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Anticongelante ou líquido de refrigeração? A ASER explica

É fácil cair no erro de associar o anticongelante a baixas temperaturas e pensar que a sua manutenção no verão é desnecessária. Mas não é bem assim...

Refrigerante, tal como o nome sugere, é um líquido que circula no circuito de refrigeração do veículo. Tem duas funções principais, embora não sejam as únicas: ajudar a evitar o sobreaquecimento do motor e evitar a corrosão, favorecendo a lubrificação dos elementos por onde circula, como a bomba de água.

Deve ser capaz de controlar a temperatura das várias partes do motor em todas as condições meteorológicas. “Quando falamos em anticongelante, estamos a referir-nos a um fluido que arrefece o motor, mas que tem componentes que o impedem de congelar”, esclarece a ASER, na nova rubrica das suas “12 causas”.

E explica o raciocínio: “Se fosse utilizada apenas água, esse ‘líquido de refrigeração’ congelaria a 0°C, ferveria a 100°C (se estivesse à pressão atmosférica) e não evitaria problemas, como a corrosão das peças do circuito. Por isso, são utilizados os chamados ´anticongelantes simples’, que incorporam álcool e glicerinas que evitam o congelamento, mas não previnem outros problemas”.

Um líquido de refrigeração de qualidade deverá conter, segundo a ASER, os seguintes compostos: “Etilenoglicol com água desmineralizada e desionizada; aditivos inibidores de corrosão; anti-espuma e corantes para deteção de fugas”, acrescenta a central de serviços espanhola.

Portanto, nem a água nem o “anticongelante puro” oferecem proteção suficiente ao motor. “E é, também, por esta razão, que não devemos lembrar-nos apenas do líquido de refrigeração no inverno, já que, em outras épocas do ano (embora, normalmente, o líquido não congele) se devem cumprir as suas outras funções: anticorrosão, anti-espumante, lubrificante”, adianta a ASER.

“Além disso, quando falamos em líquido de refrigeração, falamos de um líquido a 30%, a 50%, a 10%… Ou seja, de percentagem ou ‘concentração’. O que significa concentração? É a percentagem de etilenoglicol que ele contém e indica o seu nível de proteção contra o congelamento, o seu ponto de ebulição à pressão atmosférica e o seu calor específico, que está diretamente relacionado com a sua capacidade de evacuar o calor”.

ASER 12 causas abril

Os veículos mais modernos utilizam nos seus componentes ligas de alumínio, que são muito facilmente afetadas pela corrosão, operam a temperaturas superiores a 100°C e dispõem de um grande número de componentes que podem ser afetados pelo uso de um líquido de refrigeração de baixa qualidade.

“Atualmente, podemos encontrar três tipos diferentes de líquidos de refrigeração no mercado, dependendo de sua tecnologia anticorrosiva: inorgânico, orgânico (OAT) e semi-orgânico (Si-OAT). Esses aditivos anticorrosivos que fazem parte do líquido de refrigeração degradam-se com o tempo, sendo necessário substituí-los”, explica.

“Regra geral, os fabricantes de veículos recomendam a sua substituição a cada dois anos ou 40.000 km, no caso de líquidos de refrigeração inorgânicos, e a cada cinco anos ou 100.000 km para os orgânicos e semi-orgânicos”, acrescenta.

Mechanic radiator cap opening

“A não substituição do líquido de refrigeração do motor a tempo levará à oxidação interna do radiador, camisas, linhas de refrigeração da árvore de cames, poderá causar sérios problemas de refrigeração ao motor e, por fim, a quebra de alguns componentes do circuito”, alerta a ASER.

“Na hora de escolher o líquido de refrigeração para o motor, é importante selecionar a tecnologia adequada, de acordo com o fabricante (inorgânica, orgânica ou semi-orgânica), bem como levar em consideração a percentagem de monoetilenglicol presente no mesmo. O monoetilenglicol é misturado com o líquido de refrigeração, numa percentagem que varia de 10% a 50%. Este componente confere ao líquido de refrigeração a sua capacidade anticongelante, mas, sobretudo, aumenta a sua temperatura de ebulição, fazendo com que o motor funcione a temperaturas superiores a 100°C”, revela a ASER.

Refira-se que os fabricantes aconselham a utilização de um líquido de refrigeração com uma quantidade de monoetilenglicol entre 40-50%. “Manter a temperatura de operação do motor é cada vez mais importante, uma vez que estes são cada vez mais pequenos, fornecem maior potência e têm necessidades de refrigeração cada vez mais exigentes. Além disso, manter uma temperatura operacional ideal é essencial para manter os limites de emissão de poluentes em conformidade com as normas”, afirma a mesma fonte.

É ainda “aconselhável” lavar o circuito de refrigeração antes de substituí-lo. “Produtos como o sistema de refrigeração Wynn Flush podem ajudar nessa tarefa. É um produto desenvolvido, especificamente, para remover depósitos de calcário e óxidos no interior do sistema, bem como possíveis vestígios de óleo. E lembre-se sempre de utilizar componentes de fornecedores de qualidade e de colocar o veículo nas mãos de um especialista, na sua oficina de confiança”, remata a central de serviços, em mais um mês dedicado às “12 causas ASER”.

Mais sobre a ASER aqui.

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