As exportações de componentes para automóveis registaram uma queda de 17,3% em novembro de 2024, atingindo os 967 milhões de euros. “Este desempenho reflete uma contração mais significativa do que a descida de 1,8% das exportações totais de bens em Portugal no mesmo período”, adianta a Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA).
“No acumulado do ano, as exportações do setor somaram 10.800 milhões de euros, uma redução de 5,9% face ao período homólogo de 2023”, pode ler-se no mesmo documento.
“Era esperado que as exportações de componentes caíssem no mês de novembro e que, no final do ano 2024, se registasse uma queda de 5%. O valor de novembro de 2024 é muito menor do que se esperava”, explica.
“Os 17,3% de queda estão para lá do que eram as previsões da AFIA, o que vai condicionar os números de produção e venda ao exterior para o ano de 2024 – a previsão é de menos 6,3% de exportações”, acrescenta a associação.
Como tem sido afirmado pela AFIA, o comportamento de retração das encomendas dos clientes é a justificação para a diminuição de produção nacional de componentes, que apenas reflete o que é a realidade do mercado automóvel europeu.
“O valor total exportado situou-se nos 967 milhões de euros. Contudo, no acumulado de janeiro a novembro de 2024, as exportações do setor alcançaram os 10.800 milhões de euros, o que representa uma redução de 5,9% face ao mesmo período de 2023”, salienta a mesma fonte.
Europa em queda
A Europa permanece como o principal mercado de destino para os componentes de automóveis, “concentrando 88,5% das exportações do setor”, afirma a AFIA. “No entanto, as vendas para este mercado registaram uma descida de 6,6% no acumulado de 2024, em comparação com o mesmo período do ano transato”.
De acordo com o comunicado, “entre os países europeus, Espanha lidera como principal destino, com uma quota de 28%, seguida de Alemanha (23,7%) e França (8,3%)”.
Desafios persistem
Segundo José Couto, presidente da AFIA, “os dados que temos vindo a registar recentemente acabam por ser o reflexo dos desafios enfrentados pelo setor de componentes para automóveis em Portugal, que continua a ser um dos pilares das exportações nacionais”.
E salienta: “A redução das vendas no mercado europeu, aliada às quedas registadas nos últimos meses, evidencia a necessidade de adaptação a um contexto económico global mais exigente”.
“No entanto”, conclui o responsável, é de notar que a indústria de componentes para automóveis, “apesar de enfrentar desafios e cenários que continuam a afetar empresas e fornecedores, quer a nível nacional quer internacional, tem encontrado formas de manter a sua competitividade, mostrando-se um setor extremamente resiliente e de elevada adaptabilidade”.
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