Portugal apresenta um dos piores desempenhos da União Europeia em redução da sinistralidade rodoviária, de acordo com o Relatório Anual do Índice de Performance de Segurança Rodoviária (PIN), divulgado pelo Conselho Europeu de Segurança dos Transportes (ETSC).
“Entre 2014 e 2024, o nosso país registou uma redução de apenas 0,6% no número de mortos na estrada, passando de 638 para 634 vítimas mortais”, revela a Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP), em comunicado.
Este abrandamento contrasta, fortemente, com a média europeia, que conseguiu uma diminuição de 17,2% no mesmo período. “Só em 2024, morreram 634 pessoas nas estradas portuguesas, menos oito do que no ano anterior, o que representa uma descida de apenas 1,2%”, revela.
“Valores muito aquém da redução anual de 6,1% necessária para atingir o objetivo europeu, de cortar em 50% o número de mortes rodoviárias até 2030”, sublinha a mesma fonte.
Registo negro
Outro dado preocupante é a taxa de mortalidade rodoviária portuguesa, que se “mantém nos 60 mortos por milhão de habitantes — bastante acima da média da UE, que se fixa nos 45 mortos por milhão”, diz.
“Países como a Noruega (16/milhão) e a Suécia (20/milhão) continuam a liderar em matéria de segurança rodoviária, enquanto Portugal se afasta do pelotão da frente”, sublinha a PRP.
Pior ainda, o relatório revela uma subida de 24,4% no número de feridos graves ao longo da última década. “Mesmo quando os acidentes não resultam em morte, a gravidade das lesões tem vindo a agravar-se, contrariando os objetivos de redução da sinistralidade e aumentando os custos sociais e económicos dos sinistros”, salienta.
Mudar estratégia
Face a este cenário, a PRP sublinha a urgência de mudar de estratégia. “O relatório PIN 2025 serve como um alerta inequívoco: sem uma mudança de paradigma na abordagem à segurança rodoviária, Portugal corre o risco de ficar, progressivamente, mais distante dos seus parceiros europeus na proteção dos cidadãos nas estradas”, alerta Rosa Pita, vice-presidente da PRP.
A organização defende “mais investimento em segurança, fiscalização inteligente, infraestruturas seguras e educação rodoviária eficaz como pilares de uma política nacional capaz de inverter esta tendência negativa”.
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