A Cepsa acaba de anunciar a mudança de nome para… Moeve. “Este é um marco histórico na transformação da companhia para se tornar num dos líderes da transição energética europeia, refletindo a evolução da sua mudança, o resultado da sua estratégia “Positive Motion” para 2030 e o seu total compromisso com a energia e a mobilidade sustentável”, começa por dar conta o comunicado.
“Esta alteração responde, também, ao seu objetivo de acelerar a descarbonização da empresa e a dos clientes, através de um investimento máximo de oito mil milhões de euros, dos quais mais de 60% se destina a negócios sustentáveis, como a produção de hidrogénio verde, segunda geração de biocombustíveis (2G) e produtos químicos sustentáveis, bem como carregamento elétrico ultrarrápido”, acrescenta.
Desde o lançamento da sua estratégia “Positive Motion”, em março de 2022, a companhia avançou um grande número de projetos e desenvolveu um ecossistema de alianças com mais de 60 companhias de vários setores, de modo a promover as diferentes cadeias de valor e a implementação destes projetos.
“A companhia está a desenvolver o Vale Andaluz de Hidrogénio Verde, o maior projeto apresentado até à data na Europa, que, em 2030, espera ter uma capacidade de 2.000 MW”, dá conta a nota de imprensa.
“Além disso, promoveu a criação do primeiro corredor marítimo entre os portos de Algeciras e Huelva com o porto de Roterdão para ligar o sul e o norte da Europa. Mais: está a trabalhar no desenvolvimento de novas fábricas verdes de metanol e amoníaco, juntamente com os seus parceiros”, pode ler-se no mesmo documento.
Aposta em todas as frentes
A empresa está a desenvolver aquele que será o maior complexo de biocombustíveis 2G do sul da Europa, localizado em Palos de la Frontera (Huelva), com uma capacidade de produção anual de um milhão de toneladas de combustível de aviação sustentável (SAF) e Diesel renovável (HVO).
Atualmente, a Moeve já comercializa estes combustíveis sustentáveis em sete dos principais aeroportos espanhóis e em mais de 60 portos que opera no país. A energética avança, também, com os seus parceiros no desenvolvimento de cerca de 30 centrais de biometano em Espanha e em projetos de valorização de resíduos para a produção deste biogás, um substituto do gás natural.
A rede de estações de serviço Moeve conta já com mais de 160 pontos de carregamento ultrarrápido em funcionamento e prevê terminar o ano de 2024 com 400 construídos. Tudo para desenvolver uma das maiores redes de carregamento elétrico ultrarrápido de todo o território ibérico.
Paralelamente, a empresa está a realizar uma ambiciosa transformação dos pontos de contacto com os clientes, alargando a sua oferta de alternativas energéticas, bem como novos serviços de restauração, recolha de encomendas e lojas.
Mais: a companhia está a transformar o seu portefólio de produtos químicos em soluções cada vez mais sustentáveis. Especificamente, já produz e comercializa LAB (base para o fabrico de detergentes biodegradáveis) e fenol a partir de matérias-primas e fontes de energia renováveis.
Além disso, está a construir uma fábrica de álcool isopropílico (IPA) em Huelva, base para o fabrico de géis hidroalcoólicos, que será a primeira instalação deste tipo em Espanha a utilizar hidrogénio verde e capaz de substituir matérias-primas de origem fóssil por materiais sustentáveis.
Marco histórico
A companhia anunciou, este ano, a venda dos seus ativos de exploração e produção na Colômbia e no Peru, após o desinvestimento realizado em Abu Dhabi em 2023, o que representa a venda de cerca de 70% dos seus ativos de produção de petróleo face a 2022. Nesse sentido, a companhia anunciou, também, em agosto último, a venda da sua subsidiária de butano, propano e autogás (Gasib).
“Hoje, é um dia histórico para a família de mais de 11 mil profissionais que compõem a companhia. Mas, também, para os nossos clientes, parceiros, fornecedores e outros grupos de interesse, para os quais queremos contribuir com um impacto positivo”, começa por afirmar Maarten Wetselaar, CEO da Moeve.
“Tenho o prazer de comunicar a mudança de uma grande marca, a Cepsa, que está connosco há mais de 90 anos, para dizer ao mundo que nos estamos a transformar noutro tipo de organização, a Moeve, na qual a maior parte do seu lucro provirá de atividades sustentáveis no final desta década”, revela.
Segundo diz, “uma companhia próxima e colaborativa que, nos últimos dois anos, acelerou a sua transformação, atingindo múltiplos marcos no âmbito da sua estratégia ‘Positive Motion’ para 2030”.
E vai mais longe: “Face a estes progressos e aos que faremos no futuro, apresentamos uma nova marca que reflete o nosso firme compromisso de sermos líderes na transição energética na Europa, especialmente no domínio das moléculas verdes, como o hidrogénio verde e os biocombustíveis 2G, além da mobilidade elétrica ultrarrápida”.
Lugares de referência
O chefe do executivo reforça ainda que “hoje, lançamos a Moeve como símbolo do nosso próximo passo na história do setor energético. Nascemos com a sigla Compañía Española de Petróleos SA, em 1929, para construir a primeira refinaria em Espanha e liderar a primeira transição energética”.
E continua: “durante quase um século, a Cepsa desempenhou um papel decisivo como motor do progresso e do crescimento económico em Espanha. Hoje, porém, o mundo precisa de outro tipo de soluções energéticas mais sustentáveis”.
De acordo com o responsável, “a Moeve permite-nos encarar o futuro com mais certeza e confiança, mantendo um compromisso claro com os nossos clientes: ampliar a oferta de soluções energéticas sustentáveis e acessíveis, facilitando a sua descarbonização, para, assim, avançarmos juntos na nova transição energética para alcançar um mundo melhor”.
Os progressos alcançados permitiram à companhia posicionar-se entre os lugares de referência do seu setor nos principais rankings internacionais de sustentabilidade (ESG). Entre os últimos resultados obtidos, é de salientar que se encontra entre as 1% das melhores empresas do seu setor no rating S&P CSA e nas primeiras posições do seu setor a nível global nos ratings Sustainalytics.
Pelo terceiro ano consecutivo, ocupa a primeira posição do seu setor a nível internacional em Clarity AI. Da mesma forma, a EcoVadis voltou a reconhecê-la recentemente com a medalha de ouro, colocando-a entre as 3% das melhores empresas em sustentabilidade em todos os setores a nível mundial.
Além de ajudar a alcançar os objetivos da Agenda 2030 para a luta contra as alterações climáticas, os projetos de energia sustentável da Moeve transformarão a Andaluzia e a Espanha num líder energético, contribuindo para a segurança do abastecimento e a independência energética da Europa, apoiando, assim, a estratégia REPowerEU.
Por sua vez, a fundação corporativa da companhia, Fundación Moeve, continuará a promover iniciativas destinadas a enfrentar os desafios da transição ecológica e a melhorar a qualidade de vida dos grupos mais vulneráveis, apostando na promoção de uma transição justa e inclusiva, nos âmbitos de ambiente, científico-educativo e social.
Essência da Moeve
A nova marca, desenvolvida em colaboração com a agência Landor, reflete movimento, otimismo e evolução através de diferentes cores, texturas e dimensões, com um design pensado para o mundo digital.
“Moeve é um nome único concebido para transportar os clientes, os mercados e a sociedade como um todo para um futuro melhor. As novas cores identificadoras da Moeve caracterizam-se por tons inspiradores que desafiam o estabelecido, rompendo com o passado para abrir as portas a um mundo de energia sustentável e mobilidade alinhada com a nossa nova estratégia”, afirma Pierre-Yves Sachet, head of brand e diretor do negócio Mobility & New Commerce.
O anúncio que, hoje, foi feito será acompanhado pela implementação progressiva da nova marca em todas as suas estações de serviço, que terá início no mês de novembro, a um ritmo de cerca de 600 estações por ano, até atingir as mais de 1.800 que a companhia tem em Espanha e Portugal. Da mesma forma, a companhia irá lançar nos próximos dias uma nova campanha publicitária global.
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