Vivemos, seguramente, um dos peru00edodos da nossa histu00f3ria de maior incerteza relativamente ao futuro. Como se nu00e3o fosse suficiente uma estagnau00e7u00e3o econu00f3mica hu00e1 mais de 20 anos, um volume de du00edvida pu00fablica superior a 130% do nosso PIB e uma incerteza como nunca existiu na histu00f3ria, no desenvolvimento da indu00fastria automu00f3vel, vem juntar-se uma crise de sau00fade pu00fablica provocada por uma pandemia sem precedentes nos u00faltimos 100 anos, uma crise polu00edtica na sequu00eancia da nu00e3o aprovau00e7u00e3o do Oru00e7amento de Estado, uma crise de escassez de matu00e9rias-primas provocada por uma disrupu00e7u00e3o na capacidade produtiva mundial, tambu00e9m com um impacto especialmente grave no nosso setor.
Para alu00e9m de tudo isto, estamos perante uma crise logu00edstica sem precedentes u00e0 escala global, um enorme risco de ingovernabilidade futura no pau00eds, com umas eleiu00e7u00f5es legislativas antecipadas que su00f3 o facto de serem antecipadas, revelam a nossa instabilidade, que u00e9 reforu00e7ada por um previsu00edvel crescimento dos partidos dos extremos mais radicais do espectro polu00edtico portuguu00eas.
Como se tudo isto nu00e3o fosse suficiente, assistimos a uma crise energu00e9tica com uma escalada galopante e irreversu00edvel dos preu00e7os da energia, a que nu00e3o su00e3o alheias decisu00f5es polu00edticas erradas por parte dos u00faltimos governos, que lesaram, diretamente, o Estado portuguu00eas e todos os portugueses.
Para a tempestade perfeita, ju00e1 nu00e3o estu00e1 a faltar uma tendu00eancia crescente da inflau00e7u00e3o na Europa, nos EUA e, consequentemente, tambu00e9m em Portugal. O ritmo da inflau00e7u00e3o nos EUA e nos pau00edses mais ricos da Europa ju00e1 estu00e1 a fazer soar os alarmes da Reserva Federal Americana e do Banco Central Europeu, o que, para pau00edses como Portugal, pode ser absolutamente catastru00f3fica, ao nu00edvel ou pior do que o que vivemos no u00faltimo e recente pedido de ajuda e assistu00eancia financeira internacional.
Uma subida da inflau00e7u00e3o como a que ju00e1 estu00e1 a acontecer, sem precedentes nos u00faltimos quase 35 anos, provocaru00e1 uma subida das taxas de juro com um impacto brutal na economia portuguesa, com consequu00eancias muito su00e9rias e muito caras para o financiamento do pau00eds, das empresas e das famu00edlias, que su00f3 nu00e3o nos levaru00e1 ao nu00edvel mais baixo de u201clixou201d (aproveitando o termo utilizado pelas instituiu00e7u00f5es de rating internacionais), porque contamos hu00e1 anos com uma u201crede anti-quedau201d protetora e de financiamento por parte do Banco Central Europeu e dos estados mais ricos da Europa.
O sucesso das empresas de aftermarket portuguesas deve-se a um conjunto de empresu00e1rios lusos a quem devemos agradecer profundamente. Su00e3o estes empresu00e1rios, todos sem exceu00e7u00e3o, aos infelizmente poucos fabricantes portugueses, a todos os distribuidores de peu00e7as aftermarket em Portugal e a todos os proprietu00e1rios de oficinas independentes portuguesas, que, perante todas estas adversidades, continuam a acreditar, a trabalhar, a crescer e a gerar emprego
Perante tudo isto, o aftermarket em Portugal e as empresas de aftermarket portuguesas revelam uma resiliu00eancia verdadeiramente fora de su00e9rie e digna de assinalu00e1vel nota. Crescem nos u00faltimos 30 anos, em muitos desses anos a dois du00edgitos e fecharam 2020 com uma quebra perfeitamente residual face ao panorama dramu00e1tico que nos dava o fecho de maio de 2020. Para alu00e9m disso, a expectativa para 2021 u00e9 de recuperau00e7u00e3o nu00e3o su00f3 face a 2020, mas, tambu00e9m, face a 2019, mesmo depois de um janeiro e fevereiro de 2021 tambu00e9m muito preocupantes!
Face a todo este cenu00e1rio, as empresas de aftermarket portuguesas caem muito menos do que o pau00eds em 2020, caem muito menos do que outros setores de atividade (mesmo alguns outros ligados, tambu00e9m, ao automu00f3vel e u00e0 indu00fastria automu00f3vel) e tu00eam, muito previsivelmente, em 2021, mais um ano histu00f3rico, que pode ser um ano recorde para o nosso mercado em Portugal.
Definitivamente, isto nu00e3o acontece por sorte, nem por obra do acaso. Este sucesso deve-se a um conjunto de empresu00e1rios portugueses a quem devemos agradecer profundamente. Su00e3o estes empresu00e1rios, todos sem exceu00e7u00e3o, aos infelizmente poucos fabricantes portugueses, a todos os distribuidores de peu00e7as aftermarket em Portugal e a todos os proprietu00e1rios de oficinas independentes portuguesas, que, perante todas estas adversidades, continuam a acreditar, a trabalhar, a crescer e a gerar emprego.
Continuam a investir e a modernizar as suas empresas com mais, melhores e modernas instalau00e7u00f5es fu00edsicas, software e equipamento oficinal. Su00e3o estes empresu00e1rios que mostram, com os seus resultados, que podemos ser melhores, nu00e3o su00f3 do que os espanhu00f3is, mas, tambu00e9m, melhores do que os franceses, melhores do que os holandeses, melhores do que os ingleses e melhores do que os alemu00e3es.
Muito obrigado pela resiliu00eancia e pela humildade, muito obrigado por todo o tipo de investimento em tecnologia, muito obrigado por continuarem a comprar e a vender com uma rentabilidade sustentu00e1vel. Muito obrigado pela contribuiu00e7u00e3o para a profissionalizau00e7u00e3o do nosso setor, muito obrigado pelo associativismo e muito obrigado pelo devido contributo para a economia portuguesa. Que 2022 traga muita sau00fade para todos e a continuau00e7u00e3o de um sucesso verdadeiramente notu00e1vel.
