TPMS: pequeno sensor, grandes dores de cabeça

Um simples erro ao substituir ou programar o TPMS pode gerar avisos persistentes e problemas sérios. Saber intervir faz toda a diferença.
Check-up Media TPMS

Desde 2014, todos os veículos novos vendidos na União Europeia são obrigados a incluir um sistema de monitorização da pressão dos pneus (TPMS, na sigla em inglês). Mas o que veio por segurança trouxe, também, novos desafios técnicos e, por vezes, dores de cabeça para as oficinas.

Apesar de discreto, o sensor de pressão dos pneus é um componente altamente sensível. Está sujeito a vibrações, sujidade, temperaturas extremas e, claro, ao desgaste da própria bateria, que tem uma duração média entre 5 e 10 anos. Quando é preciso substituir o sensor ou realizar a mudança de pneus, o cuidado tem de ser redobrado.

Versões específicas

Um dos erros mais comuns é a montagem de sensores inadequados ou mal codificados. Nem todos os sensores são iguais: existem versões específicas para cada marca, modelo e ano, além das diferenças entre sensores OEM e universais. Os sensores programáveis exigem codificação com equipamento próprio e, muitas vezes, a introdução manual do ID original.

Quando isso falha, o resultado é simples: o sistema TPMS não reconhece o sensor, a luz no painel continua acesa e o cliente volta insatisfeito à oficina — ou pior, a outro lado. O caso torna-se mais complicado se o veículo recorre a TPMS direto (com sensor físico) e o técnico assume que se trata de um sistema indireto (por ABS).

Outro cuidado fundamental a ter é com a válvula: deve ser sempre substituída ou, pelo menos, verificada. As borrachas envelhecem, as porcas de fixação podem oxidar e, em muitos casos, uma fuga lenta é confundida com um problema de sensor.

Pressão recomendada

Após a montagem, é essencial seguir todos os passos de calibragem e reinicialização — e confirmar que o sistema está a ler, corretamente, os quatro pneus. Uma pressão mínima fora do recomendado pode ser suficiente para manter o aviso aceso, mesmo com tudo a funcionar.

O TPMS é uma mais-valia para a segurança rodoviária, mas só cumpre o seu papel se for bem tratado. Conhecer os seus segredos, usar equipamento adequado e investir um pouco mais de tempo pode evitar trabalho duplicado, erros e quebra de confiança com o cliente. Porque, neste caso, um pequeno sensor pode ser o grande termómetro da qualidade da intervenção.

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