“Quando falamos de agricultura, estamos a falar de um mundo que engloba as mais diversas atividades, temas e aspetos: das sementes ao gado, da energia à biodiversidade, passando pela segurança alimentar e as alterações climáticas. Um mundo complexo repleto de figuras chave: governos, associações da classe, opinião pública, cadeias de abastecimento completas e a comunidade internacional”, adianta a BKT, em comunicado.
“Comunicar tudo o que a agricultura representa não é fácil e torna-se cada vez mais importante esclarecer todos os aspetos presentes neste mundo essencial para o futuro do planeta e o seu sustento, de modo a gerar informação contínua, intercâmbio, partilha e inclusão, para benefício de todos”, sublinha.
Que perceção têm, hoje, as pessoas da agricultura? Como se relacionam com ela? O que pensam sobre os problemas subjacentes às alterações climáticas e o setor agrícola? Entendem, claramente, o que está a acontecer neste setor? E os próprios agricultores, que papel têm em tudo isto? Estas são as questões abordadas por especialistas e convidados internacionais no oitavo (e último) episódio do “Global Trends”, o formato da BKT dedicado aos macrotemas e tendências que influenciam a agricultura mundial.
Antes de mais, o marketing e a comunicação não são apenas duas disciplinas dedicadas à promoção de produtos. Dizem respeito à necessidade de ser credível, digno de confiança e competente. O seu objetivo é, também, partilhar informação e conhecimento, envolver e ajudar o público a tomar decisões, através da clareza, simplicidade e sinceridade. Contudo, a comunicação da agricultura é uma atividade desafiante, devido aos numerosos temas, aspetos e protagonistas.
“A imagem pública da agricultura é ainda muito estereotipada, imutável há, pelo menos, 50, 70 ou talvez 100 anos”, comenta Poran Molani, responsável pela S4 Capital de Sir Martin Sorrell, na Índia. “Creio que a maioria das pessoas pensa na agricultura como um setor muito conservador, lento a mudar, desligado das necessidades dos consumidores modernos”, refere.
“Na realidade, esta indústria exige capacidades, competências e tecnologias incríveis. Os produtores de alimentos modernos precisam de saber muito mais do que apenas agricultura: economia, ciência, direito, mecânica, geologia, análise, química e biologia, para não falar em ecologia e conservação, tudo combinado com anos de sabedoria e conhecimentos herdados. É necessário destacar e comunicar todo este talento” diz.
“É um mundo difícil de comunicar”, continua Poran Molani, “porque não há uma única mensagem. Existe o setor como um todo, mas, dentro dele, existem os componentes individuais – alimentos, gado, energia, materiais, pesca, biodiversidade. Precisamos de tomar a iniciativa e abordar todas as questões-chave, ao explicar as suas realidades aos diferentes públicos: o que pode ser feito, o que precisamos… E, acima de tudo, a agricultura deve deixar de reagir às questões e ser defensiva, deve gerar proativamente o diálogo”, frisa.
Owen Roberts, professor de comunicação agrícola na Universidade de Illinois, fala sobre “mobilização dos conhecimentos”. É um conceito que passa pelo intercâmbio de conhecimentos entre investigadores, agricultores e jornalistas que comunicam entre si, partilhando o seu feedback e gerando diálogo e inovação. “Neste âmbito, as redes sociais são ideais porque levam a investigação para fora do laboratório e para fora do campo. É uma oportunidade de diálogo entre utilizadores e fornecedores de informação”, afirma.
“Na América do Norte, muitos agricultores utilizam as redes sociais para trocar informação. Esta é acessível a todos e permite-lhes expressar, livremente, dúvidas e preocupações enquanto recebem feedback imediato. Investigadores, cientistas e agricultores ‘encontram-se’ graças às redes sociais. Diria que a responsabilidade pela partilha de informação recai sobre aqueles que têm esse conhecimento”, esclarece o responsável.
Um ponto de vista particular sobre a tecnologia na agricultura é fornecido por Riccardo de Nadai, responsável pela comunicação na XFarm, uma start-up agrotech que ajuda os agricultores a gerir as suas empresas de uma forma simples e digital. O seu público-alvo é constituído por agricultores de diferentes gerações.
“As principais estratégias que encontrámos, baseiam-se na educação. É fundamental sensibilizar os agricultores para a utilização da tecnologia e para a forma como a agricultura inteligente pode melhorar o seu trabalho quotidiano. Para atingir este objetivo, estamos a trabalhar na criação de vários programas educacionais, como xFarm Education, um projeto em que vamos às escolas para explicar as principais tendências da agricultura digital aos jovens estudantes. E, claro, as redes sociais são muito importantes. A boa comunicação dos benefícios da utilização da tecnologia é a chave para aumentar a sua adoção e sucesso”, afirma.
Finalmente, para além da utilização de diferentes ferramentas de comunicação, precisamos, também, de abordagens cada vez mais inovadoras e não convencionais.
Jennifer Rauch, diretora de marketing digital da BKT Europa, dá conta que “foi o que fizemos com os episódios do ‘Global Trends’. Queríamos encontrar uma abordagem de marketing inovadora que envolvesse pessoas e utilizadores. Criar uma comunidade que lide com a agricultura e não apenas com os nossos pneus”.
“O aspeto particular daqueles que trabalham na agricultura é que este não é apenas o seu negócio, mas o seu modo de vida. Queremos entrar na sua vida diária e cada iniciativa da BKT foi concebida para nos aproximar das pessoas, incentivando, cada vez mais, a sua participação e criando experiências”, diz Jennifer Rauch.
“Queremos dar-lhes voz e, ao mesmo tempo, ser uma voz para ajudar as comunidades. Também queremos construir relações duradouras com grupos e organizações do setor e uma iniciativa como o ‘Global Trends’ consegue-o na perfeição. É nosso dever como marca iniciar o diálogo, incentivar a troca de informações, a investigação. É claro que não vamos parar aqui e vamos lançar novas iniciativas”, conclui.
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