Invenção do airbag: do choque à inovação tecnológica

Criado ainda durante a década de 50, o airbag salvou milhões de vidas na estrada. Mas será que o seu futuro passa apenas por insuflar-se num acidente?
Check-up Media ZF LIFETEC new side airbag 2

O airbag é, hoje, uma presença silenciosa, mas vital, nos veículos modernos. Discreto e invisível na maior parte do tempo, só se dá a conhecer em situações-limite — e, nesses momentos, pode ser a diferença entre a vida e a morte. A sua história começa há mais de sete décadas, numa era em que a segurança automóvel era ainda um conceito em gestação.

Foi nos EUA que surgiram as primeiras patentes. Em 1952, o engenheiro John W. Hetrick, inspirado por um acidente que quase envolveu a sua família, desenvolveu um “dispositivo de segurança insuflável para veículos”.

A ideia era simples: um sistema capaz de detetar um impacto e ativar, automaticamente, uma almofada de ar que protegesse os ocupantes. Mas só em 1971 é que o primeiro airbag foi instalado num carro de produção — um Chevrolet experimental, diga-se — e apenas em 1981 a Mercedes-Benz introduziu o airbag do condutor num modelo comercial: Classe S W126.

Desde então, o seu desenvolvimento foi galopante. Os airbags deixaram de estar confinados ao volante e começaram a aparecer, também, nos bancos, nas laterais, em forma de cortina e até para os joelhos. Estima-se que, só nos EUA, os airbags tenham salvo mais de 50 mil vidas desde a sua introdução.

Check-up Media ZF LIFETEC new side airbag
Modulares e inteligentes

Num setor em constante mutação, o futuro do airbag parece prestes a dar um novo salto. Com o avanço da condução autónoma, surge a necessidade de proteger os ocupantes em posições menos convencionais — reclinados, virados de lado ou em bancos rotativos. A indústria já estuda soluções que adaptem o airbag a estas novas realidades, criando sistemas mais modulares e inteligentes.

Alguns fabricantes estão a investir em airbags externos, que se ativam antes do impacto, reduzindo a força da colisão e protegendo até os peões. A ZF, por exemplo, uma das empresas líderes no setor, desenvolveu um protótipo lateral que, em caso de colisão iminente, deflagra numa fração de segundo para absorver o impacto lateral, funcionando como uma espécie de escudo.

Bicicletas e cadeiras de rodas

A integração com sensores avançados, câmaras e Inteligência Artificial permitirá que, no futuro, os airbags sejam não apenas reativos, mas preditivos — capazes de antecipar um acidente e preparar o habitáculo com antecedência milimétrica. Em paralelo, há quem imagine aplicações mais radicais: airbags para ciclistas, motociclistas e até em cadeiras de rodas.

O airbag do futuro poderá deixar de ser apenas um dispositivo de segurança passivo para se tornar num protagonista ativo da mobilidade inteligente. A missão mantém-se: salvar vidas. Mas o modo como o faz está prestes a mudar.

artigos relacionados

Últimas

Ligeiros

Internacional

Pneus