Volante a tremer: como distinguir entre jantes, pneus e alinhamento

Trepidações no volante podem ter várias causas. Saber distingui-las poupa tempo, evita erros e impressiona o cliente mais exigente.
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Um cliente chega à oficina com uma queixa recorrente: “O volante treme em andamento.” Para muitos condutores, é apenas uma sensação incómoda. Para o mecânico, é um ponto de partida que exige atenção, método e experiência. Isto porque, por detrás de um sintoma aparentemente simples, podem esconder-se várias causas — e acertar no diagnóstico certo é meio caminho andado para uma reparação eficaz.

Uma das hipóteses mais comuns é a jante empenada. Após impactos em buracos ou passeios, especialmente com jantes de liga leve, pequenas deformações podem alterar o equilíbrio da roda. Mesmo com pneus bem calibrados, a trepidação persiste, sobretudo entre os 80 e os 120 km/h. Uma análise visual cuidadosa, complementada com a máquina de equilibrar, ajuda a confirmar a suspeita.

Ruído no rolamento

Mas não é a única explicação. Pneus deformados, com bolhas ou desgaste irregular, também originam desequilíbrios. Nestes casos, a vibração pode variar com a velocidade e ser acompanhada de um ligeiro ruído de rolamento. Verificar o estado do piso, a pressão e a data de fabrico (DOT) é essencial, sobretudo quando os pneus são antigos ou já foram sujeitos a más condições.

O alinhamento da direção entra, muitas vezes, na equação, não tanto como causa direta da vibração, mas como fator que agrava outros problemas. Uma direção desalinhada pode provocar desgaste irregular nos pneus ou amplificar desequilíbrios já existentes. Ao mínimo sinal de desalinhamento — como o carro a puxar para um lado — deve ser feito o ajuste e verificada a geometria.

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Causas escondidas

Também a equilibragem deve ser revista. Por vezes, a origem do problema está num simples contrapeso mal colocado ou perdido. Uma nova equilibragem, feita com rigor, pode resolver em poucos minutos aquilo que parecia ser um problema mais sério.

E há ainda casos em que a trepidação vem de elementos menos óbvios: casquilhos de suspensão, apoios do motor ou braços de direção com folgas. Componentes desgastados não só comprometem o conforto, como amplificam pequenas vibrações vindas da rodagem. Um levantamento do carro e a inspeção dos pontos de fixação são recomendáveis sempre que os sintomas persistem.

Mais do que encontrar a avaria, o segredo está em saber explicá-la bem ao cliente. Mostrar que houve uma análise cuidada e não uma simples troca de peças reforça a confiança e o profissionalismo da oficina. Porque, mesmo que o volante trema, o que o cliente quer sentir é segurança no serviço prestado.

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