A posição do automóvel na cidade, tem sido contestada. Segundo o Observador Cetelem, oito em cada 10 portugueses gostaria que a sua utilização fosse reduzida.
O objetivo não é fazê-lo desaparecer, mas sim repensar a sua utilização, abrindo caminho a outras formas de transporte, de preferência mais sustentáveis e sem emissões de carbono – uma coabitação urbana sustentável.
Nesta perspetiva, 82% dos inquiridos pelo estudo é a favor da existência de mais espaços adequados para outras formas de mobilidade: a pé, bicicleta, trotineta, entre outras formas, mesmo que isso implique penalizar ou restringir o uso do automóvel.
“Em Portugal, este número aumenta para 92% e é, a par da China, o segundo país inquirido com o valor mais alto, só superado pelo Brasil (96%). Este desejo de coabitação urbana entre todos os meios de transporte é partilhado pelos 15 países inquiridos, mas é curiosa a divisão geográfica”, explica o Observador Cetelem.
E vai mais longe: “De um lado, temos os países emergentes e mediterrânicos – também a China -, como os maiores defensores deste conceito. Por outro, a França, a Alemanha e a Bélgica, os três países onde a ecologia política é mais expressiva, que parecem mostrar convicções mais fracas, talvez por se tratar de uma realidade que tem já maior expressão”.
Sobre este tema da coabitação urbana, os resultados do estudo revelam duas posições opostas em relação às medidas para restringir o tráfego e a poluição dos veículos motorizados, como portagens urbanas e proibição de circulação a determinados veículos, entre outros. Por um lado, estas medidas são consideradas úteis e indispensáveis para 75% dos inquiridos. Por outro, são consideradas muito numerosas (54%) e restritivas (65%).
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