Com a generalização dos sistemas start-stop nos veículos modernos, a substituição da bateria deixou de ser uma operação simples e rotineira. Estes sistemas exigem baterias com tecnologia específica — EFB (Enhanced Flooded Battery) ou AGM (Absorbent Glass Mat) — capazes de suportar ciclos de carga e descarga muito mais intensos. Ignorar esta exigência pode comprometer o funcionamento do sistema, gerar falhas elétricas e reduzir, drasticamente, a vida útil da nova bateria.
Um erro frequente nas oficinas é instalar uma bateria convencional num veículo equipado com start-stop. Mesmo que funcione inicialmente, o sistema não será capaz de gerir corretamente a carga e o cliente poderá regressar, em pouco tempo, com queixas de falhas ao arrancar, mensagens de erro ou consumo anómalo.
Gestão eletrónica
Outro ponto crítico é a gestão eletrónica. Muitos veículos requerem a codificação da nova bateria na centralina, para que o sistema de gestão energética reconheça o novo componente e ajuste os parâmetros de carga. Se este passo for ignorado, a bateria pode não carregar corretamente ou deteriorar-se prematuramente.
O diagnóstico também muda. Os valores de tensão em repouso nem sempre refletem o verdadeiro estado de uma bateria para start-stop. É fundamental utilizar equipamentos adequados, que façam um teste de condutância e avaliem a capacidade de resposta em carga. Confiar apenas no multímetro pode levar a conclusões erradas.
Conhecimento técnico
Além disso, é importante verificar o sensor de bateria (BMS), muitas vezes instalado no cabo negativo. Este sensor monitoriza, em tempo real, o estado da bateria e comunica com a centralina. Se estiver avariado ou mal montado, pode gerar alertas falsos ou impedir o funcionamento correto do sistema start-stop.
A substituição da bateria deixou de ser um trabalho de cinco minutos. Hoje, exige conhecimento técnico, equipamento de diagnóstico e atenção aos detalhes. Numa oficina moderna, seguir os procedimentos corretos não é opcional — é sinónimo de profissionalismo e fiabilidade.
