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“O modelo de negócio da Lizarte centra-se na economia circular”, afirma Richard Izquierdo

Da fundação da empresa à sustentabilidade, passando pelos planos para Portugal e pela gama “Lizarte ON!”. Em 10 perguntas, o responsável de marketing da Lizarte percorreu 50 anos.

Fundada, em 1973, por Eduardo Huarte (pai de Óscar Huarte, atual CEO) e Jesús Lizarraga, a Lizarte começou a sua atividade há meio século através da remanufatura manual de colunas de direção. O nome da empresa resulta da junção das primeiras letras do apelido de Jesús com as últimas letras do apelido de Eduardo.

Sediada em Pamplona, capital da província espanhola de Navarra, a Lizarte tem na sustentabilidade e na Responsabilidade Social Corporativa dois dos seus ex-líbris, sendo, hoje, líder europeia na remanufatura de sistemas de direção, embora também inclua no seu catálogo compressores de ar condicionado e sistemas de injeção Diesel.

Em 10 perguntas, Richard Izquierdo, responsável de marketing da Lizarte, viajou pelos 50 anos de história. Começou na fundação da empresa e terminou no compromisso com a sustentabilidade, passando pelos planos para Portugal, pela gama “Lizarte ON!” e pelo processo de remanufatura.

Este ano, a Lizarte comemora meio século de existência. Podemos dizer que, cinco décadas depois, a empresa continua a ter fome de vencer e vontade de fazer sempre mais e melhor do que no dia anterior?

Absolutamente. Caso contrário, seria impossível atingir meio século e manter a competitividade num mercado em constante mudança. Todas as pessoas que compõem a equipa da Lizarte têm no seu ADN o espírito de quererem ser sempre melhores do que no dia anterior. Estamos sempre à procura de formas de melhorar os nossos processos, desenvolvendo novos produtos e serviços ano após ano.

Sediada em Pamplona, capital da província espanhola de Navarra, a Lizarte tem operações em quantos países?

Os principais mercados da Lizarte são Espanha, Portugal, França e Alemanha. Da mesma forma, temos uma presença notável em outros países: República Checa, Grécia, Finlândia, Eslováquia, Croácia…

Em Portugal desde que ano está a Lizarte presente?

A Lizarte está presente no mercado português desde 2016, tendo mantido o negócio estável até 2021, altura em que as vendas triplicam até 2023, graças a diferentes acordos com distribuidores de peças de reposição de topo.

Check-up Media Lizarte building

Que planos tem a Lizarte em cima da mesa para crescer no mercado português?

O nosso objetivo é continuar a manter uma presença constante no mercado português, que se encontra em plena expansão devido a vários movimentos que estão a fazer com que ele seja, hoje, muito atrativo para nós.

Temos notado, também, um crescente interesse por parte de potenciais clientes na nossa marca e nos nossos produtos, pelo que as ações a desenvolver serão no sentido de trabalhar cada vez mais o mercado português, a ponto de este tornar-se, finalmente, estratégico para nós.

O desenvolvimento de novas referências destinadas aos veículos mais modernos faz parte dos planos que a Lizarte tem para o futuro?

Não faz parte do futuro da Lizarte, mas sim do presente da empresa. O desenvolvimento de referências que se agrupam sob a marca “Lizarte ON!” é o compromisso do presente que garantirá o futuro da nossa companhia.

Todos os anos, lançamos no mercado um bom número de referências nesta categoria de produtos, investindo recursos anualmente para prestar um serviço pós-venda permanente aos nossos clientes.

O nosso objetivo com essas ações é facilitar aos mecânicos a integração dos nossos produtos em veículos acidentados. Gostamos de pensar que somos o parceiro tecnológico perfeito para eles e que estamos à sua disposição para responder a quaisquer perguntas que tenham acerca dos nossos produtos.

Check-up Media Lizarte packaging

O alargamento da gama de produtos é essencial para garantir a rentabilidade do negócio?

Sem dúvida. No nosso caso, investimos diariamente recursos para tentar descobrir quais os modelos de veículos com maior procura dos nossos produtos nos mercados onde estamos presentes, de forma a atingir a eficiência desejada no desenvolvimento do nosso catálogo e, consequentemente, aumentar a nossa rentabilidade.

Como olha a Lizarte para a eletrificação do automóvel e de que forma afeta ela o negócio da empresa (se é que afeta)? 

No nosso caso, já temos sistemas de direção para veículos elétricos incorporados no nosso catálogo.

Não é um problema para nós. Afinal, um veículo elétrico dispõe de uma cremalheira de direção que, quando chega a hora, está sujeita a ser remanufaturada e, portanto, perfeitamente integrada no nosso portefólio.

O nosso know-how e o estudo constante das tecnologias atuais permitem-nos oferecer produtos a estes modelos de veículos com 100% de garantia de funcionamento.

Considera que o processo de remanufatura é um modelo de negócio cada vez mais em voga e que está a criar as bases para ser uma tendência no futuro?

É um desejo e uma certeza ao mesmo tempo. Há já algum tempo que sustentabilidade, economia circular e remanufatura são conceitos cada vez mais conhecidos na sociedade como um todo. E que facilitam muito o nosso trabalho, nós que já cá andamos há muito tempo (mais concretamente 50 anos). Trabalhamos esses aspetos ambientais.

Todos os estudos futuros e tendências sobre o mundo da remanufatura preveem um futuro promissor para esse modelo de negócio. E a Lizarte continuará a liderar este movimento para que o objetivo se cumpra a 100%.

A Lizarte é, hoje, conhecida (e reconhecida) também pelo seu compromisso com a sustentabilidade. A conquista do prémio “Compromiso con la sostenibilidad en la posventa” reflete o trabalho que a empresa tem vindo a realizar nesta área ao longo dos anos?

O prémio que recebemos recentemente na categoria “Impacto ambiental” surgiu de um projeto específico, através do qual quisemos averiguar em quanto reduziríamos a nossa pegada de carbono num período de um ano com o reaproveitamento do aço nos nossos processos de remanufatura.

Check-up Media Lizarte products

Não nos esqueçamos que o modelo de negócio da Lizarte centra-se na economia circular, na medida em que ao reaproveitar-se eventuais resíduos (um componente de um veículo que chegou ao fim da sua vida útil) a sua funcionalidade é devolvida a um nível de qualidade equivalente a um produto original.

Fizemos os nossos cálculos e vimos que somos capazes de reaproveitar cerca de 250 toneladas de aço por ano, o que significa meia tonelada de redução de emissões de CO2 para a atmosfera.

Por último, e para tentar dar a conhecer as vantagens da utilização de produtos remanufaturados, realizámos uma campanha de comunicação para informar os nossos clientes do impacto específico da compra dos nossos produtos, informando-os de dados específicos para cada caso.

Mas, além desse reconhecimento baseado no nosso modelo de produção, o compromisso que assumimos com outros aspetos da sustentabilidade, como critérios sociais ou de governança, ganha cada vez mais corpo dentro da nossa empresa.

Procuramos estar alinhados através de diferentes iniciativas, não apenas com critérios ESG, mas, também, com diferentes objetivos de desenvolvimento sustentável (procura de parcerias, igualdade de género e geração de energia limpa, só para dar alguns exemplos).

A aposta na instalação de painéis solares fotovoltaicos, que permitem gerar energia para autoconsumo, diminuindo as emissões e reduzindo a pegada de carbono, enquadra-se nos valores que a Lizarte defende?

A 100%. Como referi anteriormente, procuramos uma forma de contribuir para um mundo mais sustentável, não apenas através do nosso modelo de negócio, como, também, por intermédio de diferentes iniciativas que equilibrem o benefício económico e o impacto ambiental positivo.

A instalação de painéis solares para autoconsumo nas nossas instalações enquadra-se perfeitamente neste duplo objetivo, uma vez que utilizamos energias limpas, como a solar. Conseguimos poupanças significativas na nossa fatura energética.

 

 

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