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Aroma das camélias continua a inspirar Rui Madeira

Piloto conquista, pela terceira vez consecutiva, o bilstein group Rallye das Camélias. Prova que conserva intacto o aroma da sua infância e a paixão pela competição.

Quando Rui Madeira se fez à última curva e acelerou para terminar a derradeira PEC da edição de 2023 do bilstein group Rallye das Camélias, que terminou na Praça de Armas, em Mafra, os seus pensamentos eram como a muita gravilha que saltava das rodas do “negro” Mitsubishi Mirage que conduzia.

Esta não era “apenas” a sua terceira vitória consecutiva, que, juntamente, com o seu “navegador de sempre”, Nuno Rodrigues da Silva, conquistava na histórica competição. Era, também, a prova que nunca perdia, ainda catraio, no meio dos muitos fãs, que, nas margens das estradas das localidades, se juntavam para ver passar os carros de todas as cores e a velocidades vertiginosas. Essa imagem e o aroma das camélias, que deram o nome ao rali, perduraram sempre.

“Sinto uma grande felicidade. Ansiava muito por ganhar três vezes as ‘Camélias’. É uma prova que me diz muito. Tenho muitas histórias ligadas à zona de Sintra e de Mafra, do Gradil. Foi o primeiro rali que vi, quando era miúdo, e tenho uma forte ligação”, recordou Rui Madeira ao Check-up, já depois de subir ao primeiro lugar do pódio.

“Esta é uma prova emblemática. Desde miúdo, era uma prova que nunca perdia como espetador. Curiosamente, depois, quando quis fazer as ‘Camélias’, no Troféu Citroën AX, em 1992, a prova foi cancelada e houve uma paragem de longos anos, antes de voltar ao ativo. A minha primeira vitória no Seat Marbella, no troféu de iniciados, também foi em Sintra. É muito importante termos ralis perto da capital, mais concretamente em Sintra e em Mafra”, continuou o antigo campeão mundial de ralis.

Emoções fortes

Este ano, a competição foi bastante dura. Logo no primeiro troço, feito à noite, depois da caravana ter partido de Cascais (Jardins do Casino), um acidente. Durante a realização da primeira PEC, Pedro Afonso e o seu navegador, Bruno Neves, saíram da trajetória, provocando cinco feridos ligeiros, que foram prontamente assistidos pelas equipas de socorro.

Ainda assim, a organização decidiu suprimir a segunda PEC prevista para essa noite, por considerar que “não estavam reunidas as condições para continuar, lamentando, obviamente, o acidente”.

A prova prosseguiu no dia seguinte, com todos ao ataque, com destaque para a dupla Carlos Fernandes/Valter Cardoso, que tudo tentou para chegar ao primeiro lugar, fazendo um tempo “canhão” na PEC 4.

Check-up Media Rui Madeira

Porém, logo na classificativa seguinte, o Mitsubishi não quis colaborar e a equipa ficou pela partida com uma avaria. Rui Madeira começava a sentir-se mais confortável na frente e a luta pelo segundo lugar subia de tom, já que João Rodrigues/Manuel Santos, nunca baixaram os braços e tudo fizeram para ultrapassar o Dacia Sandero de Gil Antunes/Diogo Correia. No final, apenas uma vantagem de 2,6 segundos os separava da dupla do Peugeot 106.

Na classificação, destaque para Diogo Mil Homens/Gonçalo Oliveira, quartos no Toyota Starlet, à frente de Gonçalo Boaventura/Rodrigo Silva – Peugeot 106 Rallye – e de Fernando Mayer Gaspar/Pedro Ágoas – Ford Escort RS.

Destaque especial mereceram Pedro Baiona/Bruno Malhão (Peugeot 106), José Denis/Jorge Ferreira (BMW 320i), Paulo Fiúza/Nuno Batalha (Peugeot 309 GTI) e Bruno Sá/Joel Lutas (Citroën Saxo VTS).

Entre os concorrentes do agrupamento Promoção, a vitória foi para a dupla Mário Castro/Ricardo Cunha (13.°) e o melhor dos históricos foi o Datsun 1200 da dupla Daniel Rolo/António Castanheira (19.° da Geral).
















Mas, claro está, mais uma vez, os homens da prova foram Rui Madeira e Nuno Rodrigues da Silva, em Mitsubishi Mirage, que venceram, pela terceira vez consecutiva, o bilstein group Rallye das Camélias, depois de muita luta com a dupla Carlos Fernandes/Valter Cardoso, que acabou por abandonar devido a um problema na transmissão, deixando as posições seguintes do pódio, entregues a Gil Antunes/Diogo Correia e João Rodrigues/Manuel Santos, que se mantiveram em disputa até à última classificativa.

No final da prova, entre memórias de juventude e de conquistas passadas e presentes, o reconhecimento do campeão. “Felizmente, correu bem. É preciso ter um bocadinho de sorte, Hoje, tivemos as estrelinhas do nosso lado. Ia ser muito difícil acompanhar o Carlos Fernandes. Estávamos a apostar tudo na parte da tarde e conseguimos vir à assistência e mudar o set-up do carro. Ficou muito melhor. Mas os ralis são assim mesmo. Estou bastante contente pela equipa”, afirmou Rui Madeira.

Que não esqueceu o seu navegador no momento da consagração. “Conhecemo-nos muitíssimo bem, entendemo-nos às mil maravilhas dentro do carro. Ele (Nuno Rodrigues da Silva) sabe quando eu preciso de ânimo, ou não, quando estou a passar das marcas… É uma pessoa que me tem ajudado imenso. Conhece muito bem a minha maneira de guiar e quando temos de afinar o carro. É um elemento fundamental dentro do carro – além da equipa técnica. Muitas vezes, esquecem-se dos navegadores, mas, sem eles, não era possível andarmos tão rápido”, acrescentou Rui Madeira.

ADN bilstein group

O rali conheceu algumas diferenças em relação ao ano passado. A ideia é garantir a rotatividade dos troços para dar mais emoção. Já o ADN bilstein group, o grande patrocinador do Rallye das Camélias, será para “clonar”.

Check-up Media bilstein group Rallye das Camélias 3

“No ano passado acabámos com a noite de Sintra e, este ano, começámos com a noite de Sintra para, depois, virmos para Mafra. O rali, em termos de rotatividade, deverá terminar, todos os anos, num concelho diferente. Este é o ano de Mafra, para o próximo será o de Sintra”, afirmou Luís Caramelo, diretor da prova, ao Check-up.

As restantes alterações foram impostas pela necessária “rotatividade dos troços” e de determinadas “classificativas”. Questões de pormenor, já que a fórmula está encontrada e tem colhido elogios. Ainda assim, este ano, houve “troços que nunca foram feitos antes e que trouxeram maior competitividade ao rali”, sublinhou ainda Luís Caramelo.

Depois de uma paragem de quase duas décadas e do regresso há cinco anos, a prova encontra-se de boa saúde e recomenda-se.

“Quando reatámos o rali, recebemos todo o apoio das câmaras municipais envolvidas. E, desde o ano passado, temos o grande apoio do bilstein group, que nos permite progredir de ano para ano. Para 2024, espero que seja ainda melhor do que este. Vamos tentar que o bilstein group Rallye das Camélias seja uma das grandes provas do calendário nacional”, sublinhou o diretor da prova.

Uma visão partilhada, de resto, por Joaquim Candeias, managing director do bilstein group, que, em conversa com o Check-up, confirmou o interesse em manter o patrocínio.

“Estamos com o Rallye das Camélias pela segunda vez porque a primeira edição correu muitíssimo bem. Queremos continuar. Achamos que é um bom meio de publicitar as nossas marcas. Tem sido fantástico e vamos continuar, seguramente, como main sponsor do rali”, garantiu.

Em prova, voltou a estar o VW Golf GTI 16v (Mk II) n.° 45, da dupla António Magalhães/João Serôdio pintado com as cores das três marcas do bilstein group (febi, SWAG e Blue Print), que, no ano passado, teve a bordo o próprio Joaquim Candeias.

“É verdade, é um carro com o qual eu fiz parte dos clássicos, em outubro do ano passado. Dá-me boas recordações, passei bons momentos naquele carro”, recordou o responsável ao Check-up.

Mais sobre o bilstein group aqui.

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