O rugido dos motores clássicos voltou a ecoar entre o mar e as colinas. No passado fim de semana (de 8 e 9 de novembro), o Check-up acompanhou, de perto, mais uma edição do Camélias Classic Rallye by bilstein group, a derradeira prova do Campeonato de Portugal de Regularidade Histórica, que terminou na Expotorres, em Torres Vedras.
Mais de 30 equipas alinharam à partida para um desafio de 265 km, traçado com mestria pelos concelhos de Cascais, Mafra, Sintra e Torres Vedras, em etapas repletas de história, precisão e emoção.
Percursos desafiantes
Organizado pelo Clube de Motorismo de Setúbal e pela Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK), o rali confirmou a sua reputação como uma das provas mais prestigiadas do calendário nacional, combinando rigor técnico com um ambiente de camaradagem e nostalgia.
Ao longo das 21 zonas de regularidade, as equipas enfrentaram percursos desafiantes que testaram a destreza dos navegadores e a fiabilidade das máquinas. A vitória na geral pertenceu à dupla Luís Carvalho/Sancho Ramalho, em BMW 2002, mas pode afirmar-se, sem exageros, que todos saíram vencedores de um fim de semana que homenageou a história viva do desporto automóvel.
O município de Torres Vedras, parceiro histórico do evento, voltou a associar-se à iniciativa, reforçando o compromisso com a promoção do desporto automóvel no território. Segundo Diogo Guia, vereador do Desporto da Câmara Municipal, “ao longo dos anos, este evento desportivo tem-se afirmado como um dos mais emblemáticos a nível nacional e tem contribuído para projetar Torres Vedras no mapa dos eventos motorizados de prestígio, atraindo participantes e entusiastas de todo o país e do estrangeiro”, disse.
“Além de homenagear a história automóvel, esta prova reforça a posição do nosso território como um destino de excelência para iniciativas culturais e desportivas de grande qualidade”, sublinhou o vereador.
Símbolo de continuidade
No terreno, a atmosfera era de festa. Entre o cheiro a combustível e o som dos motores antigos, o nome bilstein group destacava-se como símbolo de continuidade e compromisso com o setor. Joaquim Candeias, managing director da empresa que é main sponsor, salientou que o apoio a eventos como o Camélias Classic Rallye tem um valor que vai muito para além do retorno imediato.
“O objetivo é dar visibilidade às nossas marcas junto do consumidor final. Apesar de o nosso negócio não ser direto, é cada vez mais importante que o condutor conheça e reconheça as nossas marcas, porque, hoje, todos temos um papel ativo nas decisões sobre a manutenção do automóvel”, explicou.
Para Joaquim Candeias, a presença do bilstein group nestas competições é, também, uma forma de agradecer e retribuir à comunidade que partilha esta paixão: “Toda a gente gosta de automóveis, de ralis e de provas como esta. As pessoas reconhecem e valorizam o facto de o grupo investir e estar presente. Tenho amigos que só me ligam nesta altura do ano, quando veem o rali, porque é um momento muito visível e unificador”, acrescentou.
Vantagens do aftermarket
A diversidade de veículos em prova, muitos deles com várias décadas, ilustra bem o papel do aftermarket em manter viva a história automóvel. “Temos uma oferta muito abrangente, com peças para carros de 30 anos que continuam a circular. Essa é a grande vantagem do aftermarket: manter a disponibilidade muito para além do que o fabricante de origem garante. Há peças que pensamos já não existir — mas continuam a ser procuradas e vendidas, o que mostra que o parque circulante clássico está vivo e ativo”, explicou Joaquim Candeias, em conversa com o Check-up.
Se o apoio técnico e logístico do bilstein group é essencial, a alma do rali vem da dedicação da equipa organizadora. Fernando Matias, presidente do Clube de Motorismo de Setúbal, recordou que o Camélias Classic Rallye nasceu com a ambição de ser mais do que uma simples prova.
“Há sempre uma responsabilidade acrescida, sobretudo nesta fase final do campeonato, porque muitos concorrentes têm aqui as suas classificações em jogo. Este ano, quisemos criar um rali mais exigente, um verdadeiro teste à destreza das equipas. O nosso objetivo é torná-lo num rali mítico — e os míticos são os que exigem coragem, técnica e resistência”, afirmou.
O dirigente reforça que a exigência é parte da identidade da prova. “Se fizermos um rali fácil, os concorrentes acabam satisfeitos e esquecem-no um mês depois. Mas se criarmos um rali épico, vão lembrar-se dele o resto do ano — e voltarão. É isso que queremos”, disse.
O percurso, que atravessou quatro concelhos — Cascais, Mafra, Sintra e Torres Vedras —, colocou à prova não só pilotos e navegadores, mas, também, a capacidade de coordenação com várias autarquias e entidades locais.
“Temos 18 parceiros envolvidos. É um desafio logístico enorme, especialmente quando passamos por zonas turísticas, como Cascais ou Sintra, onde é preciso desenhar o trajeto com grande precisão para evitar congestionamentos. Mas é isso que torna o Camélias tão especial”, acrescentou Fernando Matias.
Confiança mútua
A parceria com o bilstein group é, para Fernando Matias, uma relação de confiança mútua: “Estes dois ralis — o Camélias e o Camélias Classic — já têm uma identidade própria, que está intimamente ligada à imagem bilstein group. É um casamento feliz, baseado na transparência e num espírito win-win. Trabalhamos para ativar a marca da melhor forma possível, porque sentimos que há uma ligação genuína entre a organização e o patrocinador. O rali precisa da bilstein group e o bilstein dá-lhe o prestígio e a consistência que ele merece”, afirmou Fernando Matias.
O evento terminou, já depois do almoço, com a entrega dos prémios, na Expotorres, enquanto os modelos clássicos repousavam depois de dois dias de competição intensa, a provar que a memória é a última a abandonar a estrada.
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