Três milhões de euros. Mais coisa menos coisa, com impostos. Não que interesse muito o preço, mas não se pode contornar o facto — nem o detalhe de não se poder tão-pouco entrar no habitáculo, não se vá estragar os bancos… e a vida.
Ontem de manhã, nas instalações da Soc. Com. C. Santos, na Maia, o Mercedes-AMG ONE esteve em exibição. O Check-up foi ouvi-lo roncar. Ou melhor: testemunhar o visual e o som daquele que é, muito provavelmente, o carro mais radical e tecnologicamente puro alguma vez homologado para estrada.
Apresentado a um grupo restrito de cerca de 50 clientes, o hiperdesportivo de 2,5 milhões de euros (antes de impostos) é uma raridade absoluta: apenas 275 unidades serão produzidas para todo o mundo. A que ali estava é a única matriculada em Portugal, encomendada através da Soc. Com.C. Santos — o único concessionário nacional a comercializar este modelo, acrescente-se.
Privilégio único
“A Soc. Com, C. Santos ser o único concessionário português a comercializar um automóvel raro como o Mercedes-AMG ONE e, agora, ser o único representante da marca a mostrar o modelo em Portugal, é motivo de natural orgulho e é mais um marco no percurso da empresa que, em 2026, assinalará 80 anos de história com muitos momentos marcantes”, afirma o administrador-delegado da empresa, Pinho da Costa.
O evento, embora estático, teve direito a espetáculo. As portas abriram, os flaps levantaram-se, a carroçaria ergueu-se ligeiramente e o motor — um V6 de 1,6 litros herdado da Fórmula 1 — soltou o seu rugido metálico, curto e preciso, como se cumprisse um ritual de ignição.
“Foi stressante”, admite Aquiles Pinto, relações públicas da empresa, ao Check-up. “Estamos a falar de um carro de 2,5 milhões de euros, mais impostos, que teve de entrar pela nossa rampa, com todo o cuidado, porque mesmo elevando a carroçaria, há sempre risco. Mas o privilégio de o mostrar compensa tudo. É um momento marcante para a nossa história e para toda a equipa”, sublinha.
Fórmula 1 domesticado
O Mercedes-AMG ONE é, de facto, um Fórmula 1 domesticado — se é que se pode chamar doméstico a um monstro com 1.063 cv e uma velocidade máxima limitada a 352 km/h.
O motor V6 turbo trabalha em conjunto com quatro motores elétricos, numa cadeia cinemática híbrida E PERFORMANCE desenvolvida pelos engenheiros da Mercedes-AMG High Performance Powertrains, em Brixworth — os mesmos que constroem os motores dos monolugares de Hamilton e Russell.
O arranque dos 0 aos 100 km/h cumpre-se em 2,9 segundos, os 0 aos 200 km/h em 7 segundos e os 0 aos 300 km/h em 15,6 segundos. Um hipercarro tão complexo que até o simples ato de o ligar exige vários passos.
“É espetacular até parado”, reconhece Aquiles Pinto. “Mesmo sem movimento, é possível ver detalhes únicos, perceber o funcionamento das grelhas de refrigeração, a forma como o carro reage ao comando. É tecnologia pura”, afirma.
Motores e “pessoas”
Mas há algo mais, para lá da engenharia. “Por muito que o negócio seja digital — e é, e vai continuar a ser —, no fim do dia é sempre um negócio de pessoas”, sublinha Aquiles Pinto.
“Esta é uma empresa de relações. Queremos dar experiências a quem confia em nós, seja um cliente que compra um AMG, um Maybach, ou uma frota de comerciais. Mostrar este carro em Portugal é, também, uma forma de partilhar um pouco desse mundo com a comunidade”, acrescenta o responsável.
Aquiles Pinto anuncia ainda uma novidade: “Vamos levar o AMG ONE ao Salão Automóvel Híbrido e Elétrico (SAHE), que se realiza de 17 a 19 de outubro, na Alfândega do Porto. Estará exposto, com regras de segurança muito apertadas, no nosso pavilhão”, revela ao Check-up o relações públicas da empresa.
A Soc. Com. C. Santos marcará presença no evento, entre 17 e 19 de outubro, com um espaço dedicado à mobilidade elétrica e híbrida da Mercedes-Benz — mas é inevitável: o epicentro da curiosidade será o AMG ONE, modelo equipado com um coração da Fórmula 1.
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