Pneus: olhos do carro no chão para identificar vários problemas

Muito mais do que borracha: os pneus revelam sintomas de problemas na suspensão, na condução e até no alinhamento da direção.
Check-up Media car tire

Um profissional competente consegue ver muito mais do que desgaste nos pneus. Olhá-los com detalhe pode ser o primeiro passo para identificar problemas escondidos. Há sinais que denunciam alinhamentos incorretos, amortecedores em fim de vida ou até uma condução mais agressiva do que o cliente admite.

Desgaste irregular

Comecemos pelo desgaste irregular: se o pneu apresenta zonas mais gastas nos ombros, pode indicar excesso de pressão ou uma condução com muitas curvas em velocidade. Se o desgaste é central, o problema pode ser exatamente o oposto — pressão demasiado elevada. Já um desgaste acentuado de um lado da banda de rodagem, pode apontar para falhas no alinhamento da direção ou desequilíbrios na suspensão.

A presença de cortes nos flancos, bolhas ou pequenas deformações pode sugerir impactos frequentes em passeios ou buracos — algo que afeta, a médio prazo, a geometria e o desempenho da suspensão. Estas marcas, por vezes ignoradas, podem, também, indicar uma condução menos cuidadosa, o que deve ser tido em conta na inspeção geral do veículo.

Substituições irregulares

É, igualmente, importante verificar a idade dos pneus. Mesmo com pouco desgaste visível, pneus com mais de cinco anos começam a perder elasticidade e aderência, especialmente em condições de chuva. Um cliente pode não compreender este risco, mas a oficina deve alertar para a importância de manter os pneus atualizados e seguros.

Por fim, a presença de desgaste desigual nos quatro pneus pode revelar ainda uma manutenção feita por etapas, com substituições irregulares ou falta de rotação periódica — algo simples de resolver com um plano de manutenção claro e bem comunicado ao cliente.

Diagnosticar a partir dos pneus é uma competência que reforça a confiança do cliente e permite propor reparações com argumentos técnicos. Afinal, como os médicos olham para os olhos dos pacientes, os profissionais do pós-venda podem — e devem — começar pelos pneus. Eles não mentem.

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