Existe um mundo de diferenças entre a realidade do mercado da distribuição de peças multimarca para pesados em 1995 e a atual. E poucas empresas as conhecem melhor do que a Motorbus Bus & Truck, fundada há 28 anos e, hoje, um gigante no setor, com números sempre em sentido ascendente.
Em entrevista ao Check-up, Joel Lebre, general manager, recorda as dificuldades dos primeiros tempos e a forma como o mercado era “fechado” e concentrado”. Os conselhos do pai e fundador, Óscar Pereira, e a forma como gere a empresa – juntamente com o irmão, Pedro Lebre – também não ficaram de fora nesta conversa.
A Motorbus comemora, em agosto próximo, 28 anos. Nesta reta final para os primeiros 30 anos da empresa, qual é a memória mais marcante que guarda?
A Motorbus teve passos marcantes, casos da inauguração dos três atuais pontos de venda existentes: Gaia, em 2007, Castanheira do Ribatejo, em 2018, e Leiria, em 2021, assim como o evento do 20.° aniversario, que decorreu em 2016.
Na altura da fundação da empresa, o negócio de peças para pesados era muito diferente do atual?
Sim, era muito distinto. Começámos mais vocacionamos para a área das peças para autocarros e, desde 2006 e 2007, enveredámos mais para a parte do camião e semirreboque. Na altura, a distribuição era muito fechada e o mercado estava muito concentrado.
O que teria feito diferente nesta caminhada?
Penso que o trabalho feito foi bom e é para continuar, pelo que não faríamos nada de diferente.
Qual o melhor conselho alguma vez dado pelo seu pai (e fundador da empresa, Óscar Pereira)?
Capacidade de ação e um trabalho contínuo, dia após dia, com espírito de responsabilidade, humildade e ambição.
A Motorbus é uma empresa com um ADN familiar. Quais são as vantagens de trabalhar diretamente com pessoas do mesmo sangue?
No nosso caso, corre bem. A gestão é feita, atualmente, por mim e pelo Pedro. Pensamos o negócio da mesma forma. Logo, é fácil.
Também há desvantagens?
Não olhamos nesse sentido.
Os números da Motorbus só parecem conhecer uma direção: para cima. A que se deve este crescimento contínuo da empresa?
A um trabalho sustentado, ano após ano, a uma grande capacidade de laboração, a parcerias com os nossos fornecedores e ao serviço ao cliente, assim como dispormos de uma equipa bastante competente, responsável e ambiciosa que nos ajuda no dia a dia. É o resultado do esforço de uma equipa coesa e forte.
Qual o balanço destes primeiros quatro meses do ano?
O primeiro trimestre foi muito bom, atendendo, também, ao mês de março, que foi muito longo em termos de dias úteis. Creio que terá sido um trimestre bom para todos.
O mês de abril, atendendo a todas as interrupções existentes, normalmente, abranda um pouco. Mas está em linha com o nosso objetivo.
No início deste ano, a Motorbus recebeu o Prémio Expresso PME/Caixa TOP CGD. Contava com esta distinção?
Foi a primeira vez que recebemos essa distinção. Enche-nos de orgulho e não estávamos a contar com ela.
A capacidade (e a qualidade) do stock continua a ser um fator determinante para o sucesso da Motorbus?
Esse é um dos nossos lemas: ter stock e produto para satisfazer o cliente. Fizemos um investimento, nos últimos anos, em stock nas três lojas, de forma a que o cliente possa ter a peça que necessita no ponto de venda mais perto de si.
Que balanço faz da participação, em abril deste ano, na expoMECÂNICA?
A participação foi bastante positiva. A Motorbus, pela responsabilidade que tem no mercado de aftermarket para pesados, tem de estar presente, pelo que é um espaço em que aproveitamos para receber os nossos clientes e fornecedores.
A eletrificação do setor dos pesados é algo preocupante para a Motorbus? Ou ainda estaremos longe desta realidade?
Estamos atentos a essa situação, mas pensamos que, na questão do camião, não seja tão fácil implementar. É mais fácil no autocarro – em que é algo que já existe -, mas, conforme disse, estamos atentos.
Vila Nova de Gaia (1995 e 2008), Castanheira do Ribatejo (2018) e Leiria (2022). O próximo destino?
De momento, não contamos abrir mais nenhum novo ponto de venda. Temos a ambição de dispor de umas novas instalações em Canelas, situação que começaremos a colocar em prática em 2023/2024.