O Honda Research Institute Japan Co., LTD (HRI-JP), subsidiária da Honda R&D, responsável pela investigação de tecnologias de ponta, apresentou, oficialmente, o seu robot social com Inteligência Artificial (IA) chamado “Haru”, no Hospital Universitário Virgen del Rocío (HUVR), em Sevilha, Espanha, para melhorar o bem-estar das crianças enquanto estão no hospital.
Na Gala Anual Contra o Cancro Infantil, que decorreu no dia 28 de novembro, no Casino de la Exposición, em Sevilha, Espanha, o HUVR apresentou o Haru como sendo “um dos projetos que estão a ser implementados para melhorar a vida de crianças com cancro que ficam no hospital para tratamento a longo prazo”, dia a Honda.
O HRI-JP tem estado a desenvolver o Haru, um robot social com “sistema de IA tangível” que procura facilitar comunicações e criar conexões entre pessoas, assim como contribuir para o desenvolvimento de uma sociedade em que os robots coexistem como colegas de serviço.
“O Haru foi desenvolvido para ser um robot social que estabelece relações empáticas e que faz as pessoas sorrirem graças a comunicações expressivas. Como um robot compacto com uma altura de 30 cm, o Haru pode ser colocado em cima de uma mesa para comunicar com mais facilidade”, explica a marca nipónica.
Relações empáticas
“O Haru consegue ler informações biométricas do utilizador, tais como expressões faciais e tons de voz, graças a uma câmara e microfones integrados, fazendo, depois, a análise da informação para compreender o estado do utilizador. Desta forma, consegue interagir com cada pessoa de acordo com os resultados da análise, utilizando expressões empáticas e respostas de apoio emocional”, revela a Honda.
Além disso, o Haru pode ser conectado a um sensor semelhante a um relógio de pulso que, quando utilizado, consegue analisar, de forma mais detalhada, a condição do utilizador.
“Sendo um robot, o Haru não tem quaisquer atributos humanos, como género, raça ou nacionalidade, sendo sempre capaz de falar de um ponto de vista neutro, conseguindo uma comunicação mais eficaz que vai além das diferenças geracionais e culturais, especialmente em conversas em grupo”, sublinha.
O HUVR tem conduzido, desde 2021, um teste com o Haru na ala de oncologia pediátrica do hospital, com o objetivo de melhorar os cuidados clínicos e emocionais dos jovens pacientes.
Uma vez que os resultados da experiência foram positivos em crianças com cancro, foi tomada a decisão de se avançar com o projeto de utilização integral do Haru, introduzindo-se 10 novas unidades para serem usadas em várias situações do dia a dia das crianças na unidade de oncologia pediátrica.
Análises emocionais e cognitivas
O Haru tem dado assistência aos neuropsicólogos do hospital na realização de análises emocionais e cognitivas. “Ao usar tecnologia de IA, o Haru comunica com as crianças, analisa as informações biométricas recolhidas através das câmaras e microfones integrados, como expressões faciais e tons de voz, e assiste neuropsicólogos nas avaliações emocionais e cognitivas”, conta.
Devido ao tempo que estas avaliações demoram, os neuropsicólogos apenas conseguem fazer um número limitado de análises por ano. Até agora, o número foi limitado a 510 por ano, incluindo consultas de seguimento. Com o Haru, o número de avaliações que o hospital consegue fazer por ano deverá subir para um máximo de 4500.
Atividades de reabilitação
“O Haru tem estado a apoiar os programas de reabilitação intelectual e física oferecidos aos jovens pacientes no hospital. O Haru aprende os programas de reabilitação e pode orientar as crianças durante o processo, enquanto as envolve numa conversa”, refere. “A experiência mostrou que 95% das crianças se envolveram mais ativamente na reabilitação quando receberam orientação do Haru, quando comparado com os guias humanos convencionais”, acrescenta a mesma fonte.
“Os jovens pacientes que são submetidos a internamentos hospitalares de longa duração para tratamento passam muito tempo sozinhos nos seus quartos. Ao comunicar com as crianças, o Haru oferece-lhes entretenimento e estimulação cognitiva, ajudando a diminuir o sentimento de solidão, contribuindo para a melhoria dos cuidados emocionais prestados pelo hospital”, diz a Honda.
Apoio educacional
“O Haru conecta os quartos hospitalares das crianças que não podem frequentar a escola com as salas de aulas, sendo intermediário e facilitando a comunicação, garantindo que as crianças no hospital têm a oportunidade de receber educação ao mesmo tempo do que outras crianças na sala de aula, permitindo uma melhor interação”, reforça.
“Temos conduzido esta investigação conjunta com o HRI-JP há já vários anos e temos obtido resultados fantásticos. Identificámos que o Haru tem um grande potencial em trazer felicidade às crianças. Tipicamente, a tecnologia usada nos hospitais foca-se em tratamentos médicos ou no bem-estar físico”, afirma fonte do Hospital Universitário Virgem del Rocío (HUVR), em Sevilha, Espanha.
“No entanto, o Haru tem um efeito psicológico positivo ao melhorar o humor dos nossos jovens pacientes, ao mesmo tempo que contribui para o bem-estar do hospital como um todo. O apoio dado pelo Haru, que permite que as crianças internadas no hospital sintam mais felicidade e uma maior conexão com os outros, é única e oferece benefícios valiosos não encontrados nos cuidados médicos tradicionais” explica.
“Acreditamos que o Haru é uma presença inovadora que cria um ambiente onde os pacientes mais novos podem apreciar o tempo passado no hospital”, acrescenta a mesma entidade, em comunicado.
Bem-estar hospitalar
“Com base no espírito fundador da Honda, ‘usar a nossa tecnologia para ajudar pessoas’ e ‘compreender que as pessoas são a essência da monozukuri (arte de fazer coisas) da Honda’, o Honda Research Institute tem feito investigação sobre tecnologias de ponta com potencial de melhorar os efeitos psicológicos positivos das pessoas e o bem-estar geral da sociedade”, diz Satoshi Shigemi, do Honda Research Institute Japan Co., Ltd. (HRI-JP).
“Estamos muito satisfeitos com o resultado da investigação conjunta que temos levado a cabo com o Hospital Universitário Virgen del Rocío, que demonstra que o Haru consegue ser um companheiro para as crianças no hospital, melhorando o seu espírito e trazendo sorrisos ao rosto”, frisa.
E vai mais longe: “No futuro, continuaremos a desenvolver o Haru como um robot que pode coexistir com as pessoas 24 horas por dia, 7 dias por semana, e ser mais útil para os jovens doentes, bem como para todo o pessoal do hospital, contribuindo, assim, para o bem-estar do hospital no seu todo”.
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