Caixas automáticas: mudar o óleo não chega se método for incorreto

A substituição de óleo nas transmissões automáticas exige cuidado extremo. Fluido errado ou método incorreto pode arruinar a caixa.
Check-up Media automatic gearbox

Cada vez mais veículos circulam com transmissões automáticas ou automatizadas. E a sua manutenção já entrou na rotina das oficinas independentes. No entanto, a simples operação de mudar o óleo pode transformar-se num pesadelo técnico se for feita com métodos errados ou fluido incompatível.

Ao contrário do motor, a transmissão automática não tolera improvisos. Cada caixa exige um tipo específico de óleo, com características de fricção, viscosidade e aditivação adequadas ao seu funcionamento interno.

Utilizar um fluido “universal” ou o primeiro disponível na prateleira, é um risco sério: mudanças bruscas, patinagem, falhas no conversor de binário ou mesmo bloqueio da caixa podem surgir poucos quilómetros depois.

Quantidade e temperatura

Outro erro comum está na quantidade e temperatura do enchimento. Em muitas caixas, o nível só pode ser verificado com o motor a trabalhar, a uma temperatura exata, e com o seletor a passar por todas as posições. O excesso de óleo pode gerar pressão anormal e fugas. Já a falta, por outro lado, leva ao escorregamento das embraiagens internas e desgaste prematuro.

Check-up Media automatic gearbox 2

Há ainda caixas que exigem procedimentos de adaptação eletrónica após a substituição do fluido. Sem essa reprogramação — feita por diagnóstico ou equipamento específico —, a gestão eletrónica mantém os parâmetros antigos, o que pode comprometer o funcionamento da caixa mesmo com óleo novo e correto.

Atenção ao cárter

Muitas transmissões modernas vêm com filtro interno, alojado dentro do cárter. A substituição do óleo sem mudar o filtro é um trabalho incompleto. Além disso, o cárter pode integrar o filtro, sensores e até a junta, o que obriga à sua substituição total.

Finalmente, é importante sublinhar que a cor escura do óleo nem sempre indica problema. Muitos óleos de fábrica são escuros desde a origem e o verdadeiro critério deve ser a quilometragem, o tipo de condução e a recomendação do fabricante.

Trabalhar com transmissões automáticas requer conhecimento, equipamento e precisão. O “quase certo” é o suficiente para causar uma avaria grave — e pôr em causa a confiança do cliente.

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