“A indústria automóvel europeia enfrenta as transformações mais significativas da sua história. As tecnologias, os métodos de produção, os mercados e os intervenientes estão a evoluir rapidamente”, começa por enquadrar a Valeo.
“Face a esta revolução, investimos, substancialmente, na mudança para veículos elétricos e definidos por software. E já estamos a fornecer soluções para uma mobilidade mais sustentável, incluindo opções movidas a hidrogénio ou combustíveis eletrónicos”, sublinha a empresa, em comunicado.
Por tudo isto, “damos as boas-vindas aos novos participantes com confiança”, afirma a Valeo. “Enquanto intervenientes globais, já trabalhamos com fabricantes de automóveis não europeus e acolhemos com agrado novos concorrentes, uma vez que nos impulsionam a inovar ainda mais e a encontrar soluções para tornar os novos veículos mais acessíveis. No entanto, a concorrência deve ocorrer em condições equitativas”, adverte a Valeo.
8% do PIB europeu
“A indústria automóvel tem por base uma produção em massa que desempenha um papel importante nas economias nacionais e regionais. Não se limita aos fabricantes de automóveis, mas envolve toda uma rede de fornecedores e contribuintes indiretos responsáveis por 75% do valor do conteúdo dos veículos”, recorda a Valeo.
“Na Europa, este ecossistema de fornecedores representa 8% do PIB e 13 milhões de empregos, com impacto semelhante observado em outras regiões do mundo”, acrescenta.
Nos últimos anos, as mudanças geopolíticas e as sucessivas crises globais alteraram o equilíbrio competitivo entre as regiões. Desde a covid-19, a diferença de competitividade entre a China e a Europa aumentou uns impressionantes 25 pontos. Como resultado, países de todo o mundo introduziram medidas para promover a concorrência leal e reter valor acrescentado localmente.
“Por exemplo, os EUA reviram o USMCA com o Canadá e o México para introduzir uma medida que exige que os produtos dos fabricantes incluam um limite obrigatório de 75% de conteúdo de produção local”, diz.
“Esta abordagem protege não só os fabricantes de automóveis, como acontece com uma política exclusivamente tarifária, mas, também, todo o ecossistema automóvel, garantindo que os produtos não são apenas montados na América do Norte, mas incluem um valor acrescentado significativo produzido na região”, afirma a mesma fonte.
Concorrência leal
“Chegou a altura de a Europa tomar medidas semelhantes e implementar regulamentos comparáveis que exijam conteúdos de valor acrescentado na Europa. Isto reforçará a soberania europeia, protegendo, ao mesmo tempo, a concorrência leal”, defende a Valeo.
“Sem esse mecanismo, corremos o risco de uma grande perda de valor entre os fornecedores de automóveis e os fabricantes de equipamentos, o que enfraqueceria, significativamente, todo o setor”, acrescenta a empresa.
“À medida que nos esforçamos para reduzir, drasticamente, as emissões de CO2, é, também, essencial evitar concentrar-nos apenas no custo de materiais e equipamentos”, diz a empresa. E vai mais longe: “Importar equipamentos de países de baixo custo sem considerar o impacto climático do seu transporte e produção é contraproducente e prejudica a concorrência global justa”.
“Hoje”, continua a Valeo, “instamos a União Europeia a definir, no âmbito de uma estratégia industrial global, metas claras de conteúdo regional para a indústria automóvel e a aproveitar todas as ferramentas para as alcançar”. Mais: “Achamos que é urgente ter uma política industrial clara para a principal cadeia de valor intermédio, o maior contribuinte para o emprego e a inovação”, salienta a empresa.
Os fornecedores de automóveis desenvolvem inovações que tornam a transformação em realidade. “O foco deve, agora, mudar para fazer com que a transição funcione para a nossa indústria na Europa”, conclui a Valeo.
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