A logística dos distribuidores de peças para automóveis está a atravessar uma transformação profunda. A crescente digitalização, a pressão por maior eficiência e a necessidade de soluções sustentáveis impulsionam mudanças estratégicas na gestão de stocks e armazéns.
Estudos europeus, como o relatório da CLEPA (Associação Europeia de Fornecedores de Automóveis), apontam para uma revolução impulsionada por quatro grandes tendências: automação e Inteligência Artificial (IA), sustentabilidade, centralização logística e integração de cadeias de abastecimento.
Automação e IA
Os armazéns dos distribuidores estão a tornar-se cada vez mais automatizados, reduzindo custos operacionais e aumentando a rapidez na entrega. Robots de picking, veículos autónomos e sistemas de IA já otimizam a gestão de stocks, minimizando erros e garantindo maior precisão.
Segundo um estudo da McKinsey, a adoção de IA pode aumentar a eficiência logística até 30%, reduzindo tempos de processamento e custos com armazenagem.
A sustentabilidade deixou de ser apenas uma preocupação ambiental e passou a ser uma exigência de mercado. A otimização das rotas de distribuição, a utilização de embalagens ecológicas e a eletrificação das frotas são algumas das medidas adotadas pelos principais distribuidores europeus.

Além disso, há uma tendência crescente para a redução de stocks através de modelos just-in-time, minimizando desperdícios e reduzindo o impacto ambiental. Um relatório da Frost & Sullivan estima que, até 2030, a logística verde seja um diferencial competitivo essencial no aftermarket.
Centralização e mega-hubs
A descentralização dos armazéns, outrora vista como solução para garantir disponibilidade, está a dar lugar à centralização em mega-hubs estratégicos.
Estes centros de distribuição de grande dimensão, localizados em pontos-chave, permitem um abastecimento mais rápido e eficiente, graças à digitalização e a modelos de expedição acelerada. A Amazon e a DHL já demonstram o sucesso deste modelo, com os distribuidores de peças para automóveis a seguirem o mesmo caminho.
A conectividade entre fabricantes, distribuidores e oficinas é um fator crítico para a eficiência logística. Plataformas digitais permitem previsões de procura mais precisas, gestão automatizada de encomendas e reposição de stocks em tempo real.
A integração de ERP (Enterprise Resource Planning) com sistemas logísticos avançados está a tornar-se num standard, reduzindo ruturas de stock e otimizando a distribuição.