António José Conceição Oliveira. Ou melhor, Toni. Nome maior do Benfica, eterno capitão e patrão do meio-campo – e, mais tarde, treinador – está para o futebol como para a própria vida. Jogo prático e simplicidade de processos.
Na estrada, a estratégia continua a ser a mesma, como confirma, na visita à Oficina Vip, no intervalo do trabalho de comentador oficial do Canal 11. “Atualmente, conduzo um smart. É muito prático e tem uma grande mobilidade. Além disso, é muito fácil de estacionar”, explica Toni.
Uma vez mais, o lado racional. Pragmático. “Utilizo o carro dentro da cidade, exceto uma ou outra vez. Só meia dúzia de vezes, por ano, é que faço um percurso maior. 90% da utilização do carro é num raio de 50 km em cidade”, diz.
Mas será que a forma de estar ao volante também encaixa neste perfil? “Sim. Tento ser calmo”, garante Toni. “É importante estarmos concentrados e contar não apenas connosco, mas, também, com os outros”, sublinha.
Experiência de condução, de resto, não falta a Toni. Tirando o Irão, onde deu uma das mais virais conferências de imprensa, ao serviço do Traktor, em 2012 – onde não conduziu, ou ainda mandaria algum condutor mais imberbe e petulante dormir – teve muitos outros episódios a registar. Dos Emirados Árabes Unidos (pelo Sharjah, em 2009), passando pela Arábia Saudita (2011, ao serviço do Al-Ittihad) e, também, pelo Egito (Al Ahly, 2003).
“É uma outra cultura, também na estrada, mas consegues habituar-te”, adianta à Oficina Vip. E assegura: “Quem conduziu no Cairo, conduz em qualquer parte do mundo. É outra cultura, outra forma de estar, muito diferente da Europa”, afirma.
“No Cairo, já lá vão 20 anos. Era uma densidade enorme de carros e um parque automóvel tão envelhecido… Lembro-me que, numa via com cinco faixas, quem ia mais à esquerda e quisesse sair à direita, cortava tudo a direito. Não é como na Europa, em que começamos a encostar à direita. Não, lá faziam tudo a direito. E, de vez em quando, lá corria mal, claro”, recorda.
Calma e tolerância
O que irrita Toni na estrada? Pouco. Procura manter-se num estado de espírito que o proteja de problemas ao volante. Uma forma de inteligência. Por vezes, admite, ainda sai um “passa por cima” ou um “o que é que este gajo quer?”, mas são mais comentários mentais do que outra coisa.
“De pequenas situações, muitas vezes, nascem grandes problemas. Quando se sai do carro ou se abre a janela para discutir. Sabe-se lá quando vem alguém com uma barra de ferro ou uma caçadeira? Temos de ter mais calma e de ser mais tolerantes”, preconiza.
O lado prático manifesta-se, também, nas manutenções e revisões do smart. Nem muda pneus, nem verifica o óleo. Já foi tempo disso. “Não faço. Peço à assistência. Se sei mudar um pneu? Há muitos anos ainda mudava. E o óleo. Agora, já não faz sentido. Chamo um profissional para o fazer. Por algum motivo tenho seguro. Usufruo dele”…