Travão esponjoso: como identificar se problema está no ar ou no cilindro mestre

Um travão com resposta esponjosa é sempre sinal de alerta. Saber distinguir a origem poupa tempo, aumenta a segurança e evita repetir serviços.
Check-up Media car pedals

O cliente carrega no pedal do travão e descreve uma sensação estranha: o pedal afunda demasiado ou parece “esponjoso”. Para quem está ao volante, é um desconforto. Para quem está na oficina, é um sintoma que não pode ser ignorado. A resposta do sistema de travagem deve ser firme, imediata e previsível. Quando não é, o risco é sério e o diagnóstico tem de ser rápido e certeiro.

Na maioria dos casos, um pedal esponjoso indica presença de ar no circuito hidráulico. Seja devido a fuga, a uma reparação recente mal sangrada ou a mudança incompleta de fluido, o ar impede a transmissão correta da pressão ao sistema de travagem. O pedal cede progressivamente, sem força real nas rodas. Uma purga completa, com atenção especial às rodas mais afastadas do cilindro mestre, costuma resolver o problema.

Falha no cilindro mestre?

Mas há situações em que, mesmo após purgar bem, o sintoma persiste. É, aqui, que entra a segunda hipótese: falha no cilindro mestre. Quando os vedantes internos estão danificados ou quando há desgaste nas superfícies de contacto, o fluido escapa de forma interna, sem criar a pressão necessária. O pedal afunda, mesmo sem fugas visíveis. Nestes casos, não adianta sangrar — é necessário substituir ou reparar o cilindro.

Outros fatores podem agravar o problema. Tubos de borracha muito antigos ganham elasticidade excessiva, expandem com a pressão e transmitem a tal sensação de “esponja”. Travões traseiros com afinação deficiente ou componentes mal montados também provocam percursos excessivos no pedal. Em veículos com ABS, o ar retido no bloco hidráulico exige equipamento específico para uma purga completa.

Problemas nos flexíveis

O segredo está na observação. Um pedal que melhora ao bombear, mas volta a ceder, sugere ar no circuito. Um pedal que afunda mesmo parado, sem fugas externas, aponta para o cilindro mestre. E um pedal que só reage em travagens fortes pode indicar problemas nos flexíveis ou nas próprias pinças.

Além da técnica, a comunicação com o cliente é fundamental. Explicar as possíveis causas, descrever o processo de verificação e partilhar as soluções encontradas reforça a imagem de competência da oficina. Um travão pode falhar por muitos motivos. Mas a confiança do condutor, essa, não pode vacilar.

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