Neste novo artigo do Expert Blog, Frédéric Couturier, gestor de produto de travagem e embraiagens na ZF Aftermarket França, aborda o regulamento europeu relativo à assistência inteligente à velocidade e os benefícios que se espera para a segurança rodoviária.
Desde julho de 2022, de acordo com o novo regulamento adotado pela Comissão Europeia, o sistema de Assistência Inteligente à Velocidade (ISA) tornou-se obrigatório em todos os novos modelos de veículos (automóveis, comerciais ligeiros e pesados) vendidos na União Europeia. Este sistema é extremamente eficaz, pois tem a função de influenciar a velocidade do veículo caso este ultrapasse o limite permitido por lei”, adianta.
O sistema pode limitar, diretamente, o “desempenho” do veículo equipado com esta tecnologia, assim que este ultrapasse o limite de velocidade da estrada onde circula. Para determinar o limite de velocidade, a ISA recolhe as informações necessárias através de uma câmara que lê os sinais de trânsito e de um sistema de geolocalização ativado permanentemente e ligado a um serviço de mapas.
“Para os modelos sem sistema de navegação, a geolocalização será efetuada através de um cartão SIM e da sua baliza GPS, utilizada para o sistema de chamadas de emergência eCall, obrigatório para todos os novos modelos de veículos desde março de 2018”, pode ler-se no artigo.
Generalização em duas fases
O sistema ISA será implementado nos veículos em duas fases. Desde julho de 2022, a ISA abrange todos os novos modelos de veículos vendidos na Europa. Estes serão equipados com esse sistema.
Depois, a partir de 2024, todos os veículos que saiam da linha de produção terão de estar equipados com este sistema, mesmo os comercializados antes de julho de 2022.

Será que este sistema vai acabar com o excesso de velocidade nas estradas? “Esse é, sem dúvida, o objetivo da implementação do sistema ISA. Uma vez ativado, o sistema pode controlar a desaceleração progressiva do veículo, reduzindo a potência disponível ou aumentando a resistência do pedal do acelerador, caso o condutor circule a uma velocidade superior à permitida para um determinado local”, refere.
“Simultaneamente, se o limite de velocidade for ultrapassado, será emitido um sinal visual e sonoro que alerta o condutor. Note-se que o sistema será ativado sempre que o veículo arrancar”, enfatiza.
Questões pertinentes
O ISA funciona como um sistema de assistência e pode ser desativado manualmente pelo condutor sempre que o veículo arrancar. Desta forma, o condutor mantém sempre o controlo do veículo e pode sempre “forçar” a aceleração.
Assim, mesmo com o sistema ISA ativado, o excesso de velocidade continuará a ser possível, mas será mais difícil cometê-lo. “Outra opção é desativar o sistema. Mas isso poderá levantar questões, nomeadamente junto das seguradoras.
Em caso de acidente, por exemplo, a desativação da ISA poderá ser considerada um fator agravante”, alerta. Os limitadores de velocidade obrigatórios irão reduzir o número de acidentes relacionados com a velocidade? “É essa a questão. Os especialistas estimam que a ISA poderá reduzir os acidentes em 30% e as mortes em 20%”, dá conta o artigo.
“No entanto, o condutor continuará a ter controlo sobre o seu veículo e poderá desativar o limitador. Por isso, para reduzir o risco de acidentes, é igualmente essencial adotar uma condução responsável. Tal inclui reduzir a velocidade, respeitar os sinais vermelhos e desligar o telemóvel enquanto se conduz”, conclui.
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