiu: “Queríamos poder sentir, enquanto empresa e enquanto grupo de mais de 700 pessoas, que estamos, do nosso pequeno canto na região de Aveiro, literalmente no outro lado da Europa, a fazer algo, por pequeno que seja, pelos que sofrem”.