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“Para além do coronavírus: o caminho a seguir para o aftermarket…”

O trânsito voltará às estradas quando a pandemia abrandar. Contudo, o mercado automóvel será alterado. Sobreviverão aqueles que tiverem maior capacidade para se adaptarem.

A covid-19 criou uma situação económica fundamentalmente diferente de qualquer crise anterior. O PIB vai diminuir, como costuma acontecer em épocas de crise, mas a queda pode ser maior do que na última recessão, com impacto desfasado e elevada incerteza nos próximos meses ou ano(s).

A pandemia terá impacto relevante em cinco importantes fatores que têm implicações ao nível do serviço das oficinas e que, na última crise financeira (2007-2009), não tiveram a importância que agora poderão ter:

Redução drástica do número de quilómetros percorridos, devido ao impacto do confinamento, home office e distanciamento social;

Redução do número de acidentes rodoviários;

Aumento significativo dos canais digitais e volume do comércio eletrónico;

Menor uso do transporte público;

Menor tráfego de pessoas nas lojas e espaços comerciais.

Apesar de grande parte das oficinas conseguir manter as portas abertas, estes fatores têm contribuindo para a elevada redução das visitas às oficinas. Existem vários cenários para a evolução da pandemia e a vacinação pode desempenhar um papel decisivo para que, a partir do segundo semestre de 2021, possamos ter a pandemia sob controlo e encontrarmo-nos, deste modo, mais próximos da “normalidade”.

Para o mercado automóvel, vendas e pós-venda, este é um dado importante, aliado com alguns drivers económicos que podem contribuir para uma evolução favorável da economia, como, por exemplo, o controlo da taxa de desemprego, através da rápida injeção de capital e da dinamização da economia, nomeadamente colocando em prática o Plano de Recuperação e Resiliência previsto no Orçamento do Estado.

Os desafios estão aí! E, para vencer, é necessário disponibilizar energia para que o sucesso seja uma consequência natural

António Garrido, Diretor de Equipamentos Oficinais da Lusilectra

O Plano de Recuperação e Resiliência tem dois vetores importantes para o futuro das empresas do setor automóvel. A saber:

Transição climática – sobretudo através da descarbonização dos transportes rodoviários, aumento da eficiência energética e das energias renováveis e introdução do hidrogénio como vetor energético estratégico para a concretização deste objetivo;

Transição digital – através de medidas de estímulo à digitalização e criação de competências digitais – vital para assegurar a sobrevivência das empresas do setor pelo contributo na simplificação dos processos administrativos e comerciais, bem como ao nível técnico e operacional do negócio.

A implementação prática destas medidas pode trazer benefícios para o setor a médio prazo. No imediato e para fazer face aos problemas criados pela pandemia, há serviços que as oficinas podem oferecer. Contudo, não nos devemos esquecer que estamos numa época em que cada cliente é um cliente. Isto é, a personalização do serviço é cada vez mais valorizada, pelo que a distância ao cliente deve ser cada vez menor. Entre os (novos) serviços, destaco os seguintes:

Descontaminação e higienização das viaturas;

Recolha/entrega domiciliária;

Serviço de diagnóstico/ADAS;

Oferta de pack de serviços integrados (mecânica, pneus, chapa, pintura).

Devem, também, aproveitar esta época para atualizar e acrescentar conhecimentos. Realço a formação em veículos elétricos e híbridos, que são já uma realidade nas nossas oficinas. Devem ainda refletir sobre futuros investimentos, procurando equipamentos mais fiáveis e energeticamente mais eficientes, aliados ao desenho de layouts otimizados.

Os desafios estão aí! E, para vencer, é necessário disponibilizar energia para que o sucesso seja uma consequência natural.

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