Muitas pessoas na Europa ainda estão a viajar em veículos comerciais sem ter o cinto de segurança colocado. Esta é a conclusão de uma pesquisa recente levada a cabo pela DEKRA Accident Research aos utilizadores da estrada.
Das quase 17 mil pessoas pesquisadas na Alemanha, França, República Checa e Dinamarca, apenas cerca de 14 mil afirmaram usar cinto de segurança. O que equivale a uma taxa média em todos os quatro países de apenas 83%.
“Apesar do desenvolvimento contínuo dos sistemas de segurança ativa, o cinto de segurança ainda é o ‘salva-vidas’ número um na estrada. É totalmente incompreensível que, hoje, quase um em cada cinco ocupantes de veículos comerciais ainda não esteja a usar o cinto de segurança”, disse Jann Fehlauer, diretor administrativo da DEKRA Automobil GmbH, durante a apresentação dos resultados no IAA Transportation, em Hanover.
Nos quatro países, foram avaliadas as classes de veículos N1 (peso bruto inferior a 3,5 toneladas), N2 (3,5 a 12 toneladas) e N3 (acima de 12 toneladas), cada uma em locais diferentes, como áreas construídas, áreas não urbanizadas e autoestradas. A equipa de observação da DEKRA Accident Research esteve na estrada entre abril e julho de 2022.
A taxa geral de utilização do cinto de segurança foi mais baixa na República Checa (77%) e mais elevada em França (87%), com Alemanha (82%) e Dinamarca (83%) a posicionarem-se num patamar intermédio.
Em todos os países, a taxa de utilização do cinto de segurança foi maior na classe van (N1). A maioria dos que não usam cinto de segurança está em camiões ligeiros (N2) na República Checa e em França. Já nos camiões pesados (N3), a maioria situa-se na Alemanha e na Dinamarca.
No geral, em todos os países e classes de veículos, o cinto de segurança foi usado com maior frequência por quem estava no banco do condutor e não no banco do acompanhante.
Os números da Alemanha podem ser comparados com estudos anteriores da DEKRA Accident Research, realizados entre 2004 a 2014. Houve um aumento significativo ao longo dos anos em algumas áreas. Tal aplica-se a todas as classes de veículos, embora em graus variados. Os números iniciais eram muito baixos para camiões pesados (N3), especialmente em 2004.
Particularmente marcante, por exemplo, é o aumento da classe N3 nas áreas construídas, de cerca de 21% em 2004 e 49% em 2014 para 73% atualmente. Da mesma forma, na classe N3 em autoestrada, a taxa subiu de 16% em 2004 para 66% em 2014. Hoje, está nos 82%.
“No geral, a tendência está a mover-se na direção certa. No entanto, os números que os nossos colegas apresentaram em 2022 ainda são tão preocupantes quanto inaceitáveis”, acrescentou Jann Fehlauer.
Vários estudos estimam que, de todos os ocupantes de camiões que perderam a vida na estrada por não usarem cinto, entre 40 e 50% poderiam ter sobrevivido caso tivessem utilizado corretamente este dispositivo de segurança.
“Será difícil conseguir uma melhoria sem penalidades tangíveis e monitorização adequada. Mas, acima de tudo, ainda é necessária muita educação e persuasão. A DEKRA continuará a trabalhar arduamente para que tal aconteça”, garantiu Jann Fehlauer.
Mais sobre a DEKRA aqui.