Debaixo de uma chuva constante (e intensa, a espaços) e de uma neblina teimosa, em vários troços, a edição de 2023 do Camélias Classic Rally by bilstein group, que o Check-up acompanhou, ao vivo e a cores, durante dois dias, demonstrou que “competição molhada é competição abençoada”.
A prova encerrou o Campeonato de Portugal de Regularidade Histórica (CPRH) e foi disputada nas estradas dos concelhos de Torres Vedras, Mafra, Sintra e Cascais, terminando na Marina de Cascais, com a consagração da dupla de vencedores de 2023: António e Nuno Costa.
Foi uma prova de elevada exigência, marcada pela forte chuva, sobretudo durante a manhã, e que se juntou à dificuldade crescente que estava programada e que deveria ter no Parque Natural de Sintra-Cascais, a “secção de todas as decisões”, como descreve fonte da Works4events.
“Só que, ainda antes da caravana sair da Praia Grande, já os primeiros estavam mais ou menos escalonados, com dois dos candidatos ao título a atrasarem-se devido a avarias mecânicas, deixando caminho livre à dupla do Peugeot 205 Rallye, que acabou por ganhar tudo o que estava em disputa”, afirma.
Favoritos pelo caminho
Alguns dos favoritos ficaram igualmente pelo caminho, como a dupla Miguel Jerónimo/Rui Martins, juntando-se a Luís Carvalho/Sancho Ramalho e a António Ramos/Ivo Tavares, o que permitiu que outros outsiders, muito regulares e concentrados, conseguissem passar para os lugares cimeiros, criando um pódio algo inesperado, mas perfeitamente merecido por todos.
Depois dos vencedores – primeiros igualmente na classe 7 – colocou-se a dupla espanhola Manuel Galvan/José Rubio (VW Golf GTI) – 1.° da Classe 8 – e o Alfa Romeo Alfasud 1.5 Ti, da equipa Luiz Santos/Paulo Gomes.
José Braga da Cruz e António Moniz (MGB) venceram a Classe 2 e a Categoria F Vítor Júlio/José Madeira (Lancia Fulvia 1.3) a Classe 4. O triunfo na Classe 5 e na Categoria G coube à dupla Henrique Sousa/David Jerónimo. Sandro Afonso/Fernando Brandão foram os primeiros da Classe 9. A Taça 1300 e a Categoria H ficaram para os vencedores absolutos e os vencedores da Promoção foram Tiago Vital e Verónica Ferreira (BMW 318 is)
Destaque ainda para uma novidade na edição deste ano: a Categoria de Novas Energias, cujas performances, por vezes, superaram as dos melhores do CPRH, com Nuno Serrano/Alexandre Berardo a triunfarem à frente do outro Kia da dupla Carpinteiro Albino/José Carlos Figueiredo e do Polestar 2 de Duarte Silva/António Serrão. Desta categorial, saiu, também, a melhor – e única – dupla feminina, Paula Joaquim/Sofia Escarigo (MG Model 4), que, assim, arrecadaram o troféu.
Tudo o resto fica para a história. 51 inscritos (recorde da prova) e 47 participantes. “A prova decorreu quase toda sem incidentes, sendo que a organização foi forçada a cancelar a última PEC, porque uma árvore caiu na Rampa da Pena, entre os concorrentes 8 e 9, felizmente sem quaisquer danos pessoais”, conta a organização.
Prova continuará em 2024
Em conversa com o Check-up, Luís Caramelo, diretor da prova, mostrou-se satisfeito com a qualidade desta edição. “O rali era a discussão do campeonato. Infelizmente, dois dos três candidatos ficaram atrapalhados. Um deles, teve um problema de motor e o outro uma saída de estrada ligeira”, revelou.
“Estivemos sempre a monitorizar tudo. Quem passou incólume foi quem ia à frente do campeonato. De resto, isto é um rali. Há chuva e lama. E tivemos de avançar com ele, mesmo começando a chover à partida”, relatou.
“Este ano, fizemos um convite ao campeonato das ‘Novas Energias’ para trazer alguns carros, inclusive, a UVE (Utilizadores de Veículos Elétricos), que trouxe sete carros: um terço do que normalmente alinha numa prova normal. Foi uma conquista. E eles sentiram-se bem enquadrados. É algo que pode continuar”, afirmou.
O roadbook desta edição foi feito de uma forma muito específica. Não tem trajetórias e cruzam-se com veículos em sentido contrário. “Sim. Normalmente, é sempre feito do lado direito da estrada. A medição é feita assim. Todos sabem que, se vão pelo meio, ou se tentam cortar, as distâncias não batem com as nossas”, disse.
“Então, por vezes, atrasam-se ou adiantam-se, porque não estão corretamente alinhados com aquilo que propomos. Mas eles têm um percurso fornecido com o roadbook. Já sabem que quando pisam o risco, as distâncias não batem com as deles”, explicou Luís Caramelo ao Check-up.
O Camélias Classic Rally by bilstein group já tem luz verde para 2024, devendo voltar a acelerar novamente em novembro. Por outras palavras, a parceria com o bilstein group continua firme.
“É para continuar. O que nos pedem, estamos sempre disponíveis para dar. Também podemos dar a visibilidade que procuram. Todos os anos tentamos fazer um bocadinho melhor”, garantiu Luís Caramelo. Um convite a conduzir na mão? “Exatamente. O rali é em estrada aberta, nem convém ser de outra forma”, enfatizou.
Joaquim Candeias, managing director do bilstein group, por sua vez, fez um “balanço sempre positivo”, disse. “Estamos muito empenhados em apoiar o Rally das Camélias e esta é a segunda edição dos clássicos. Envolve muito gente e divulgação das nossas marcas, que é o mais importante. Queremos manter e achamos que é benéfico quer para o nosso negócio quer para o desporto automóvel, que, no fundo, é o setor onde estamos”, afirmou.
Cada vez mais, o nome das marcas febi, SWAG e Blue Print é ventilado junto do grande público. “Sim. Porque, no futuro, todos nós, como consumidores finais, vamos tendo mais influência nas reparações e manutenções dos nossos veículos”, frisou.
“É importante que o consumidor final, que, hoje, pouco conhecimento tem sobre peças técnicas, adquira informação sobre as nossas marcas e que saiba que somos um bom player do aftermarket, com boas soluções. Só com esta uma divulgação é possível chegar ao consumidor final. Por tudo isto, estamos todos muito satisfeitos com esta prova e o apoio é para continuar em 2024”, garantiu Joaquim Candeias ao Check-up.
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