Infiltrações de água: menos desmontagens, mais método

Infiltrações no habitáculo são difíceis de detetar. Com técnica e paciência, é possível localizá-las sem desmontar metade do carro.
Check-up Media mechanic inspection

Uma infiltração de água pode ser dos problemas mais ingratos para resolver numa oficina. O cliente chega com o tapete molhado, cheiro a humidade ou eletrónica com comportamentos estranhos e a origem da água raramente está onde aparecem os sintomas. Desmontar interiores às cegas, além de demorado, pode não trazer resultados.

O segredo está na metodologia. O primeiro passo é perceber por onde pode estar a entrar a água: borrachas das portas, vedantes de faróis, grelhas do limpa para-brisas, entradas de cabos ou até furos de fabrico mal isolados. A localização da humidade dentro do carro dá pistas sobre o ponto de entrada, mas nem sempre é conclusiva.

Técnica do pó de talco

Para detetar infiltrações de forma precisa, há técnicas simples e eficazes. Uma delas, é o uso de fumo gerado por pressão: ao introduzir fumo no habitáculo com as portas fechadas e sistema em sobrepressão ligeira, consegue-se observar onde o fumo sai para o exterior — é por onde entra a água.

Outra técnica consiste em usar talco ou pó de talco nas zonas suspeitas. Após simular chuva com uma mangueira, o percurso da água fica desenhado no talco. Também há oficinas que usam ultrassons: um emissor colocado dentro do carro e um detetor fora ajudam a encontrar falhas nas borrachas e nas uniões da carroçaria. Esta abordagem evita desmontagens desnecessárias e acelera o diagnóstico.

Corrosão e curto-circuitos

Importa ainda verificar os drenos das condutas do ar condicionado e dos sistemas de ventilação do habitáculo. Muitas infiltrações são provenientes da acumulação de água nestes pontos, por obstrução com folhas, terra ou detritos.

Resolver uma infiltração não passa apenas por selar a entrada de água. É crucial garantir que os materiais afetados — tapetes, isolamentos acústicos e módulos eletrónicos — sejam verificados e secos, para evitar problemas futuros com corrosão ou curto-circuitos. Numa oficina que se quer eficiente, o combate à humidade não se faz com desmontagens às cegas, mas com método, técnica e atenção ao detalhe.

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