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Componentes dão prova de força na Automotive Industry Week

Indústria portuguesa de componentes para automóveis celebrou “avanços e desvendou tendências” na 11th Automotive Industry Week, realizada entre os dias 21 e 23 de novembro.

Decorreu, de 21 a 23 de novembro, em Vila Nova de Gaia, a 11.ª edição da Automotive Industry Week, organizada pela Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA), que reuniu mais de 200 representantes da indústria.

Um marco importante deste evento foi a assinatura de um Memorando de Entendimento entre a AFIA e a KAICA – Korea Auto Industries Coop. Association (Associação Sul-coreana da Indústria Automóvel), que tem como objetivo o fortalecimento das relações comerciais e o desenvolvimento de uma cooperação mútua.

Na cerimónia protocolar, Young-hoon Kim, representante sul-coreano, destacou que Portugal “tornar-se-á numa importante base de produção de veículos elétricos no futuro” com as suas vastas reservas de lítio e empresas de componentes para automóveis que exportam mais de 90% dos seus produtos”.

O responsável revelou-se confiante que esta cooperação entre as associações dos dois países “abrirá o caminho para desenvolvimento e fortalecimentos das relações comerciais entre os dois países”.

José Couto, presidente da AFIA, afirmou que “as empresas portuguesas estão aptas para cooperar com as empresas sul-coreanas para encontrar as melhores soluções que respondam aos desafios da mobilidade do futuro”.

O ministro da Economia, António Costa Silva, em conjunto com o presidente da AFIA, abriu a sessão dando as boas-vindas aos participantes no primeiro dia de trabalhos.

Perante uma plateia de empresas portuguesas e compradores estrangeiros, o Ministro da Economia garantiu que Portugal é um dos países mais seguros do mundo e um país estável para a atração de investimento estrangeiro, que oferece um ecossistema de inovação altamente dinâmico.

Sobre a indústria de componentes para automóveis, António Costa Silva reconheceu uma “grande resiliência e grande capacidade de inovação” com uma indústria capaz de fazer a diferença em Portugal, salientando a importância de antecipar as tendências e apostar na investigação e inovação, através da criação de patentes.

Check-up Media Automotive Industry Week 2

Depois de, em 2022, terem sido registadas 312 patentes, o ministro partilhou o seu sonho de ver ser registada uma patente por dia e destacou que “esta é uma das grandes indústrias que pode contribuir, decisivamente, para se chegar a esse valor no registo de patentes”.

Reunindo um conjunto alargado de convidados dos principais mercados da europa, 18 empresas portuguesas apresentaram em formato de pitch os seus negócios, especificidades, características técnicas diferenciadoras e tecnologia, demostrando as capacidades de engenharia e desenvolvimento para responder aos desafios da mobilidade do futuro, trocando experiências, discutindo estratégias e prioridades.

Na quarta-feira, dia 22 de novembro, os convidados estrangeiros presentes visitaram várias empresas do setor, nos distritos de Braga, Porto, Aveiro e Coimbra, terminando o dia com um jantar de networking no Casino de Espinho.

A Conferência Internacional decorreu durante o último dia perante uma plateia de 200 participantes, contando com intervenções de especialistas e conhecedores da indústria, juntamente com membros do governo, como o Secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes, e o Secretário de Estado da Internacionalização, Bernardo Ivo Cruz. O dia começou com a apresentação do Estudo “Caracterização do Cluster da Indústria Automóvel em Portugal”, por parte da Deloitte.

Mais de 20 mil milhões de euros

Entre as principais conclusões do estudo, revela-se que o cluster apresenta um volume de negócios superior a 20 mil milhões de euros, dos quais 99% resulta de exportações. Desta forma, a exportação do setor corresponde a 23% do total de exportações de bens transacionáveis.

Para estes expressivos números, muito contribuiu o setor do fabrico de componentes, globalmente representado pela AFIA. No ano de 2022, a indústria de componentes para automóveis só por si realizou vendas no valor de 13.200 milhões de euros, ou seja 5,5% do PIB nacional.

Check-up Media Automotive Industry Week 3

Foi, também, partilhado que a indústria automóvel em Portugal se assume como um setor vital para a economia portuguesa, tendo representado, em 2022, 3.922 milhões de euros, cerca de 16% do valor acrescentado bruto (VAB) total da indústria transformadora. A indústria de componentes para automóveis é o principal contribuinte para a riqueza gerada em 2022 (cerca de 88,3%).

Tendências da indústria

Foram ainda partilhadas as seis tendências da transformação da indústria: eletrificação, vendas e serviços digitais, personalização e conectividade, condução autónoma e mobilidade partilhada, qualidade e fiabilidade, sustentabilidade.

“A indústria de componentes para automóveis tem um papel crucial na geração de empregos, com níveis de remuneração acima da média e capacidade de atrair investimentos de maior valor acrescentado para impulsionar o desenvolvimento económico e social em Portugal”, adianta a AFIA, em comunicado.

O secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes, felicitou a AFIA pela escolha do tema do encontro, uma vez que “convoca todos para um sentido de urgência” na adaptação às tendências e desafios que o setor enfrenta.

Sobre os resultados do estudo, congratulou o cluster dos componentes para automóveis pelo esforço que tem sido feito na qualificação e formação e por “dotar a indústria de um conjunto de profissionais que estejam alinhados, em termos formativos, com essas necessidades imperiosas de se adaptarem os impactos da transição verde e da transição digital”.

Destacou, por último, que o setor deve orgulhar-se das boas práticas, especialmente em relação à produtividade e remuneração dos seus trabalhadores. Na intervenção de Thorsten Muschal, presidente da CLEPA (Associação Europeia de Fornecedores da Indústria Automóvel), foi realçada a relevância da indústria automóvel europeia, salientando a contribuição significativa dos fornecedores para a inovação e sustentabilidade, com o desenvolvimento de mais de 30 mil patentes. Por último, foi destacada a necessidade da indústria reconhecer as suas conquistas e de se posicionar como um interveniente forte a nível global.

Para fechar a manhã, o secretário de Estado da Internacionalização, Bernardo Ivo Cruz, defendeu que este encontro foi uma demonstração da importância profunda deste setor em relação ao que aposta em investigação, em desenvolvimento de novos processos, em novos mercados e em novas soluções.

Enfatizou ainda que estes investimentos no setor automóvel e nas suas várias componentes “são absolutamente centrais no desenvolvimento de uma economia moderna e de uma economia voltada para o futuro e para o dia de amanhã”.

Na sessão da tarde, o presidente da AICEP, Filipe Santos Costa, destacou a aposta de Portugal na formação e talento, referindo a importância da educação e recuperação do ensino técnico. Abordou ainda os desafios logísticos e de localização na indústria automóvel, mencionando os esforços da AICEP em encontrar as melhores localizações e destacou os investimentos estratégicos em transição energética e digital, com ênfase na eletrificação e produção de componentes para automóveis. Por último, salientou a “relevância da indústria de componentes no panorama exportador, realçando o papel das grandes empresas”.

Seguiu-se Christian Teixeira, da Stellantis, que partilhou a experiência da Stellantis a investir em Portugal (Mangualde) desde 1960, tendo produzido mais de 1,5 milhões de veículos.

Check-up Media car components

O responsável partilhou que, atualmente, a fábrica tem 900 trabalhadores, produzindo 360 viaturas por dia e que, em 2022, a empresa representou 25% da produção automóvel em Portugal, com 30% dos componentes para automóveis utilizados nos veículos produzidos na fábrica de Mangualde a serem fabricados no nosso país. Para finalizar, Christian Teixeira recomendou os investidores estrangeiros a investirem em Portugal.

Elisa Ferreira, comissária europeia responsável pela coesão e reformas, sublinhou o papel crucial da indústria automóvel na economia europeia, mencionando apoios como a política de coesão e investimentos em inovação.

Destacou a importância da colaboração para superar desafios e impulsionar o setor, citando exemplos de projetos em Portugal apoiados pela Comissão Europeia. Salientou a relevância do investimento estrangeiro e a procura por benefícios duradouros, incentivando parcerias para fortalecer o futuro da indústria automóvel na Europa.

No encerramento da 11th Automotive Industry Week, o presidente da AFIA fez o balanço e apresentou as conclusões do evento. José Couto destacou, orgulhoso, que “os valores melhoraram em todos os indicadores considerados desde o primeiro estudo, tendo sido possível verificar-se um aumento na faturação, que reflete um aumento nas exportações e um aumento significativo no valor acrescentado bruto, especialmente nos componentes para automóveis”.

Tendo em conta que, com os mesmos trabalhadores, foi possível aumentar as vendas, a produção e o rendimento, o que comprova o aumento significativo da produtividade da indústria automóvel portuguesa.

O presidente da AFIA defendeu ainda que “existe uma relação forte entre a produtividade e a distribuição de rendimento”, uma vez que ao aumentar a produtividade com os mesmos trabalhadores, aumentou-se o rendimento, criando-se e distribuindo riqueza.

Sobre as infraestruturas, José Couto sublinhou que é preciso investir nas infraestruturas e nos ecossistemas, uma vez que as “fracas infraestruturas e a dificuldade logística são duas das razões para perdermos investidores estrangeiros”.

Para concluir estes três dias de partilhas, o presidente da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel refletiu que este encontro superou as expectativas e agradeceu a todos os presentes, desejando que tenham tido a possibilidade de adquirir conhecimentos, fazer networking e construir possíveis parcerias ao longo do encontro.

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