Licenciado em Administração e Direção de Empresas pela Universidad Pontificia Comillas (ICADE E-2) e detentor de um Master of Business Administration pela Boston College (EUA), José Luis Bravo, de 53 anos, iniciou o seu percurso no setor automóvel em setembro de 2012, como responsável do Grupo GECORUSA.
Apaixonado pela vida e pelo que faz, o diretor-geral da ASER é um comunicador nato que não dispensa os momentos de confraternização. Afável, simpático e sempre cordial, tem como hobbies jogar golfe, viajar e desfrutar de uma boa refeição.
Assumindo-se como uma pessoa próxima, empenhada e em quem se pode confiar, José Luis Bravo revela ao Check-up que gosta de desafios e que o rótulo de conformista não se coaduna com a sua personalidade. Mais: procura sempre melhorar e aprender todos os dias.
Na sua função de responsável do Grupo GECORUSA, José Luis Bravo definiu um projeto baseado não numa central de compras, mas em serviços aos parceiros. Como o próprio afirma, “a GECORUSA era um projeto que precisava de uma mudança de rumo. Dos 10 sócios que tínhamos, crescemos para 15 em 2016”.
Foi precisamente nesse ano que nasceu a ASER Aftermarket Automotive, fruto da união dos Grupos GECORUSA e AGERAUTO, com um total de 30 sócios (15 do primeiro e 15 do segundo). No fundo, deu-se a união de um grupo muito mecânico com outro muito elétrico.
Em 2016, a ASER ingressou na Nexus como membro da IDAP para, no ano seguinte, arrancar com o seu projeto em Portugal, juntamente com a Humberpeças.
Hoje, o Grupo ASER tem 46 membros, nove dos quais portugueses. Em 2019, José Luis Bravo assumiu a presidência da ANCERA (Asociación Nacional de Comerciantes de Equipos, Recambios, Neumáticos y Accesorios para Automoción), que liderou até dezembro de 2022.
A ASER nasceu em 2016, fruto da união de dois dos grupos bastante experientes no mercado espanhol: GECORUSA e AGERAUTO. Qual foi o propósito?
O objetivo foi unir forças para ter maior expressão no mercado, além de juntar grandes sinergias por ser um grupo mecânico e outro elétrico. Como bem referes, foi a união de dois grupos para a criação de um novo, partindo de uma folha em branco, mas com a experiência acumulada dos dois grupos.
Que balanço fazes destes sete anos de atividade da ASER?
Foram anos fantásticos, de crescimento e desenvolvimento. Em números, quase duplicámos o nosso tamanho. Crescemos em Portugal com um projeto à imagem e à semelhança da ASER, mas nascido e desenvolvido de Portugal, visto tratar-se de outro país, com uma cultura distinta e que dispõe de uma forma diferente de fazer negócios.
A equipa da ASER cresceu para responder às novas necessidades do grupo. Temos sido bastante apoiados e fortalecidos por pertencermos ao grupo internacional Nexus, muito ativo em novas iniciativas.
Na ASER, também temos procurado manter valores muito sólidos que estão presentes em toda a nossa atividade, que são a proximidade, a comunicação, a inovação e a transparência.
Como é ser diretor-geral da ASER?
Ser diretor-geral da ASER é um privilégio. A ASER é um grupo que não estabelece limites, mas que vive muito de perto a realidade das peças e dos seus parceiros. Ser diretor-geral da ASER é ser responsável por um grupo que trabalha pelos seus sócios e para eles.
Tudo isso implica assumir uma grande responsabilidade, que não seria possível se não tivéssemos a melhor equipa e os melhores colaboradores, o que faz com que todo o projeto ASER tenha velocidade de cruzeiro e com que todas as peças estejam perfeitamente integradas.
Desde que ano está a ASER presente em Portugal? Consideras o mercado português estratégico para a atividade da central de serviços?
Iniciámos a nossa atividade em Portugal no ano de 2017 com a Humberpeças. No verão de 2019, foram incorporadas a Samiparts e a N Peças. Em janeiro de 2021, juntaram-se M Peças e Celparts. No mesmo ano, mas em setembro, foi adicionada a ATM Peças.
Em janeiro de 2022, foram incorporadas as empresas Silvaspeças, Auto Acessórios Formigosa e Primopeças. Significa isto que existem, atualmente, nove sócios em Portugal, que são um pilar estratégico no plano de crescimento do grupo.
Em outubro de 2019, com três sócios, apresentámos um plano estratégico aos 12 fornecedores mais importantes do grupo, a que chamámos de “Plano 50”.
Neste plano estratégico trienal, o projeto ASER Portugal foi um elemento fundamental. Atualmente, o negócio dos sócios portugueses ronda os 42/43 milhões de euros, representando um peso de 28% no Grupo ASER.
Até ao momento, são nove os parceiros da ASER em Portugal. Existe intenção de aumentar este número?
O projeto da ASER em Portugal é muito claro: irmos todos juntos com acordos globais e procurar maior harmonia e crescimento dos nossos parceiros. Em primeiro lugar, o objetivo que temos é consolidar mais o número de parceiros em acordos de grupo. Além disso, dispomos de uma equipa jovem, com empreendedorismo e vontade de crescer, pelo que temos de apoiá-los no seu desenvolvimento. Isto como primeira premissa.
Em segundo lugar, procurar potenciais parceiros em áreas ainda não abrangidas em Portugal, que partilhem os nossos valores e a nossa forma de trabalhar. Para crescermos juntos.
Consideras que as campanhas “El Recambiazo”, “Give Me Five” e “12 Causas ASER” marcam a diferença?
Diria que estas campanhas são um reflexo da forma como entendemos que devemos ajudar os nossos parceiros a melhorar e a aumentar os seus negócios. São, também, ações que funcionam, uma vez que, ano após ano, permitem aumentar as vendas que os nossos clientes esperam.
São ações que refletem ainda o nosso valor de comunicação, já que lhes dedicamos muitos recursos. Por outro lado, são campanhas diferentes das que costumam existir no mercado e que, até hoje, ninguém conseguiu replicar. Portanto, sim, diria que marcam a diferença no setor.
Qual a característica que mais valorizas em quem trabalha contigo, sejam colaboradores ou parceiros?
O que mais valorizo nas pessoas do ponto de vista profissional é a atitude. É fundamental estarmos rodeados da melhor equipa, dos melhores fornecedores, dos melhores colaboradores, mas, sobretudo, que exista a atitude para fazer, pensar positivamente, querer melhorar todos os dias. Apresentar propostas e não problemas.
“Gosto” que os colaboradores se enganem, porque isso implica que eles façam coisas novas e que promovam novas ideias. Aprecio bastante a palavra “atreve-te”.
A entrada, em outubro de 2021, de Paula Aranalde para o cargo de Diretora de Operações da ASER veio dar maior “tranquilidade” a José Luis Bravo ou nem por isso?
A entrada da Paula trouxe mais oxigénio, mais energia, maior profissionalismo e mais juventude a um projeto que necessitava de mais recursos. Em primeiro lugar, a Paula é responsável pelas nossas redes oficinais em Espanha e Portugal.
Lançámos a nova rede aserAuto nos dois países. Hoje, temos 20 oficinas aserAuto em Portugal e uma linha ascendente e recentemente anunciada na nossa VIII Convenção: a nova rede de serviços Auto Drive para Espanha e Portugal.
Este tem sido, principalmente, o resultado do trabalho da Paula. Adicionalmente, a Paula assumiu, em 2022, a responsabilidade pela coordenação comercial da ASER em Portugal, contando com uma pessoa que faz a ligação entre parceiros e fornecedores.
Os quatro valores sobre os quais a ASER assenta a sua atividade (“Proximidade”; “Comunicação”; “Inovação”; “Transparência”) são partilhados pelos parceiros portugueses?
Sem dúvida, são valores muito presentes em todas as atividades diárias dos nossos parceiros e que partilhamos como primeiro pilar da nossa estratégia e atuação em Portugal.
A ASER dispõe, também, de produtos de marca própria produzidos por fabricantes de topo. Estamos a falar de que gamas concretamente?
Produtos químicos (óleos, anticongelantes, líquidos de refrigeração…), baterias, escovas limpa-vidros, iluminação, amortecedores de bagageira, ferramentas e equipamentos, luvas de proteção, motores de arranque e alternadores (lançados em 2022), elevadores de vidros (recém-lançados em 2023).
Em 2021, na expoMECÂNICA, foi apresentada ao mercado português a rede oficinal aserAuto. Quantos aderentes existem atualmente e quais os objetivos para Portugal?
Como referi anteriormente, dispomos, hoje, em Portugal, de 20 oficinas ligadas à rede aserAuto. O nosso objetivo é chegar a, aproximadamente, 50 oficinas no prazo de dois anos.
Consideras que a cobertura geográfica da ASER em Portugal é suficiente ou existe intenção de chegar mais longe?
Precisamos, primeiro, de continuar a crescer organicamente com os nossos parceiros. Muitos deles estão a abrir novos pontos de venda com um bom plano de crescimento para o futuro.
Em segundo lugar, em áreas geográficas onde os nossos parceiros não conseguem chegar, procuraremos sempre oportunidades com empresas que queiram juntar-se a nós e partilhar o nosso projeto. Na última edição da expoMECÂNICA, tivemos, aliás, algumas reuniões nesse sentido.
A formação é um tema que a ASER leva muito a sério também….
E faz parte da nossa cultura. Justamente hoje, em que te dou esta entrevista, está a ser ministrado um curso para oficinas. As formações são serviços de valor acrescentado que temos de oferecer aos nossos parceiros e aos nossos clientes.
Do que mais te orgulhas enquanto diretor-geral da ASER?
O que mais me orgulha (e já pude comentar isso várias vezes) é ter na ASER a melhor equipa, os melhores colaboradores. Depois, ter uns parceiros cada vez mais comprometidos com o projeto e, finalmente, ver como um pequeno grupo que nasceu há apenas sete anos está a crescer e a ganhar um espaço cada vez mais importante no mercado.
O José Luis Bravo profissional é igual ao José Luis Bravo particular? Ou existem diferenças?
José Luis Bravo só existe um, quer seja a nível pessoal ou em contexto profissional. Não se pode dizer que profissionalmente seja uma pessoa e a nível particular seja outra.
José Luis Bravo é uma pessoa próxima, empenhada, em quem se pode confiar. É uma pessoa que gosta de desafios, que não é conformista, que quer melhorar e aprender todos os dias. Acima de tudo, é uma pessoa apaixonada pela vida e pelo que faz.
