A produção de veículos em Portugal registou uma quebra acentuada em abril de 2025. De acordo com os dados divulgados pela ACAP, saíram das fábricas nacionais 27.226 viaturas, menos 11,4% do que no mesmo mês do ano anterior. Este recuo representa cerca de 3.500 unidades a menos face a abril de 2024.
O cenário negativo estende-se ao acumulado do ano. “Entre janeiro e abril, foram produzidos, em Portugal, 108.472 veículos, o que traduz uma descida de 14,1% em comparação com o mesmo período de 2024”, avança a associação. Estes números refletem os desafios que o setor enfrenta, nomeadamente ao nível da procura internacional e da estabilidade das cadeias de abastecimento.
Destino? Europa
Apesar da quebra na produção, a vocação exportadora da indústria automóvel portuguesa mantém-se clara e decisiva. “Nos primeiros quatro meses deste ano, 97,4% das viaturas produzidas em território nacional destinaram-se a mercados externos, contribuindo, significativamente, para o saldo positivo da balança comercial do país”.
“A Europa continua a ser o principal destino das exportações, representando 87% do total”, revela a ACAP. Alemanha (19,1%), Itália (12,3%), França (11,2%) e Espanha (10%) lideram entre os países de destino.
Em termos de grandes regiões, o continente americano surge em segundo lugar, com destaque para o Chile (3,1%), seguido pela Ásia e África, com 3,1% das exportações.

Também a montagem de veículos pesados em Portugal apresentou resultados negativos. “Em abril, foram montados apenas 17 veículos, uma queda de 26,1% face ao mesmo mês do ano passado”, adianta.
No acumulado de janeiro a abril, a quebra é ainda mais significativa: -34,7%, com apenas 66 veículos montados. Todos os veículos montados neste período foram pesados de passageiros.
Momento de retração
Ainda assim, a quase totalidade dos veículos montados — 98,5% — foi exportada, com a Alemanha (90,8%) e a Inglaterra (9,2%) a absorverem a totalidade das 65 unidades exportadas.
O setor automóvel português atravessa, assim, um momento de retração na produção, mas mantém a sua força enquanto motor de exportações, evidenciando a importância estratégica que tem na economia nacional.
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