MOTORTEC 2025 reflete bom momento do setor

ANCERA revela crescimento de 7% no último trimestre de 2024. Em 2025, distribuidores preveem um aumento de 3%, refletindo a resiliência e o dinamismo do mercado.
Check-up Media MOTORTEC

O setor da distribuição de peças de substituição automóvel, representado na MOTORTEC 2025 pela Associação Nacional de Revendedores de Equipamentos, Peças de Substituição, Pneus e Acessórios para Automóveis (ANCERA), enfrenta este novo ano com um quadro económico positivo, de acordo com os parâmetros económicos registados no final de 2024.

Ou seja, o saldo do último trimestre do ano passado foi de um crescimento de 7% face ao período homólogo, número que permite fazer face aos novos desafios que se apresentam a este setor, que terá a oportunidade de encontrar algumas chaves no seu ponto de encontro de referência, a feira líder da indústria automóvel e de aftermarket do sul da Europa, organizada pela IFEMA MADRID, que se realizará de 23 a 26 de abril.

No que se refere a este enquadramento sectorial, importa ainda referir que os aumentos de atividade têm sido registados num ambiente caracterizado pela estabilização da inflação.

De acordo com o relatório, 94% dos distribuidores reportou um aumento do volume de negócios durante o ano, enquanto apenas 6% teve uma diminuição. Este crescimento reflete-se num aumento sustentado após um primeiro trimestre afetado pela sazonalidade da Páscoa.

“Em 2024, assistimos a uma série de desenvolvimentos significativos no setor, que refletem tanto os desafios como as oportunidades que temos pela frente. Por um lado, os preços têm apresentado um comportamento moderado. As peças de substituição e os pneus aumentaram 1,2%, enquanto os custos de reparação e manutenção aumentaram 3%”, começa por afirmar Nines García de la Fuente, presidente da ANCERA.

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“Quanto ao parque automóvel, continuamos a assistir a uma predominância de veículos de combustão com uma idade média de 13,6 anos. Mas é importante destacar a tendência crescente para os modelos híbridos e elétricos, um sinal claro de que o mercado está a evoluir”, acrescenta.

Setor resiliente

Já Carlos Martín, secretário-geral, salienta que “estes dados refletem, claramente, que, apesar dos desafios, o setor continua a avançar com firmeza. Em 2024, lançámos a nossa ferramenta ANCERA BI, que nos permitiu projetar o desempenho do setor para os próximos anos”.

E vai mais longe: “Nas nossas estimativas para 2024, esperávamos um crescimento de 6% no melhor cenário, sem o efeito da inflação nas peças de substituição, e fechámos o ano com um aumento de 7%. Este resultado não só confirma a utilidade da nossa ferramenta, como, também, o bom desempenho do setor num contexto complexo”.

Olhando para 2025, os concessionários estão a prever um crescimento de 4%, impulsionado pela crescente diversificação do parque automóvel e pelo potencial aumento da procura de serviços pós-venda.

No entanto, existem ainda desafios relacionados com a rentabilidade, processos logísticos, digitalização, fornecimento, frota circulante, carga regulatória excessiva, gestão da produtividade do trabalho e sustentabilidade, entre outros.

Check-up Media MOTORTEC Madrid

No que respeita aos veículos industriais, a Associação Espanhola de Pós-Venda de Veículos Industriais, AERVI, é igualmente positiva, como se reflete nos dados recolhidos no seu estudo de distribuição do quarto trimestre de 2024, que confirma um crescimento anual de 5% no setor face a 2023.

Perspetivas otimistas

Este resultado reforça a tendência verificada ao longo do ano, marcada por um aumento sustentado da atividade, sobretudo no segundo semestre do ano. O quarto trimestre de 2024 fechou com crescimento sólido: crescimento de 6,2% face ao quarto trimestre de 2023; crescimento de 2,9% face ao trimestre anterior, evidenciando uma clara aceleração na reta final do ano; 82% dos inquiridos referiu um aumento da atividade.

No acumulado do ano, o setor obteve um crescimento de 5%, impulsionado por um segundo semestre mais forte, que registou um aumento de 6%. Olhando para 2025, os distribuidores estão a prever um aumento de 3%, refletindo a resiliência e o dinamismo do mercado.

“O balanço final do ano foi positivo, evidenciando uma evolução significativa ao longo dos meses. Começou por um crescimento mais contido, influenciado pela sazonalidade e pela dinâmica dos transportes”, afirma Carlos Martín, Secretário-Geral da AERVI.

“Ao longo do ano, o transporte tem vindo a recuperar o seu ritmo, o que impulsionou a distribuição de peças de substituição, apresentando uma evolução significativa tanto na comparação trimestral como anual”, reforça.

“Além disso, as expectativas de crescimento para os próximos anos melhoraram, num cenário em que o impacto da inflação foi reduzido. No entanto, o fator mão de obra será um desafio fundamental para o nosso negócio e rentabilidade, como referem os nossos associados, que destacam o aumento de custos, o absentismo, a falta de profissionais ou a redução de horas de trabalho, entre outros”, dá conta.

E conclui: “2025 apresenta novos desafios, mas estamos convictos que o setor continuará a demonstrar a sua força e capacidade de adaptação”.

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