Nos motores Diesel atuais, o sistema common-rail trabalha com pressões que podem ultrapassar os 2.500 bar. A mínima partícula de sujidade, água ou limalha metálica pode comprometer a pulverização do combustível, danificar as agulhas internas e provocar falhas difíceis de diagnosticar.
Por isso, a longevidade dos injetores depende tanto da qualidade do gasóleo como da disciplina da manutenção.
Apostar na qualidade
O primeiro passo é utilizar combustível de boa qualidade, proveniente de postos fiáveis e com aditivos detergentes. Combustíveis baratos ou mal armazenados tendem a conter impurezas e humidade — inimigos silenciosos do sistema de injeção.
A água, em particular, é responsável por corrosão interna e formação de ferrugem nos canais do injetor, o que altera o padrão de pulverização e reduz o desempenho.
Igualmente importante é respeitar os intervalos de substituição dos filtros de combustível. Um filtro saturado ou de má qualidade deixa passar partículas que, rapidamente, provocam desgaste no conjunto bomba/injetores.
Nos veículos mais recentes, recomenda-se trocar o filtro antes do intervalo máximo indicado, especialmente se o carro circular em zonas com combustível de menor qualidade.
Pressão do rail
Outro ponto essencial é o controlo da pressão do rail. Uma bomba de alta pressão com válvulas defeituosas pode enviar picos de pressão irregulares para os injetores, reduzindo, drasticamente, a sua vida útil. Durante as revisões, vale a pena verificar valores de pressão em marcha lenta e sob carga, confirmando a estabilidade do sistema.
Também as reprogramações não certificadas representam um risco. Alterar mapas de injeção ou eliminar sistemas antipoluição aumenta o esforço sobre os injetores, que passam a trabalhar com tempos de abertura mais longos e temperaturas mais elevadas. O resultado é um desgaste prematuro e fugas internas.
Higienização preventiva
Por fim, a higienização preventiva pode ser uma aliada. Existem aditivos de limpeza específicos que, usados de forma controlada, ajudam a dissolver resíduos carbonosos e a manter o padrão de pulverização.
Devem ser aplicados apenas segundo recomendação técnica — nunca como solução milagrosa para falhas já instaladas.
Com estas boas práticas, a durabilidade dos injetores common-rail pode superar facilmente os 250 mil km, garantindo arranques suaves, consumo otimizado e emissões controladas.
No fundo, trata-se de respeitar o equilíbrio entre tecnologia e manutenção, porque, num motor moderno, cada gota conta.
