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“Equilíbrio máximo rumo às emissões mínimas”

O equilíbrio é essencial à existência humana. É focado em práticas ancestrais, como a meditação, o ioga ou as artes marciais. Todos nós, sem nos darmos conta, praticamo-lo diariamente, dado que o nosso corpo é assim que funciona.

Temos vu00e1rios u00f3rgu00e3os vitais e se algum nu00e3o estu00e1 a trabalhar corretamente, de pouco serve os restantes estarem totalmente operacionais. O que tem o equilu00edbrio a ver com automu00f3veis e mobilidade rumo u00e0s emissu00f5es zero (ou perto disso)? Aparentemente, nada. Mas, na realidade, tem uma grande influu00eancia.

Eletrificau00e7u00e3o u00e9 tema do presente

O setor automu00f3vel estu00e1, em consonu00e2ncia com o defendido pelas organizau00e7u00f5es ambientais e definido pelas autoridades de vu00e1rios pau00edses, a fazer um esforu00e7o de reduu00e7u00e3o das emissu00f5es. Grande parte desse caminho estu00e1 a ocorrer atravu00e9s da eletrificau00e7u00e3o dos automu00f3veis.

Por vezes, ouvimos que a eletrificau00e7u00e3o u00e9 o futuro. Discordo. Ju00e1 u00e9, em parte, uma realidade incontornu00e1vel em vu00e1rios pau00edses, entre os quais Portugal. Dados da consultora Jato Dynamics revelam que, entre janeiro e novembro de 2021, os veu00edculos hu00edbridos plug-in e 100% elu00e9tricos representaram 26% dos 855.281 veu00edculos ligeiros de passageiros registados em toda a Europa, contra 18% dos automu00f3veis Diesel.

Em Portugal, a UVE (Associau00e7u00e3o de Utilizadores de Veu00edculos Elu00e9tricos) indica que, em novembro de 2021, as vendas de ligeiros de passageiros 100% elu00e9tricos (18,1%) superaram as de modelos a gasu00f3leo (17,7%). As vendas de elu00e9tricos e hu00edbridos plug-in atingiram um novo mu00e1ximo, com 3.618 viaturas vendidas, 2.165 das quais 100% elu00e9tricas.

Este crescimento estu00e1 a ser acompanhado, a menor velocidade, pelo aumento do nu00famero de carregadores pu00fablicos, embora, tambu00e9m aqui, haja algum caminho percorrido e Portugal atu00e9 compare bem com a mu00e9dia europeia.

O setor automu00f3vel estu00e1, em consonu00e2ncia com o defendido pelas organizau00e7u00f5es ambientais e definido pelas autoridades de vu00e1rios pau00edses, a fazer um esforu00e7o de reduu00e7u00e3o das emissu00f5es. Grande parte desse caminho estu00e1 a ocorrer atravu00e9s da eletrificau00e7u00e3o dos automu00f3veis

A ACEA (Associau00e7u00e3o de Construtores Europeus de Automu00f3veis) coloca Portugal como o quarto pau00eds com mais postos de carregamento da Uniu00e3o Europeia (UE), com 14,9 pontos de carregamento por cada 100 km de estrada.

Atenu00e7u00e3o a todos os modos de transporte e tecnologias

As emissu00f5es mu00e9dias dos automu00f3veis novos na UE cau00edram de 172,1 g/km em 2000 para 122,3 g/km em 2019. E vu00e3o continuar a descer. O setor automu00f3vel tem um grande impacto nas emissu00f5es de gases nocivos para a atmosfera. u00c9 inegu00e1vel. Mas u00e9 tambu00e9m verdade que nu00e3o u00e9 o u00fanico setor responsu00e1vel, o que, por vezes, tende a ser esquecido.

De acordo com a Transport & Environment, os cinco maiores aeroportos da Europa (Heathrow, Charles de Gaulle, Frankfurt, Schiphol e Barajas) emitem, em conjunto, mais de 53 milhu00f5es de toneladas de CO2 por ano su00f3 com aviu00f5es de passageiros, um valor superior u00e0s emissu00f5es totais de pau00edses como Portugal (50,1 milhu00f5es de toneladas) ou Suu00e9cia (44,7 toneladas de CO2).

Tambu00e9m os navios su00e3o um problema. Uma anu00e1lise da Universidade de Exeter (Reino Unido) revela que um navio de cruzeiro grande gera mais emissu00f5es de carbono do que 12 mil automu00f3veis.

Apostar apenas numa tecnologia pode ser redutor

Voltando u00e0 eletrificau00e7u00e3o automu00f3vel, a evoluu00e7u00e3o estu00e1 a ser brutal. E du00favidas que a tecnologia levantava hu00e1 poucos anos, estu00e3o a ser respondidas de forma cabal. Poru00e9m, ainda persistem cautelas importantes.

Uma das questu00f5es prende-se com as fontes de energia. Se pau00edses como Portugal tu00eam aumentado a quota das renovu00e1veis na produu00e7u00e3o de eletricidade, muitos outros, sobretudo fora da Europa e Amu00e9rica do Norte, ainda dependem de fontes poluentes, como o carvu00e3o, para produu00e7u00e3o de energia.

Aliu00e1s, a quantidade de eletricidade gerada a partir do carvu00e3o estu00e1 a aumentar e a Agu00eancia Internacional de Energia prevu00ea que deveru00e1 ter sido estabelecido um recorde em 2021, o que ameau00e7a a baixa de emissu00f5es necessu00e1ria a nu00edvel mundial.

Alu00e9m do transporte au00e9reo, tambu00e9m os navios su00e3o um problema. Uma anu00e1lise da Universidade de Exeter (Reino Unido) revela que um navio de cruzeiro grande gera mais emissu00f5es de carbono do que 12 mil automu00f3veis

Tambu00e9m o custo da energia u00e9 uma du00favida. Portugal ju00e1 tem preu00e7os elevados da eletricidade e hu00e1 receios de que a eletrificau00e7u00e3o automu00f3vel possa impactar nesta realidade. Aliu00e1s, no que toca a carregamentos pu00fablicos, um despacho do ministro do Ambiente e da Au00e7u00e3o Climu00e1tica anulou o aumento, a 1 de janeiro de 2022, da taxa aplicada pela Mobi.E (a atual entidade gestora de mobilidade elu00e9trica) aos Comercializadores de Eletricidade para a Mobilidade Elu00e9trica e aos Operadores de Pontos de Carregamento.

Se CEME e OPC refletirem estes aumentos no preu00e7o ao consumidor, carregar o veu00edculo fora das redes domu00e9sticas ficaru00e1 mais caro nos pru00f3ximos dias. Na explorau00e7u00e3o do lu00edtio, tambu00e9m hu00e1 du00favidas ambientais que decorrem da explorau00e7u00e3o mineira, com a contaminau00e7u00e3o dos solos a ser apenas uma delas.

Alu00e9m disso, estima-se que, atualmente, apenas 5% das baterias em todo o mundo seja reciclada. Claro que o parque ainda u00e9 recente e tem havido forte evoluu00e7u00e3o neste capu00edtulo, mas a velocidade do crescimento das vendas leva a que seja urgente uma acelerau00e7u00e3o tecnolu00f3gica.

Todas estas questu00f5es levam a pensar se apostar apenas nos automu00f3veis elu00e9tricos sem considerar outras opu00e7u00f5es u2013 como os elu00e9tricos a hidrogu00e9nio, os combustu00edveis sintu00e9ticos ou, pura e simplesmente, os veu00edculos com motor de combustu00e3o mais eficientes u2013 nu00e3o poderu00e1 ser um erro estratu00e9gico.

Estamos a viver um momento de grande viragem, tanto no setor automu00f3vel como em toda a sociedade mundial. A transiu00e7u00e3o energu00e9tica nu00e3o vai acontecer. Ju00e1 estu00e1 a acontecer.

Se houver apoio de outras tecnologias para chegarmos ao objetivo de carbono zero (ou quase) entre 2040 e 2050, essa viagem poderu00e1 ser mais ru00e1pida e confortu00e1vel, sem clivagens entre pau00edses ricos e pobres, mas, tambu00e9m, nos pau00edses com mais qualidade de vida, entre os escalu00f5es superiores e inferiores da sociedade.

Claro que, aqui, entra uma nova lu00f3gica de mobilidade e de acesso a plataformas de transportes pu00fablicos, mas convu00e9m nu00e3o esquecer que nem todos os consumidores estu00e3o em zonas bem cobertas por transportes pu00fablicos e que o automu00f3vel continua, para a esmagadora maioria das famu00edlias, a ser uma necessidade quase tu00e3o premente como a habitau00e7u00e3o para o seu dia a dia.

O leitor lembra-se de eu ter escrito sobre a importu00e2ncia do equilu00edbrio em tudo na vida? Sustentabilidade u00e9 ambiental, mas, tambu00e9m, econu00f3mica e social. Nu00e3o deixemos ninguu00e9m para tru00e1s. Todos contam. Todas as tipologias su00e3o importantes. Haja equilu00edbrio mu00e1ximo rumo u00e0s emissu00f5es mu00ednimas

Apostar apenas numa tecnologia de automu00f3veis para as pru00f3ximas du00e9cadas pode acarretar perigos. Querer queimar etapas aumenta o risco de, ao querer avanu00e7ar, a sociedade seja, em breve, foru00e7ada a dar um passo atru00e1s.

Dados da ACAP (Associau00e7u00e3o Automu00f3vel de Portugal), revelam que, no ano 2000, a idade mu00e9dia do parque circulante no nosso pau00eds era de sete anos. Em 2021, essa idade mu00e9dia u00e9 de 13 anos.

Se apenas apoiarmos uma tecnologia, corremos o risco de estar a fazer uma transiu00e7u00e3o a conta-gotas, dado que apenas se apoia quem pode ter uma viatura elu00e9trica, – que, u00e0 data de hoje, tem um preu00e7o mu00e9dio de compra mais elevado – e aconselha a que o utilizador tenha como carregar em casa ou no emprego.

O leitor lembra-se de eu ter escrito sobre a importu00e2ncia do equilu00edbrio em tudo na vida? Sustentabilidade u00e9 ambiental, mas, tambu00e9m, econu00f3mica e social. Nu00e3o deixemos ninguu00e9m para tru00e1s. Todos contam. Todas as tipologias su00e3o importantes. Haja equilu00edbrio mu00e1ximo rumo u00e0s emissu00f5es mu00ednimas.

Todos os clientes contam

Aos operadores do setor automu00f3vel, seja da venda ou do pu00f3s-venda, importa estarem atentos u00e0s mudanu00e7as para se adaptarem a novas realidades de utilizau00e7u00e3o de veu00edculos, atu00e9 porque a necessidade de mobilidade pode estar a mudar, mas estaru00e1 sempre presente.

A Soc. Com. C. Santos, que, em 2021, assinalou 75 anos de existu00eancia, ju00e1 passou por vu00e1rias mudanu00e7as na mobilidade de particulares e empresas. O u201csegredou201d foi sempre procurar responder com qualidade u00e0s necessidades de todos os clientes.

Secu00e7u00e3o patrocinada por empresas que apoiam jornalismo de qualidade

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