Os sensores de NOx tornaram-se comuns nos veículos Diesel modernos, sobretudo em motores com sistema SCR (redução catalítica seletiva). A sua função é medir os óxidos de azoto nos gases de escape, antes e depois do catalisador, garantindo que as emissões estejam dentro dos limites. Quando falham, os sintomas variam: luz de motor acesa, modo de segurança ativado ou consumo anormal de AdBlue.
No entanto, um erro muito comum nas oficinas é diagnosticar o sensor como defeituoso apenas com base no código de avaria. Apesar do preço elevado — e da tentação de substituí-lo de imediato — há várias causas possíveis para leituras fora do normal que não implicam um sensor danificado.
Cristalização de AdBlue
Uma das mais frequentes é a cristalização de AdBlue no sistema de injeção do SCR. Se houver depósitos no injetor ou fugas na linha, o catalisador não consegue funcionar corretamente e o sensor deteta emissões elevadas — não por falha sua, mas porque o sistema não está a reduzir o NOx como devia.
Outra causa comum é o envelhecimento do catalisador. Com o tempo, a capacidade de conversão química diminui e os sensores indicam valores elevados a jusante, levando a erros, como “eficácia do catalisador abaixo do limite”. Substituir o sensor nestes casos é inútil.
Estado do motor
Também é importante considerar o estado do motor a montante: combustão incompleta, EGR a funcionar mal ou injetores com má pulverização aumentam o NOx produzido. O sensor está apenas a reportar um problema real — e não é o responsável.
Na hora do diagnóstico, deve confirmar-se o funcionamento do sensor através de leitura em tempo real, verificando se responde a variações de carga e temperatura.
Se estiver a enviar valores fixos ou fora do intervalo normal, pode estar avariado. Mas se os valores forem coerentes com a situação do motor, o problema está noutro lado.