Passu00e1mos quase um ano a ser atropelados por acontecimentos e notu00edcias, que estavam para lu00e1 do nosso controlo e, nu00e3o poucas vezes, escapavam u00e0 nossa perceu00e7u00e3o e entendimento.
E quando a ciu00eancia no finalzinho do ano nos devolveu alguma esperanu00e7a, atravu00e9s da ju00e1 hu00e1 muito aguardada vacina, que u201cprometia e garantiau201d um ano de 2021 melhor do que aquele que, hu00e1 pouco, acabou, nu00e3o soubemos como comunidade aguentar um derradeiro esforu00e7o de afastamento social no Natal e nos dias que o antecederam, com os resultados que, infelizmente, todos conhecemos. Um inu00edcio de ano que comeu00e7a como acabou o anterior: muitos infetados, muitas mortes, nova paragem da economia e na vida dos portugueses.
Nunca a palavra recomeu00e7ar fez tanto sentido. O ano de 2020 por ter terminado, mas a pandemia ainda nu00e3o. Temos vacina. Temos um plano de vacinau00e7u00e3o, mas nu00e3o hu00e1 garantias da sua concretizau00e7u00e3o nas datas previstas, tal u00e9 o conjunto de atrasos, mentiras e desinformau00e7u00e3o, para as quais ainda nu00e3o aprendemos, decerto, a defender-nos.
Com o ano novo, veio nova paragem nas empresas, na economia. Quando parecia certo que as nossas vidas iam, paulatinamente, regressar u00e0 normalidade, somos atropelados por mais um confinamento. Resta-me a satisfau00e7u00e3o de verificar que as oficinas, as lojas de peu00e7as e a grande maioria dos expositores da expoMECu00c2NICA, continuam de portas abertas e a lutar pela sua existu00eancia e sucesso.
Infelizmente, ju00e1 nu00e3o se pode dizer o mesmo das feiras comerciais. Os eventos e espetu00e1culos, para alu00e9m de ter sido o setor que mais sofreu com a crise sanitu00e1ria – haja visto que fomos praticamente proibidos de trabalhar -, nu00e3o existe o suporte de um quadro legal favoru00e1vel e consistente com a nossa atividade que nos permita planear o regresso u00e0 atividade ainda em 2021, como u00e9 nosso veemente desejo.
As feiras de negu00f3cios foram e sempre seru00e3o um meio para recuperarmos a economia e aproximarmos as pessoas. u00c9, portanto, legu00edtimo reclamar das autoridades mais proteu00e7u00e3o, mas, sobretudo, o que pretendemos u00e9 legislau00e7u00e3o que nos permita trabalhar e fazer o que mais gostamos.
Neste contexto, regista-se, como exemplo a seguir, a forma como as autoridades alemu00e3s estu00e3o a encarar esta questu00e3o do quadro legal, ao terem criado novos regulamentos que permitem o reinu00edcio das feiras comerciais.
As feiras de negu00f3cios foram e sempre seru00e3o um meio para recuperarmos a economia e aproximarmos as pessoas. u00c9, portanto, legu00edtimo reclamar das autoridades mais proteu00e7u00e3o, mas, sobretudo, o que pretendemos u00e9 legislau00e7u00e3o que nos permita trabalhar e fazer o que mais gostamos
Josu00e9 Manuel Costa, Diretor da expoMECu00c2NICA
Apesar dos desafios persistentes da pandemia, as autoridades alemu00e3s comeu00e7aram, em maio, a enviar sinais de que as feiras comerciais poderiam reiniciar-se. As exposiu00e7u00f5es, agora, nu00e3o su00e3o mais consideradas eventos de massa e estu00e3o sujeitas a diferentes regulamentos da covid-19 e leis estaduais.
Se os regulamentos de higiene e de distanciamento social forem mantidos, as feiras podem ser realizadas novamente. Este desenvolvimento foi acompanhado pela reabertura de fronteiras, hotu00e9is e restaurantes no final da primavera de 2020.
Enquanto isso, em Portugal continuamos a colocar tudo dentro do mesmo saco, designado de eventos. Cabem lu00e1 a expoMECu00c2NICA, as feiras que se realizam na Exponor ou na FIL, os festivais de veru00e3o, as conferu00eancias… Sem fazer distinu00e7u00e3o entre as diferentes realidades.
A legislau00e7u00e3o em vigor reza que, para alu00e9m das ju00e1 conhecidas normas de sociabilizau00e7u00e3o u2013 cumprimento das regras de etiqueta respiratu00f3ria, desinfeu00e7u00e3o das mu00e3os e uso obrigatu00f3rio de mu00e1scara em espau00e7os fechados -, deve respeitar diversas medidas de seguranu00e7a, sendo uma das normas de maior destaque o respeito pela ocupau00e7u00e3o mu00e1xima de cada espau00e7o (uma pessoa por cada 20 m2).
Usando a expoMECu00c2NICA como exemplo, estaru00edamos a falar em ter cerca de 2.000 pessoas (no mu00e1ximo) em permanu00eancia a visitar a feira! Sem du00favida que os resultados nu00e3o seriam bons para visitantes, expositores e organizau00e7u00e3o.
Urge legislar e separar as diferentes realidades, para nu00e3o penalizar ainda mais um setor que tem sofrido a bem sofrer. Mantemo-nos em contacto, partilhando uma palavra de u00e2nimo e de esperanu00e7a, que nos encoraje a todos a resistir e a regressarmos mais fortes.
A todos um bom Ano Novo!