O peso do setor automóvel para a economia de Portugal é considerável. Segundo a Associação Automóvel de Portugal (ACAP), contribuiu com 42,6 mil milhões de euros para a economia nacional, representando 7,7% da faturação da totalidade das empresas lusas.
Os números (do INE) dizem respeito a 2023 e reforçam a importância do setor para o panorama económico nacional que, já em 2024, gerou 10,9 mil milhões em receitas fiscais – 17,8% das receitas fiscais do Estado.
Os dados foram revelados, ontem, em conferência de imprensa, pela ACAP, que, no seu balanço anual, sublinhou ainda que a produção automóvel aumentou 4,5% no ano passado.
Produção elevada
Ficando apenas atrás de 2019 (com 345.688 veículos), a produção de 2024 foi a mais elevada da última década, destacando-se, também, desde o final da pandemia. Com um total de 332.546 veículos produzidos, a ACAP identifica a “Europa como o principal mercado exportador do setor, com um peso de 87,6%”.
No total, chegaram às estradas portuguesas 209.715 novos veículos ligeiros de passageiros em 2024, ou seja, mais 5,1% de matrículas em comparação com 2023.
No seguimento das tendências já identificadas nos anos anteriores, os veículos movidos a energias alternativas continuam a liderar as matrículas dos modelos ligeiros de passageiros novos, representando um peso de 57%.
“Destaque para as viaturas elétricas (BEV), com 41.757 matrículas nos ligeiros de passageiros, o que representa 20% do total de ligeiros de passageiros matriculados”, refere.
“Ainda nesta categoria, o último mês de 2024 registou um recorde de matrículas (5.142), tendo sido o primeiro mês em que se atingiram valores na casa das 5.000 unidades”, sublinha a ACAP.
Quanto às matrículas de veículos ligeiros passageiros elétricos, Portugal posiciona-se em sexto lugar a nível europeu, com 19,9% de matrículas em 2024. Na liderança, destaca-se a Dinamarca, com 51,5%.
Parque a combustão…
“Embora haja uma maior consciencialização no momento da aquisição de veículos novos, o parque automóvel português continua a apresentar números pouco sustentáveis: com a esmagadora maioria dos carros movidos a combustíveis fósseis – apenas 9% são veículos de energias alternativas –, em 2024, encontravam-se a circular, em Portugal, cerca de 1,5 milhão de automóveis com mais de 20 anos de idade”, esclarece a ACAP.
O setor automóvel tem definidas, ao nível da União Europeia, metas muito claras quanto à redução de emissões. Neste momento, a regulamentação europeia estabelece que, a partir de 2035, apenas poderão ser matriculados veículos novos com zero emissões.
“Para atingir este objetivo, torna-se necessário que os Governos implementem um sistema de incentivos à aquisição destes veículos e que, por outro lado, se invista numa rede de carregamento robusta para fazer face ao aumento da sua procura”, reforça a mesma fonte.
Desafios para 2025
Perante os desafios que o setor automóvel enfrenta, a ACAP destaca a necessidade de se “reforçar o Sistema de Abate de Veículos em Fim de Vida, alargando o seu âmbito além da aquisição de veículos elétricos e aumentando o número de veículos elegíveis no programa, promovendo a renovação da frota de forma mais inclusiva”, preconiza.
Paralelamente, a associação defende que manter objetivos claros para a expansão da rede de postos de carregamento “é vital para acompanhar o crescimento da mobilidade elétrica”, diz. Neste âmbito, a ACAP vai continuar a apostar na colaboração com a Mobi.e, aproveitando o Observatório criado para monitorizar e otimizar o desenvolvimento destas infraestruturas.
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