Nos últimos 40 anos, os SUV impuseram-se de tal modo na linguagem corrente internacional, que quase esquecemos o que significam estas três letras. “Por detrás delas, há um turbilhão semântico que inclui várias considerações e as próprias palavras não têm exatamente o mesmo significado, dependendo do país onde são utilizadas”, adianta a Cetelem, que realizou um estudo onde prova que, muitos automobilistas, em Portugal, estão enganados quanto ao segmento do modelo que adquiriram…
A designação de SUV tem vindo a ser utilizada, frequentemente, como nome comum, mas corresponde, na verdade, a um acrónimo: Sport Utility Vehicle. No seu sentido literal em português, “utilitário” pode referir-se à natureza prática deste tipo de veículo, enquanto “desportivo” fará alusão à noção de lazer ao ar livre.
A identidade dos SUV parece, no entanto, ser, hoje, confusa para os consumidores, para o qual contribui a origem incerta do termo, que parece mesmo ser anterior aos veículos que designa atualmente, mas, também, devido à grande diversidade da gama existente hoje e ao facto de o acrónimo SUV ter sido substituído pelas marcas nas traseiras de muitos veículos por outras designações, como crossovers e 4×4, entre outras.
“Os 11 mil automobilistas questionados na edição de 2022 do Observador Cetelem Automóvel testemunham esta imprecisão que rodeia a identidade do SUV, revelando dificuldades na distinção desta gama entre vários modelos de automóveis. Uma questão particularmente relevante se quisermos identificar quais os fatores que têm contribuído para o sucesso e aumento das vendas destes veículos, num cenário de crise no setor”, explica o observatório.
“No inquérito, foi pedido aos automobilistas que identificassem, por exemplo, entre nove silhuetas, as que eram SUV. Entre elas, apenas o Greatwall Haval, o Honda CRV e o Range Rover foram percecionados enquanto SUV por um em cada dois indivíduos, ao passo que o Peugeot 3008 é tido como pertencente a esta família de veículos apenas por um quarto dos inquiridos”, revela.
“No mesmo sentido”, sublinha o estudo da Cetelem, “quando questionados se são ou não proprietários de um SUV, os indivíduos revelam uma imprecisão na identificação desta tipologia de veículo”.
Mais: “E os portugueses não são exceção. Os dados obtidos revelam que 49% dos automobilistas em Portugal, que acreditam ser proprietários de um SUV, estão enganados – mais 5% do que a média global –, e 3% dos que são, efetivamente, proprietários asseguram, de modo incorreto, não possuir um SUV – menos 2% face à média global”, acrescenta.
Tal como no caso português, também nos restantes países os indivíduos fazem confusão na hora de identificar o que é ou não um SUV.
“Globalmente, apenas 5% dos proprietários de um SUV afirma não o ser. Já os que pensam ser proprietários de um SUV, embora não o sejam, são mais (45%)”, afirma.
“Países como o Brasil, México e Turquia representam o maior número de erros de perceção (68%, 62% e 61%, respetivamente). Por outro lado, as falhas de conhecimento são menos significativas em alguns países europeus, como é o caso de Itália, Noruega e França (22%, 30% e 34%, na devida ordem)”, acrescenta o estudo.
Para o Observador Cetelem Automóvel 2022, a definição utilizada foi suficientemente ampla para refletir a multiplicidade deste segmento, incluindo todas as viaturas do tipo familiar, com linhas similares às dos todo-o-terreno desportivos.
“Apesar da diversidade da gama, foram, também, consideradas certas particularidades que caracterizam todos os SUV: veículo e posição de condução elevados; altura, volume e interior generoso em comparação com veículos do mesmo tamanho. Embora isto não seja uma regra geral, alguns SUV podem ainda ter tração às quatro rodas ou capacidades de reboque elevadas”.
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