Num mundo automóvel cada vez mais eletrónico, dominar o multímetro deixou de ser uma opção — é uma necessidade. Muito para lá de uma ferramenta para medir tensões, o multímetro é, hoje, um verdadeiro tradutor do estado elétrico do automóvel. E quando bem utilizado, torna-se numa das armas mais poderosas do mecânico.
Evitar erros
Seja para testar o estado da bateria, verificar quedas de tensão, medir resistências de sensores ou diagnosticar falhas intermitentes, o multímetro deve estar sempre à mão e… bem compreendido. Usá-lo eficazmente começa por conhecer as funções básicas: voltagem (DC e AC), resistência, continuidade e corrente elétrica. Saber selecionar a escala correta é meio caminho andado para evitar erros ou até danos no equipamento.
Um dos testes mais frequentes é à bateria. E, aqui, convém lembrar que uma tensão abaixo de 12,4V já pode indiciar perda de carga. Mas mais importante do que isso é medir a queda de tensão durante a fase de arranque: se a bateria cair abaixo dos 9,6V nesse momento, pode estar perante um problema sério.
Outro uso fundamental é o teste de continuidade, essencial para detetar cabos partidos ou ligações interrompidas. Basta selecionar essa função e verificar se há passagem de corrente entre dois pontos. Um simples bip pode poupar horas de desmontagens.
Diagnóstico fino
Já na verificação de sensores — de temperatura, posição ou Lambda — o multímetro revela-se um instrumento de diagnóstico fino. Saber interpretar valores de resistência ou tensão de sinal em função das condições de funcionamento permite avaliar se o sensor está dentro dos parâmetros do fabricante.
Mas o segredo está na disciplina de uso. Utilizar cabos de qualidade, manter as pontas de prova em bom estado, evitar medições com o motor ligado (sem necessidade) e proteger sempre o equipamento contra picos de corrente são boas práticas que aumentam a fiabilidade dos resultados… e a longevidade da ferramenta.