A tendência de queda da produção para o mercado externo continua a ser negativa. “As encomendas provenientes da Europa continuam a ser menores do que foram no ano anterior”, avança a Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA).
Assim, as exportações de componentes nacionais para a indústria automóvel totalizaram, em junho, mil milhões de euros, registando uma derrapagem de 11% face ao mesmo mês do ano passado. Contudo, o acumulado das exportações até junho é de 6.400 milhões de euros, o que representa uma queda de 3,8% em comparação com o mesmo período de 2023.
Este comportamento é, essencialmente, determinado pela queda das vendas da indústria europeia, uma vez que representa 88,5% das vendas e o facto de cair 5,1% para esse mesmo mercado, condicionando a produção da indústria nacional de componentes.
Espanha continua a liderar a lista dos principais destinos dos componentes fabricados em Portugal, registando uma quota de 27,9%, seguida da Alemanha e França, com 23,4% e 8,3%, respetivamente.
16% das exportações nacionais
Para o presidente da AFIA, José Couto, “estes resultados deixam-nos pouco otimistas em relação aos tempos que se aproximam, reforçando a necessidade de rever em baixa as expectativas de crescimento que tínhamos inicialmente previstas para 2024”, diz.
“Esta situação afeta toda a Europa, logo por arrasto Portugal, porque somos dependentes da produção da Europa. A produção automóvel agregada da Espanha, Alemanha, França, Reino Unido e Itália, principais parceiros da indústria portuguesa, diminuiu 7,5% no primeiro semestre em comparação com o período de janeiro a junho de 2023”, acrescenta o responsável.
Segundo dados divulgados pela AFIA, as exportações de componentes para automóveis mantêm-se “responsáveis por 16% das exportações nacionais de bens transacionáveis, ou seja, por cada €100 exportados, €16 pertencem ao setor dos componentes para automóveis”.
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