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Pode a pintura automóvel do futuro resistir a todo o tipo de agressões?

Novas tecnologias e materiais tem levado o setor a criar produtos duráveis e resistentes, capazes de suportar temperaturas elevadas e arranhões profundos.
Check-up Media Honda Civic concept

A pintura automóvel continua a ser um dos principais fatores de atração visual de um veículo. Para alguns, é a até o primeiro aspeto em que reparam quando olham para um carro. No entanto, além de ser um elemento estético, a pintura desempenha um papel fundamental na proteção da carroçaria contra os danos causados pelo ambiente.

O desenvolvimento de novas tecnologias e materiais para tintas de automóveis tem levado o setor da repintura a criar produtos que sejam mais duráveis e resistentes, além de capazes de suportar condições extremas, desde temperaturas elevadas a arranhões profundos.

Ambientes extremos

Os veículos são, frequentemente, expostos a condições adversas, como sol intenso, chuva, gelo, neve e até sal das estradas em regiões costeiras ou montanhosas. Além disso, os riscos diários, como pequenos impactos e arranhões provocados por pedras (ou mentes maldosas…) ou até danos resultantes de estacionamento, colocam a pintura sob constante ameaça.

Esta realidade fez com que as marcas fabricantes de tintas para automóveis passassem a focar-se no desenvolvimento de produtos que não apenas ofereçam brilho duradouro, mas, também, máxima proteção.

Um dos avanços mais significativos nos últimos anos foi o desenvolvimento de tintas com maior resistência aos raios ultravioleta (UV). A exposição prolongada ao sol pode desvanecer as cores e degradar a pintura, mas as tintas modernas são formuladas com compostos especiais que as protegem contra o envelhecimento causado pelos UV, mantendo a cor original do veículo por muito mais tempo.

Check-up Media painting spray gun
Nanotecnologia como recurso

Uma das inovações mais interessantes na pintura automóvel moderna é a utilização de nanotecnologia. Esta solução permite a criação de revestimentos protetores que atuam numa escala microscópica, criando uma barreira praticamente invisível, mas incrivelmente resistente.

Estas nanopartículas formam uma camada que repele a água, impedindo a formação de manchas e protegendo contra a corrosão. Mas não só: aumentam ainda a resistência a arranhões, uma vantagem para quem se preocupa com os pequenos danos diários.

Um exemplo interessante, nesta matéria, vem da BASF, um dos maiores fabricantes de tintas para automóveis do mundo. A empresa desenvolveu o iGloss, um revestimento que combina nanopartículas para fornecer proteção extra contra arranhões e oferece um brilho profundo e duradouro.

Um estudo realizado pela empresa demonstrou que, em condições extremas de exposição ao sol e à chuva, as superfícies revestidas com iGloss mostraram uma degradação significativamente menor do que as tintas convencionais.

Outro avanço significativo são os revestimentos cerâmicos. Empresas como a Ceramic Pro têm liderado esta inovação, oferecendo um revestimento de polímero cerâmico que, uma vez aplicado, cria uma camada protetora sólida.

Check-up Media Nissan cool paint 2

Um estudo da Ceramic Pro demonstrou que veículos tratados com os seus produtos evidenciaram uma resistência 50% maior a arranhões e ácidos (como excrementos de pássaros ou chuva ácida), em comparação com pinturas de automóveis sem este revestimento.

Pintura inteligente

Outra inovação que começa a ganhar terreno é a chamada “pintura inteligente”, capaz de se autorreparar. Este tipo de tinta utiliza polímeros especiais que, quando expostos ao calor, conseguem “fechar” pequenos riscos ou arranhões, recuperando o seu estado original.

A Nissan foi uma das primeiras marcas a introduzir este conceito no mercado, com a sua “Scratch Shield Paint”, que recorre a uma camada de resina elástica para reparar arranhões em temperaturas elevadas.

Um estudo interno da Nissan demonstrou que a tecnologia pode reparar pequenos arranhões em menos de uma semana, dependendo da gravidade e das condições climatéricas.

Sustentabilidade da repintura

Não só a durabilidade e a resistência estão a evoluir no setor da repintura automóvel, mas, também, a sua sustentabilidade. Nos últimos anos, o impacto ambiental da produção e aplicação de tintas tem estado sob escrutínio, levando ao desenvolvimento de novas fórmulas com menores quantidades de compostos orgânicos voláteis (COV), prejudiciais para o ambiente e para a saúde humana.

Check-up Media Nissan cool paint 4

A Axalta Coating Systems, líder global em revestimentos líquidos e em pó, desenvolveu tintas à base de água, substituindo os solventes tradicionais. De acordo com um estudo conduzido pela empresa, a utilização de tintas à base de água tem a capacidade de reduzir em cerca de 50% a emissão de compostos orgânicos voláteis nas oficinas que adotaram a sua tecnologia.

Outro exemplo? A PPG Industries, outro grande da repintura automóvel, lançou a linha de tintas Envirobase, com foco em sustentabilidade. Estas tintas oferecem uma redução significativa das emissões de COV, sem comprometer a durabilidade ou o brilho.

Segundo estudos da PPG, as tintas à base de água da linha Envirobase oferecem uma resistência comparável às tintas tradicionais à base de solventes, mas com um impacto ambiental muito menor.

Personalização digital

Com os avanços na impressão 3D e a aplicação de técnicas digitais, o futuro da repintura automóvel pode estar na personalização ao mais alto nível. Imagine poder alterar a cor ou o padrão do carro com uma simples aplicação digital. Embora ainda pareça futurista, estas tecnologias estão a ser exploradas por empresas como a BASF, que já está a investigar a aplicação de tintas eletrocromáticas.

Estas tintas permitem que a cor do carro seja alterada com a aplicação de eletricidade, possibilitando personalização instantânea e revolucionando o conceito de pintura automóvel.

Outro futuro promissor é o desenvolvimento de tintas auto regenerativas. Já existem protótipos a ser testados por empresas como a Nissan e a Honda, que podem tornar a manutenção da pintura quase inexistente para os proprietários de veículos.

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