Como identificar fugas invisíveis no circuito de refrigeração?

Nem todas as fugas deixam marcas. Com a ajuda da tecnologia certa, é possível detetar anomalias no sistema de refrigeração antes que causem danos.
Check-up Media mechanic using lamp

O circuito de refrigeração é dos sistemas mais críticos de qualquer motor. Mantém a temperatura ideal de funcionamento, evita o sobreaquecimento e contribui para a eficiência energética.

No entanto, pequenas fugas, por vezes impercetíveis, podem comprometer todo o equilíbrio térmico e causar danos dispendiosos, desde juntas queimadas até à deformação da cabeça do motor. O desafio para o mecânico moderno é simples de enunciar, mas difícil de resolver: como detetar o que não se vê?

Testes de pressão

Hoje, o diagnóstico destas microfugas já não depende apenas da experiência visual ou do faro para o cheiro a anticongelante. As oficinas podem recorrer a testes de pressão controlada, capazes de revelar perdas mínimas em tubos, radiadores, tampas de expansão ou até nas ligações plásticas que, com o tempo e o calor, se deformam. Estes testes simulam a pressão de funcionamento do sistema e permitem observar, em segurança, quedas graduais de pressão que denunciam uma fuga.

Mas o grande salto tecnológico veio com os líquidos fluorescentes e as lâmpadas UV. O método é simples, seguro e muito eficaz: adiciona-se ao circuito uma pequena dose de corante compatível com o refrigerante e, após algum tempo de circulação, observa-se o sistema com uma luz ultravioleta.

Qualquer microfuga, por mais escondida que esteja, brilha sob o feixe de luz, revelando o ponto exato da perda. Este processo é, hoje, usado tanto em motores de combustão como em veículos híbridos, nos quais as tubagens e os sistemas de refrigeração são ainda mais complexos.

Gases traçadores

Outra técnica cada vez mais comum é o uso de gases traçadores, como o hidrogénio ou o azoto, em sistemas pressurizados. Detetores eletrónicos sensíveis identificam a presença do gás em concentrações mínimas, permitindo localizar a fuga com precisão milimétrica, mesmo em zonas inacessíveis. É um método limpo e extremamente fiável, embora exija equipamento específico e formação técnica adequada.

Em paralelo, o mecânico atento deve sempre verificar sinais indiretos de perda, como o nível irregular do líquido no vaso de expansão, o aparecimento de resíduos esbranquiçados em uniões ou o cheiro a anticongelante quente no habitáculo. Nenhum destes indícios deve ser ignorado, pois podem indicar pequenas fugas internas, difíceis de observar, mas potencialmente perigosas.

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