“Desde a sua fundação, a Motorbus mantém firme a missão de oferecer soluções ao cliente com máxima rapidez e eficiência”, diz Joel Lebre

A Motorbus celebra 30 anos de crescimento e resiliência, mantendo o ADN que a define desde a sua fundação. Ocasião ideal para falar com Joel Lebre.
Fotos
Check-up Media Joel Lebre

Três décadas de história, um percurso marcado por decisões firmes, capacidade de adaptação e, sobretudo, por um compromisso inabalável com clientes, parceiros e colaboradores.

Fundada e gerida em família, a Motorbus chega aos 30 anos com um posicionamento sólido no mercado nacional de peças para pesados e uma presença internacional que já ultrapassa os 20 países.

A empresa não seguiu sempre o caminho mais óbvio. Em momentos em que o setor travava, decidiu acelerar, reforçando o stock e investindo na proximidade com o cliente – ver, também, entrevista com Pedro Lebre, aqui.

Essa visão estratégica, aliada a uma liderança coesa entre irmãos, consolidou a Motorbus como um operador independente que valoriza a autonomia nas decisões e a dedicação de toda a equipa.

A data histórica será celebrada a 11 de outubro, em Vila Nova de Gaia, num evento que será tanto um momento de convívio como uma afirmação de reconhecimento a todos os que fazem parte desta trajetória.

Check-up Media Joel Lebre brick

Mas a festa é apenas um ponto no calendário — o olhar está no futuro, nas novas ferramentas digitais, na expansão controlada para mercados externos e na capacidade de enfrentar um setor competitivo com resiliência e motivação.

Nesta conversa com Joel Lebre, administrador da empresa, tal como o seu irmão, percebemos como a Motorbus conseguiu crescer sem perder a sua identidade, que desafios continuam a moldar o negócio e que princípios orientam o caminho para as próximas décadas.

Este ano, a Motorbus celebra 30 anos de história. Como é que a empresa conseguiu manter-se fiel às suas raízes e, ao mesmo tempo, preparar-se para o futuro?

Este ano, comemoramos três décadas de Motorbus. É uma data muito especial e que simboliza um caminho já longo e com uma evolução significativa. Apesar desse crescimento, os princípios continuam os mesmos do início e continuamos a contar com a ajuda de todos os colaboradores para manter o ADN da empresa.

A decisão de crescer quando outros recuavam foi referida por Pedro Lebre, na última entrevista ao Check-up, como um ponto de viragem. Como foi vivida essa fase, do ponto de vista da gestão conjunta entre irmãos?

Estamos 100% focados no negócio e acreditamos muito no que fazemos, porque, além da experiência no setor, também somos muito otimistas mesmo nos momentos mais difíceis.

“Apesar do nosso crescimento, os princípios continuam os mesmos do início e continuamos a contar com a ajuda de todos os colaboradores para manter o ADN da empresa"

Tentamos estar sempre perto dos clientes porque a essência da Motorbus é dispor de todos os meios para servir o cliente o melhor possível e, na altura da pandemia, era necessário um crescimento muito grande em stock e manter o serviço — e foi o que realmente fizemos.

Com o grande evento de outubro celebrativo das três décadas a aproximar-se, o que podemos esperar deste dia? Será apenas um marco simbólico ou, também, o lançamento de uma nova fase da empresa?

 O evento que irá decorrer será um convívio, no dia 11 de outubro, em Vila Nova de Gaia, e contará com a presença de toda a nossa equipa e dos nossos parceiros. Será, efetivamente, um marco simbólico, mas queremos, também, congratular os nossos clientes e fornecedores, que são muito importantes.

30 anos depois, o que mais o surpreende na evolução da Motorbus: o crescimento da equipa, a dimensão internacional ou a transformação tecnológica do negócio?

O mercado, ultimamente, tem mudado bastante. Temos de estar sempre atentos, ajustar-nos a essas alterações e decidir no melhor e mais curto espaço de tempo. Mas o foco é o mercado nacional.

A relação entre irmãos na liderança é, muitas vezes, um desafio e, também, uma força familiar. Como têm gerido essa complementaridade ao longo dos anos?

Isso, na verdade, não é questão, Jorge. Partilhamos as decisões da empresa de forma consensual.

O setor dos pesados tem vindo a sofrer mudanças importantes. Que tendências internacionais considera mais relevantes para os próximos anos?

O mercado dos pesados em Portugal sofreu uma grande alteração desde há 20 anos, através da instalação de grandes players ibéricos e europeus, mas, felizmente, as empresas portuguesas, com a sua resiliência, conseguiram resistir — não só a Motorbus, mas, também, os restantes operadores de peças para pesados.

Operamos num mercado muito maduro e muito difícil, com um impacto de capital muito grande, retorno a longo prazo, riscos de crédito a clientes e riscos de stock. Não é uma tarefa fácil e daí que congratulo os restantes operadores nacionais pelo bom trabalho que todos estamos a fazer.

Com a presença já consolidada em mais de 20 países, há algum mercado externo que considerem prioritário a curto prazo?

Os mercados externos são extremamente voláteis, pelo que dependem de inúmeros fatores. Estamos atentos e iremos marcar presença nas próximas feiras internacionais para analisar todos os mercados.

Como é que a Motorbus tem preparado a sucessão e a entrada de novas gerações na estrutura da empresa? Há já sinais de continuidade?

De momento ainda não. Ainda somos novos (risos).

A aposta na loja online representa uma viragem na forma como os clientes interagem convosco. Que resultados esperam a curto e médio prazos com este canal digital?

É um assunto que está a ser preparado e será lançado em breve.

Check-up Media Joel Lebre smile
Em 30 anos, muitas empresas mudaram de mãos ou integraram grandes grupos. Porque decidiram manter a Motorbus 100% independente?

A Motorbus não tem pretensões de ceder nenhuma parte da empresa nem de pertencer a qualquer grupo internacional de compras. Pretendemos manter a nossa total autonomia e controlo em todas as decisões da empresa.

A logística é um dos pilares da operação. Quais foram as grandes inovações internas que permitiram manter um serviço tão rápido e eficiente?

Fizemos um grande investimento em 2024, com a duplicação das instalações na Grande Lisboa, de forma a oferecer maior capacidade de resposta. Também em Leiria, no início de 2025, duplicámos o espaço.

Se tivesse de escolher uma só palavra para definir o espírito Motorbus, qual seria — e porquê?

Dedicação. Porque toda a equipa se dedica a 100% a encontrar a melhor solução para o cliente no menor espaço de tempo, sem que isso coloque em risco qualquer fator financeiro e de rentabilidade.

Os nossos clientes são parceiros e podem contar sempre connosco. Somos pessoas e trabalhamos para pessoas. Queremos continuar, apesar do grande crescimento da empresa, a manter esse lema.

O setor vive pressionado por margens, prazos e concorrência. Como se consegue manter a motivação e o compromisso das equipas ao fim de tantos anos?

Essas questões estão sempre presentes, mas, se assim não fosse, seria para grandes grupos e não para nós. Estas adversidades estarão sempre presentes, como é o caso dos prazos de recebimento, que é uma questão cultural no nosso país.

“Os nossos clientes são parceiros e podem contar sempre connosco. Somos pessoas e trabalhamos para pessoas. Queremos continuar, apesar do grande crescimento (...)"

O negócio online prejudica imenso os operadores e as margens, pois as plataformas na Europa que são usadas, na maior parte das vezes, servem somente para fazer pressão no preço.

Quem investe, como nós, em grande escala, tem de baixar margem para vender. É um pouco desleal, mas temos de manter o nosso caminho e continuar a fazer o bom trabalho que temos vindo a fazer.

A Motorbus participa em várias feiras internacionais. O que procura nessas oportunidades: novos negócios, visibilidade ou proximidade com os parceiros atuais?

Essencialmente, visibilidade, mas, também, contactos com os atuais e novos parceiros.

Imaginemos que estamos em 2055 e a Motorbus celebra 60 anos. Que legado gostaria que esta geração deixasse para a próxima?

Uma boa pergunta, mas, efetivamente, não pensamos nisso. Ainda temos muito para fazer e acreditamos que podemos fazer melhor. Esse é o nosso objetivo.

artigos relacionados

Últimas

Pesados

Atualidade