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ARAN celebrou 80 anos a pensar no futuro do setor automóvel

Mundo automóvel esteve reunido no Porto para celebrar data histórica da associação e para debater os caminhos que o setor terá de percorrer no futuro.

A Associação Nacional do Ramo Automóvel (ARAN) aproveitou a comemoração dos seus 80 anos para repensar o futuro do setor, a braços com uma das maiores revoluções da sua história. Fê-lo através da conferência “Repensar o futuro do setor automóvel”, cuja sessão de abertura coube a Rodrigo Ferreira da Silva, presidente da direção da ARAN, e ao secretário de Estado do Comércio para homenagear três individualidades que, pelo seu empenho e dedicação, muito contribuíram para sucesso da associação, nomeadamente Mário Pinto Teixeira, José de Miranda Barbosa e Álvaro José Maia Monteiro de Aguiar com um louvor póstumo.

A visão da Europa foi apresentada por Jean-Charles Herrenschmidt, presidente do CECRA (Conselho Europeu para o Comércio e Reparação Automóvel), que expôs a instituição na defesa dos concessionários e reparadores europeus que representam, aproximadamente, 336.720 empresas de comércio e reparação de automóveis, com um papel muito importante na preparação do Block Exemption – defendendo uma regulamentação justa para o setor.

O presidente da CCP, João Vieira Lopes, reforçou a relevância do setor automóvel, sendo representativo do tecido empresarial português, pois é constituído por pequenas e médias empresas, é fortemente empregador e preocupa-se com o futuro e com as oportunidades futuras.

Explicou que a assistência pós-venda é muito importante, dado que ao nível do comércio e dos serviços representa dois terços do PIB. E deixou um apelo especial à necessidade de aumento da qualificação da gestão das empresas, assim como à necessidade de trabalhar em rede, promovendo a fusão de organizações, quando possível, para criar mais massa crítica para competir num mercado cheio de desafios.

O primeiro painel de debate foi iniciado por Bernard Lycke, diretor-geral do CECRA, que apresentou uma visão disruptiva sobre a distribuição clássica de veículos, que está numa transformação rápida na Europa, com impactos a curto e médio prazos, designadamente ao nível da regulamentação do setor automóvel na venda e no pós-venda. Temas que se encontram em desenvolvimento e colocam o CECRA em contacto constante com as comissões da União Europeia.

O crescimento a dois dígitos da BMcar foi apresentado por José Teixeira, gerente do concessionário, que exibiu os resultados positivos da mudança de estratégia em 2020, durante a pandemia, com uma aposta no novo website, que criou a possibilidade de o cliente realizar uma videoconferência com o vendedor, para facilitar o comércio online de veículos, como extensão da atividade empresarial física.

Check-up Media ARAN Porto

O último painel da conferência, subordinado ao tema “Pós-venda: estamos preparados para os desafios?”, contou com a participação de André Castro Pinheiro, diretor da Divisão Automóvel da FUCHS em Portugal, que caracterizou o parque automóvel revelando que regista cerca de 6,5 milhões de unidades, com uma dimensão estável e apenas em 2015 começou a recuperar da crise anterior, representando os ligeiros de passageiros cerca de 80% do total.

Afirmou que o parque automóvel está envelhecido, com menos 22% de ligeiros de passageiros em cinco anos, apresentando uma idade media de 13 anos (LP), e 60% a 70% dos veículos a ter mais de 10 anos. Em conclusão, defendeu que em 2030-2035 60% a 70% do parque será constituído pelos veículos vendidos entre 2010-2020.

Ao nível do aftermarket, perspetiva o crescimento de 25% entre 2019 e 2030, apontando como impulso a maior complexidade de peças, com maior valor associado, o crescimento do parque automóvel. Em contraponto, está prevista a redução dos quilómetros percorridos, a redução de colisões (ADAS) e a redução por penetração dos veículos elétricos.

Check-up Media ARAN conference audience

António Osuna, da GTMotive Iberia, destacou a evolução e o futuro da tecnologia, defendendo que muitos sistemas e materiais novos estão a tornar os carros mais seguros e confortáveis. A tecnologia ajuda a gerar informação, como é o caso da International OEM database, que apoia 38 marcas, 1.478 veículos e dá apoio na inspeção de 100% dos automóveis, com atualizações diárias, bissemanais e trimestralmente.

Guillermo de Llera, Consultor da IF4, apresentou a queda moderada da procura e da reestruturação da oferta, elogiando a resiliência que permitiu uma queda inferior ao esperado. Apontou como desafios a eletrificação do parque, afirmando que o que era uma tendência incipiente no início de 2020, afirmou-se como uma realidade, que é ainda difícil de quantificar, bem como a conectividade, que obriga as Oficinas a B2C ativo com clientes.

As oficinas deverão ter um “Comunity Manager” e o “novo automóvel” terá novos e mais caros equipamentos, o que aumentará a fatura média na manutenção. Neste âmbito, é necessário estar atento à concorrência, nomeadamente a ferrovia, importante no Transporte de Mercadorias, mas não no de passageiros. O teletrabalho, que contribuirá para o não aumento da quilometragem média, e a mobilidade, com “novas formas de mobilidade”, influenciam quem decide sobre a manutenção do carro, mas não na sua necessidade.

Isabel Basto, diretora executiva do Grupo Nors, caracterizou o parque automóvel, descrevendo que, apesar do efeito negativo das matrículas, o parque continua a crescer, mas a um ritmo menor do que nos últimos três anos, já que a média de crescimento nos últimos anos foi de 4%. Asseverou que o aumento do parque circulante total de automóveis ligeiros deve-se, principalmente, a veículos de passageiros, já que os comerciais apresentaram uma descida em relação ao ano passado.

Quanto ao futuro, estimou que a idade média do parque automóvel vai aumentar 0.9 anos e o parque vai ter um crescimento de 5,1% até 2023, acompanhado pela retoma do uso do veículo, mas ainda longe dos valores de 2019. Alertou que, embora se esteja a matricular menos veículos a gasóleo, o parque circulante ainda é de 60% e que 56% do parque automóvel tem mais de 10 anos, existindo uma maior sensibilização do preço das peças. Prevê-se que a rede oficial seja afetada com a diminuição do parque circulante até três anos e aponta que os “alternativos” já representam 23% das matrículas, mas têm apenas 2,5% do parque circulante, que é principalmente híbrido.

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