“Se a Volkswagen fechar três fábricas na Alemanha, tem impacto em Portugal”, afirmou José Couto no primeiro dia do Automotive Summit ‘24, a 29 de outubro, em Águeda. O presidente da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA) especificou ainda que “se a Volkswagen tem uma constipação na Alemanha, apanhamos uma gripe à sério em Portugal.”
No mesmo debate de abertura, moderado pela jornalista Marta Atalaya, Gil Nadais, Secretário-Geral da Associação Nacional da Indústria das Duas Rodas, Ferragens, Mobiliário e Afins (Abimota) sublinhou que a indústria de duas rodas está em forte crescimento e que Portugal é o maior produtor de bicicletas da Europa.
No entanto, alertou: “As grandes marcas podem mudar a qualquer momento”. Também o presidente da MOBINOV, cluster automóvel, Jorge Rosa, desenhou um cenário desafiante: “O setor vive um momento de profunda alteração”. Como fatores que “se fazem sentir no setor”, indicou “a transição energética, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia e um player asiático com influência forte”.
Dinamizar o setor
Perante a situação atual, o Automotive Summit ‘24, organizado pela OPCO, continua a ser o fórum anual mais importante da indústria automóvel. A empresa de consultoria, formação e auditoria reuniu representantes do setor de todo o país para a 6.ª edição da cimeira, que se realizou de 29 a 31 de outubro, em Águeda.
O tema foi o ecossistema do setor automóvel nas suas quatro grandes áreas: Mobilidade, Fabricantes e Construtores, Serviços de Apoio e Serviços de Pós-Venda. Oradores nacionais e internacionais apresentaram inovações e debateram tendências.
No primeiro dia do evento, Yulia Prakopchick e Teresa Müller-Ott apresentaram as normas VDA QMC, ao passo que Paul Hardiman abordou as normas IATF. Também houve inspirações “fora da caixa”, como a apresentação de Javier Fernández, da Mewa, sobre um sistema de panos de limpeza reutilizáveis para a indústria.
“O nosso objetivo é informar e dinamizar o setor com a nossa cimeira anual”, explicou Pedro Silva, diretor-geral da OPCO. E sublinhou: “Para conseguirmos que Portugal desempenhe um papel mais independente a nível internacional, temos de nos unir e especializar”.
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